sábado, 20 de abril de 2019

da estupidificação - "Os Porquês?", na SMTV

foto by Aníbal C. Pires


Para ver ou rever a edição número 25 do programa “Os Porquês?”, na SMTV.

a Escola à qual tudo se pede e nada se dá

Foi para a antena no dia 17 de Abril de 2019





segunda-feira, 15 de abril de 2019

caminheiros da fé

Foto by Aníbal C. Pires (S. Miguel, 2017)




As romarias quaresmais em S. Miguel são uma manifestação religiosa de penitência cuja origem remonta, segundo alguns autores, ao século XVI.
Durante sete dias os ranchos de romeiros percorrem a ilha de S. Miguel e visitam todos os templos que veneram a Imagem da Virgem Maria.

As imagens são acompanhadas com um cântico dos Romeiros de Ponta Garça, da Antologia Sonora da Ilha de S. Miguel, organizada por Artur Santos, 1960






sábado, 13 de abril de 2019

O negócio dos resíduos e a Educação Ambiental - crónicas radiofónicas

Imagem retirada da internet


Do arquivo das crónicas radiofónicas na 105 FM

Esta crónica foi para a antena a 26 de Janeiro de 2019 e pode ser ouvida aqui











O negócio dos resíduos e a Educação Ambiental

Imagem retirada da internet
A tomada de consciência ambiental e o aparecimento de movimentos ambientalistas não sendo fenómenos novos, mas também não são assim tão recentes quanto se possa pensar.
Claro que tudo é relativo. Para um jovem adolescente é uma questão com a qual convive desde sempre, para quem nasceu no terceiro quartel do século XX e até chegar à idade adulta cresceu a acompanhar aparecimento dos primeiros movimentos de defesa do ambiente e a despertar para os problemas ambientais.
Claro que se se recuarmos na história da humanidade podemos encontrar várias referências à importância dos necessários equilíbrios entre as atividades antrópicas e o meio ambiente. Por exemplo, S. Francisco de Assis (Século XIII) enfatizou na sua obra o necessário respeito da vivência do homem com as outras criaturas da natureza.
Mas só a partir dos anos 50 e 60 do século XX é que a tomada de consciência ambiental e os movimentos ambientalistas ganharam dimensão, embora sobre a tomada de consciência ambiental ainda haja um longo caminho a percorrer e, por vezes, temos vindo a assistir a alguns retrocessos. Talvez porque os interesses económicos assim o desejam.
Nem sequer me vou referir ao negacionismo às alterações climáticas que procuram, no essencial, manter tudo como está e evitar o desenvolvimento de novas tecnologias para a rentabilização de energias alternativas aos combustíveis fósseis.
Mas em nome da defesa do ambiente também se cometem erros, como seja por exemplo a substituição da floresta tropical para o plantio de palmares que alimentam a indústria do biodiesel feito a partir de óleo de palma, ou como seja a solução encontrada para o tratamento de resíduos por incineração, designação que os seus defensores detestam e, chamam-lhe pomposamente “Centrais de Valorização Energética”.

