segunda-feira, 17 de maio de 2021

de quem fica, de quem parte

foto by Aníbal C. Pires




fragmento de texto escrito a

2 de junho de 2011 e hoje revisitado







(...) O cais da partida e do almejado regresso transmutou-se. A tristeza dos que ficam, a saudade que já germina nos que partem, não muda nunca. Não muda ainda que esse seja um secular fado do povo português: abalar, já a magicar no retorno.

Da baía abrigada do porto para a aerogare. Dos intermináveis dias de viagem para umas fugidias horas, da pedrinha escrita no cais para o sms, da carta escrita para o mail, do telefone fixo, ou móvel, para o skype.

Conquistas da ciência e da técnica que afagam os sentimentos e dão a sensação de proximidade mas que não evitam, na hora da partida, aquele aperto no peito, os dentes cerrados tentando impedir uma lágrima que teima em assomar e rolar pela face e, o sentimento de vazio que, ao último beijo, ao derradeiro aceno, enche a alma de tristeza de quem fica, de quem parte. (...)


domingo, 16 de maio de 2021

gosto de música e pronto

imagem retirada da internet



fragmento de texto escrito a

12 de fevereiro de 2011 e hoje revisitado







(...) Quando me perguntam: Qual o género musical que preferes? A resposta que costumo dar, normalmente, não deixa o interlocutor satisfeito: Não tenho. E assim é na realidade. Não tenho preferência por este, aquele ou aqueloutro género musical, talvez por de música não perceber rigorosamente nada. Gosto de música e pronto! E para gostar basta que a sinta. Gosto quando me predispõe a dançar, gosto quando me convida à reflexão, gosto quando me faz sorrir e, por vezes chorar, gosto quando a melodia e as palavras me provocam arrepios na alma. Gosto! É assim como a paixão que tem razões que a razão desconhece. A fruição da música é, em mim, um ato pouco racional… é instintivo, animal, primário. Gosto, ou não gosto, independentemente do género musical. Gosto do hip-hop do Valete mas não gosto do liricismo do Pac-man, vá-se lá saber porquê e eu… não quero saber. E, por favor, não me tentem explicar. Vivo bem com os meus instintos e com as minhas músicas. (...)

segunda-feira, 10 de maio de 2021

aprendendo o que só se pode aprender brincando

foto by Aníbal C. Pires


fragmento de texto escrito a

13 de agosto de 2010 e hoje revisitado






(...) preocupa-me que na organização da vida das nossas crianças não esteja contemplado algum tempo para que possam brincar, fora do monitor do computador, da consola dos jogos de vídeo, do telemóvel, da televisão, únicos momentos em que, porventura estão a desenvolver uma actividade lúdica sem o controle de um adulto responsável. Na verdade, todo o tempo das nossas crianças é planificado em actividades organizadas e controladas por adultos que tudo decidem e resolvem. Tenho dúvidas, muitas dúvidas que isso seja bom para o desenvolvimento e formação integral das crianças. As dúvidas são mesmo minhas e comigo ficam pois, quem administra a educação na Região e no País parece que não as tem, uma vez que a grande preocupação tem sido garantir que as crianças e os jovens nunca estejam sozinhas, ainda que sem nenhum objectivo de ordem didáctico ou pedagógico.

Que bons que eram os tempos em que se aprendia e se brincava aprendendo, o que só se pode aprender brincando. (...) 

quinta-feira, 6 de maio de 2021

um governo à to(n)a

foto by Aníbal C. Pires
Não posso afirmar, a língua não deixa, que o XIII Governo regional se está a esboroar. A génese do atual governo dos Açores é, ela própria, concebida na base de fragmentos, uns maiores outros mais pequenos. A dimensão dos fragmentos não corresponde à importância decisória, o que aborrece o fragmento maior, também ele esboroado internamente. 

Dito isto, importa interpretar todos os sinais, que já estão a configurar-se no horizonte próximo, para perceber até quando e como esta coligação esboroada se vai submergir nas suas próprias contradições. Não é possível, como sabemos, conciliar o inconciliável.

Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 6 de maio de 2021

Esboroar - Reduzir ou ficar reduzido a pequenos fragmentos.

