A semana fecha com as festividades natalícias e não posso, e, não devo, deixar de expressar votos de Boas Festas e um Feliz Natal aos leitores e, por seu intermédio, a todos os meus concidadãos, vivam onde viverem e, comemorem esta quadra no espírito da mais pura fé ou, com um entendimento mais pagão, designadamente assinalando o solstício de inverno. Não me importa o motivo por que grande parte da humanidade comemora esta data e tenho um entendimento lato da expressão “Boas Festas e Feliz Natal”, talvez por isso seja um fervoroso adepto de expressões populares como: “o Natal é quando um homem quiser”; e, “o Natal é todos dias”.
Não posso e não devo deixar de fazer, não porque me fique bem ou porque seja politicamente correto, não posso e não devo porque não quero matar a esperança que alimenta o sonho e, desde logo, a confiança que me anima e faz de mim a pessoa que sou.
Estes primeiros parágrafos são assim como uma espécie de reconhecimento da dificuldade com que me deparei ao olhar para a folha de papel em branco.
Como é que vou formular votos de “Boas Festas” num momento em que todos os indicadores e projeções sociais, económicas, financeiras e políticas apontam para o aprofundamento da “crise”? Como posso estender os meus votos de “Boas Festas” a quem perdeu o emprego? Como posso fazê-lo, perguntei a mim próprio, sem que me soe a hipocrisia?
A contrariedade durou pouco tempo. Depressa concluí que não só posso formular votos de Boas Festas e Feliz Natal sem prostituir a minha consciência mas, sobretudo devo, em coerência, fazê-lo. Não o fazer seria, isso sim, um exercício de hipocrisia. Todos os dias, todas as horas, a cada instante da minha existência desejo e pugno por uma sociedade mais justa, por um Mundo melhor. Enfim que outros significados podem ter as minhas palavras se, bem lá no âmago do meu ser e das minhas lutas, o que eu quero mesmo é que “o Natal seja todos os dias e quando um Homem quiser.”
Porque não fazê-lo agora quando, mais que em qualquer outro momento, é necessário alimentar a esperança e o sonho!?
Porque não fazê-lo nesta quadra se o faço todos os dias quando apelo à luta, quando apelo à indignação, quando apelo à rutura com os poderes instalados, quando me insurjo contra as desigualdades, quando denuncio a exclusão e a pobreza, quando proponho um novo rumo, um rumo que nos conduza a uma sociedade mais justa.
Não são palavras vãs, não são palavras de circunstância que ficam bem a quem nesta quadra as diz, de amiúde, aos amigos, aos vizinhos, aos conhecidos ou, as escreve num bonito e colorido postal de Natal.
São palavras que transportam esperança. Palavras que transportam aquela confiança que alimenta a luta e o sonho num Mundo melhor.
Com uma inabalável convicção: Votos de um Bom Natal!
Ponta Delgada, 19 de dezembro de 2011
Não posso e não devo deixar de fazer, não porque me fique bem ou porque seja politicamente correto, não posso e não devo porque não quero matar a esperança que alimenta o sonho e, desde logo, a confiança que me anima e faz de mim a pessoa que sou.
Estes primeiros parágrafos são assim como uma espécie de reconhecimento da dificuldade com que me deparei ao olhar para a folha de papel em branco.
Como é que vou formular votos de “Boas Festas” num momento em que todos os indicadores e projeções sociais, económicas, financeiras e políticas apontam para o aprofundamento da “crise”? Como posso estender os meus votos de “Boas Festas” a quem perdeu o emprego? Como posso fazê-lo, perguntei a mim próprio, sem que me soe a hipocrisia?
A contrariedade durou pouco tempo. Depressa concluí que não só posso formular votos de Boas Festas e Feliz Natal sem prostituir a minha consciência mas, sobretudo devo, em coerência, fazê-lo. Não o fazer seria, isso sim, um exercício de hipocrisia. Todos os dias, todas as horas, a cada instante da minha existência desejo e pugno por uma sociedade mais justa, por um Mundo melhor. Enfim que outros significados podem ter as minhas palavras se, bem lá no âmago do meu ser e das minhas lutas, o que eu quero mesmo é que “o Natal seja todos os dias e quando um Homem quiser.”
Porque não fazê-lo agora quando, mais que em qualquer outro momento, é necessário alimentar a esperança e o sonho!?
Porque não fazê-lo nesta quadra se o faço todos os dias quando apelo à luta, quando apelo à indignação, quando apelo à rutura com os poderes instalados, quando me insurjo contra as desigualdades, quando denuncio a exclusão e a pobreza, quando proponho um novo rumo, um rumo que nos conduza a uma sociedade mais justa.
Não são palavras vãs, não são palavras de circunstância que ficam bem a quem nesta quadra as diz, de amiúde, aos amigos, aos vizinhos, aos conhecidos ou, as escreve num bonito e colorido postal de Natal.
São palavras que transportam esperança. Palavras que transportam aquela confiança que alimenta a luta e o sonho num Mundo melhor.
Com uma inabalável convicção: Votos de um Bom Natal!
Ponta Delgada, 19 de dezembro de 2011
Aníbal C. Pires, In Diário Insular, 21 de dezembro de 2011, Angra do Heroísmo
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