imagem retirada do mural de Lizuarte Machado |
O Comandante Lizuarte Machado não se escusa a exercer o direito de opinião, sempre assim foi desde que o conheço e, assim continua a ser. Claro que a verticalidade e a opinião, nem sempre alinhada, tem os seus custos, mas ainda assim continua a haver cidadãos sem medo de dizer o que pensam, como é o caso a que me refiro.
Isto tudo a propósito da tentativa de silenciamento, promovida pela administração de uma empresa pública regional com a conivência da tutela, consubstanciada num processo disciplinar ao Comandante Lizuarte Machado, tendo por base uma opinião formulada num comentário feito pelo visado numa rede social. Não é uma novidade, outros o fizeram e saíram-se mal.
A opinião veiculada pelo Comandante Lizuarte Machado não é ofensiva e exprime uma preocupação que, certamente, não será só dele. O assunto relaciona-se com a importância de uma empresa de cabotagem regional que assegura um importante serviço de utilidade pública e a tentativa da Portos dos Açores de desalojar a empresa de uma das infraestruturas que administra. O Comandante Lizuarte Machado, discordou publicamente (nas redes sociais). O assunto já chegou à ALRAA e já foi objeto de alguma discussão. Ou seja, já e do domínio público.
imagem retirada da internet |
O clima de medo e as ações persecutórias nos departamentos do governo e nas empresas públicas promovido por alguns responsáveis de topo e quadros intermédios do governo presidido por José Manuel Bolieiro, mas também no favorecimento a algumas empresas e grupos económicos vão, paulatinamente, provocando um grande sentimento de revolta no seio da população açoriana e, por conseguinte, a perda de popularidade desta solução governativa. A situação vivida pelo Comandante Lizuarte Machado não é, infelizmente, única. A diferença reside na atitude. Lizuarte Machado teve, e tem, coragem para lutar e denunciar a ação persecutória de que está a ser vítima.
No final do terceiro parágrafo faço uma referência que agora esclareço. No primeiro governo de Vasco Cordeiro, uma empresa pública regional instaurou um processo disciplinar a um dos seus trabalhadores (Comandante da Azores Airlines), ancorado num comentário feito pelo referido trabalhador numa das redes socias mais populares. O desfecho judicial resultou a favor do trabalhador e a empresa pública condenada a pagar uma indemnização de 300mil euros, valor a que se somaram todos os custos associados ao processo. Este é apenas um exemplo do que pode suceder quando o poder é exercido de forma autocrática.
Fica um abraço solidário ao Comandante Lizuarte Machado, o meu respeito e admiração pela forma como tem enfrentado esta ação persecutória da administração da Portos dos Açores e do Governo Regional.
Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 13 de março de 2022
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