Imagem retirada da internet
Apesar da tecnologia da incineração ter evoluído significativamente, ou seja, as emissões para a atmosfera são, ao que nos dizem, livres de toxinas. Questão que não coloco em causa, mas as partículas tóxicas, se não são expelidas para a atmosfera, em algum lugar ficam de onde decorre a necessidade de as depositar por aí, algures.
Uma das vertentes da educação ambiental que está diretamente relacionada com os resíduos, designadamente, os domésticos é conhecida pela política do 3 R. Reduzir, Reutilizar e Reciclar, a ordem é esta e, não é por acaso. Esta hierarquia relaciona-se com a importância de cada uma das ações que os R significam. Eu diria até que o R de Reduzir devia ser elevado à enésima potência, e que o segundo R, o R de Reutilizar, deveria ser elevado, pelo menos, à enésima potência – 1, sendo que se isto fosse assim, o terceiro R, o R de Reciclar deixaria de ter grande expressão ou seja, teria um valor sem grande significado e, certamente, não seria suficiente para alimentar uma incineradora, ou como preferem os indefetíveis defensores deste método de tratamento de resíduos, uma Central de Valorização Energética.
Se o investimento feito ao longo de dezenas de anos na formação da política dos 3 R produziu importantes avanços, em particular no que ao R de Reciclar diz respeito, com a introdução generalizada dos chamados ecopontos, sejam domésticos ou coletivos, o que não terá sido por acaso pois, o tratamento de resíduos tornou-se um negócio apetecível, em particular a reciclagem. Ou seja, a hierarquia do 3 R foi invertida, não se reduziu, pouco se reutiliza e a reciclagem aumentou. Por outro lado, sendo os resíduos a matéria prima utilizada nas incineradoras, ou Centrais de Valorização Energética, são necessários cada vez mais resíduos para que o seu funcionamento possa manter-se de forma continuada.
Em última análise, diria que o primeiro e mais importante dos 3 R está a ser sacrificado por necessidade de uma grande quantidade de matéria prima, resíduos para queimar nas incineradoras.
E assim se desperdiçam na pira das incineradoras anos e anos de uma das mais importantes componentes da Educação Ambiental.

Foi um prazer estar consigo.
Volto no próximo sábado e espero ter, de novo, a sua companhia.
Até lá, fique bem.

Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 26 de Janeiro de 2019

do direito a estar "desligado" - "Os Porquês?", na SMTV





Para ver ou rever a edição número 24 do programa “Os Porquês?”, na SMTV.

do direito a estar "desligado"

Foi para a antena no dia 10 de Abril de 2019








sábado, 6 de abril de 2019

Os usos do tempo - crónicas radiofónicas

Foto by Aníbal C. Pires (Ponta Delgada, 2018)







Do arquivo das crónicas radiofónicas na 105 FM

Esta crónica foi para a antena a 12 de Janeiro de 2019 e pode ser ouvida aqui










Os usos do tempo

Foto by Aníbal C. Pires (S. Roque, Ponta Delgada)
Não é tanto a meteorologia que me interessa, embora o estado do tempo tenha, naturalmente, importância sobre a forma como utilizamos o nosso tempo.
Não tenho por objetivo deixar qualquer indicação sobre o uso que devemos dar ao tempo conforme o estado do tempo. Embora o tempo seja o tema sobre o qual mais tenho refletido e escrito.
O tempo esgota-se, mas não a vontade de falar sobre ele.
Não lhe consigo fugir, também não faço esforço para isso, e à medida que vou acumulando tempo esse interesse aumenta, desde logo, por que se trata de um acréscimo patrimonial com tudo o que isso representa de conhecimento, maturidade e, porque não, sabedoria, mas também pela valorização do tempo e dos usos que lhe dou.
O dia continua a ter 24 horas e as horas, 60 minutos, nem mais nem menos. É inexorável. Mas a perceção do tempo é variável. Há momentos na vida em que o tempo não sobra, há lugares que nos consomem o tempo e, até corremos atrás do tempo para ter o tempo que não temos. É um tempo sem tempo.
Outros momentos há em que o tempo se instala ao nosso lado e caminha connosco, e temos tempo até para falar do tempo perdido e do estado do tempo. É o tempo a dar tempo ao tempo.
Não sei, também não vou confirmar, se o direito ao tempo está consagrado na Carta dos Direitos Humanos, mas se não está deveria estar pois, o tempo é o nosso bem mais precioso.
Pode até parecer um exercício meio abstrato e pouco consistente, e não contesto. Mas preocupa-me a falta de tempo para refletir face à exigência de respostas e decisões céleres impostas pelas novas tecnologias de comunicação e informação.
Para tudo é necessário tempo, mas vivemos num tempo sem tempo.
O mediatismo e este imediatismo reinante é preocupante.

Foi um prazer estar consigo.
Volto no próximo sábado e espero ter, de novo, a sua companhia.
Até lá, fique bem.
Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 12 de Janeiro de 2019

do pai, da mãe, da mulher - "Os Porquês?", na SMTV

Foto by Aníbal C. Pires (S. Miguel)



Para ver ou rever a edição número 23 do programa “Os Porquês?”, na SMTV.

da indispensabilidade da mulher

Foi para a antena no dia 03 de Abril de 2019






quarta-feira, 3 de abril de 2019

Ao sabor dos tempos e das vontades - crónicas radiofónicas

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Do arquivo das crónicas radiofónicas na 105 FM

Esta crónica foi para a antena a 05 de Janeiro de 2019 e pode ser ouvida aqui





Ao sabor dos tempos e das vontades

O Estado falhou. Esta, ou outras expressões com o mesmo sentido têm vindo a ser proficuamente utilizadas nos últimos meses.
O Presidente da República utilizou esta ou uma expressão semelhante, várias vezes, durante o ano de 2018. Rui Rio, o atual líder do PSD, também se socorreu da expressão durante o ano que agora findou.
Mas não foram apenas as personalidades políticas mais mediáticas que, à falta de outros argumentos, se limitaram a constatar, o óbvio. Também os jornalistas, os analistas, os politólogos e comentadores, todos têm vindo a constatar, que o Estado falha.
E eu concordo. Concordo e não é de agora. Julgo que em 2018 não terei utilizado a expressão publicamente, mas aqui aos microfones da 105 FM, mais precisamente a 19 de Outubro de 2017, expressei a minha opinião numa crónica a que chamei a “Falência do Estado”.
Mas não me fiquei pela constatação do facto, procurei, não só as causas, mas também os responsáveis pelo estado a que o Estado chegou.
E os responsáveis identificam-se com relativa facilidade, basta recuar um pouco no tempo para ligar a promoção e a execução da ideia do modelo político do “menos Estado, melhor Estado” a algumas personalidades políticas e aos seus acólitos que têm assento permanente nas corporações mediáticas, ditas de referência.

Imagem retirada da internet
E veja-se só, que estranha coincidência. Quem agora clama pelo Estado, não me refiro a personalidades, mas aos projetos políticos aos quais estão ligados, são os mesmos que até há bem pouco tempo consideravam que o Estado devia diminuir e deixar de intervir no mercado. E assim aconteceu. O Estado, pela mão do PS, do PSD e do CDS/PP, abriu mão das suas competências e entregou-as ao mercado e, veja-se, não é que o mercado falhou.
Para mim a questão é clara os falhanços devem-se à ausência do Estado, ou seja, o Estado, por opção e apoio de quem agora lhe atribui os fracassos, deixou de cumprir as funções que lhe estão constitucionalmente consagradas. O Estado português deixou de garantir dignidade, bem-estar e segurança ao seu povo. E deixou de o fazer pela deriva neoliberal que assolou e assola os representantes do Estado, isto é, os governos das últimas décadas.
Claro que as palavras, conforme os tempos e as vontades, têm significados políticos diferentes. A utilização pela direita política da expressão “O Estado falhou” tem, no atual contexto um objetivo e um destinatário. O objetivo é responsabilizar o atual governo por alguns eventos dramáticos que têm atingido o país e, naturalmente, o destinatário é o primeiro-ministro António Costa.
Mas porquê se o PS, no essencial, tem como projeto político o mesmo ideário que o PSD. Talvez por o PS ter um governo minoritário que foi formado e tem governado com base em acordos bilaterais com os partidos da esquerda parlamentar.
Não se trata do Estado, trata-se do Governo e, sobretudo, daqueles acordos bilaterais que foram feitos com a esquerda, e que tanto incomodam a direita.
Esse é um pecado que a direita não perdoa a António Costa, até porque a solução política encontrada em 2015 tem demonstrado que, outros caminhos que não o da austeridade são possíveis e desejáveis, mas também que não é necessária a existência de maiorias absolutas para que haja estabilidade política. O governo minoritário do PS, tudo leva a crer, chegará ao fim da legislatura. É a democracia e o diálogo político a funcionar.

Foi um prazer estar consigo.
Volto no próximo sábado e espero ter, de novo, a sua companhia.
Até lá, fique bem.

Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 05 de Janeiro de 2019