"esboroar", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2021,

domingo, 2 de maio de 2021

Bem hajam - na apresentação do livro "Esperança Velha e Outros Poemas"


Intervenção de agradecimento 
na Apresentação do livro

Esperança Velha e Outros Poemas, 

Aníbal C. Pires, poemas, Ana Rita Afonso, ilustrações 

Letras Lavadas, 2020“

Às 18h Açores, 19h Lisboa, de 2 de maio de 2021, 

live streaming no Facebook e no Youtube da Letras Lavadas

Boa tarde!

Não é apenas por cordialidade, ou porque é esperado que os autores enumerem um rol de agradecimentos, Não. Não é por isso que agradeço ao Vamberto de Freitas. Mais do que pela apresentação que fez deste livro de poemas, agradeço ao Vamberto Freitas tudo aquilo que com ele tenho aprendido e todos os momentos em que nos juntamos para conversar. Conversar do que quer que seja. Nem que seja do tempo meteorológico, do tempo que vivemos, de outros tempos, ou do que esperamos do porvir.

Muito obrigado Vamberto!


O meu agradecimento vai, também, para a Ana Rita Afonso que aceita, sem relutância, os desafios que lhe tenho feito. Sejam os desafios para embarcar nestas viagens pela escrita e pela ilustração, sejam outros que ao longo da nossa vida profissional, foram acontecendo.

A Ana Rita Afonso é uma boa amiga. Uma amiga que muito prezo e pela qual tenho uma admiração incomensurável.

Bem hajas Ana Rita!

Não posso deixar de registar uma nota de agradecimento ao poeta e ficcionista Henrique Levy, pela leitura do manuscrito, pelas sugestões que formulou e pelos reflexos que tiveram no produto final.

Obrigado Henrique Levy.

Quero, também, agradecer ao Mário Sousa. E este agradecimento não diz respeito apenas à sua participação com a leitura de alguns poemas durante esta apresentação. Agradeço ao Mário Sousa por tudo o que tenho aprendido com ele, sobre poesia e, sobretudo, como dizê-la.

Obrigado Mário Sousa e conta comigo para continuar a dar corpo e voz a outros projetos.

Ao Rafael Carvalho que, mais uma vez, disponibilizou um dos seus temas originais para a realização do pequeno vídeo promocional que abriu e, julgo, irá encerrar este evento virtual.

O Rafael merece todo o nosso reconhecimento pelo excelente trabalho que tem vindo a desenvolver na promoção da viola da terra e na sua aprendizagem. Obrigado Rafael, também por isso. 

À Patrícia Carreiro uma palavra de reconhecimento e apreço, mas também de agradecimento. Reconhecimento e apreço pelo excelente trabalho que tem vindo a desenvolver na divulgação dos livros, mas também da promoção da leitura. Uma palavra de agradecimento pela disponibilidade e forma como está a conduzir a apresentação do livro Esperança Velha e Outros Poemas, mas também, pela divulgação que tem feito deste livro com a leitura de alguns dos poemas.

Uma palavra de agradecimento ao todos os trabalhadores do grupo Publiçor/Nova Gráfica. Pela disponibilidade, simpatia e profissionalismo. Sem eles nada disto seria possível.

Muito obrigado o senhor José Ernesto Rezendes, o editor que me tem acolhido, mas também o criativo das artes gráficas a quem é reconhecido um valor inestimável no mundo das artes gráficas.

Por fim uma palavra de agradecimento à Madalena Pires, minha mulher, sem a qual não seria possível fazer tudo o que, ao longo da nossa vida em comum, tenho feito. 

Mas também aos meus filhos (Ana Amélia, Ana Catarina e João Miguel), e netas (Maria Margarida, Maria Benedita e Maria Luísa) que me inspiram e me enchem de alegrias.

Obrigado aos amigos e leitores que nos estão a acompanhar.

Obrigado a todos!

Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 2 de maio de 2021


sábado, 1 de maio de 2021

as bruxas da noite - a abrir maio

imagem retirada da internet

De 1942 até ao fim da II Guerra Mundial “As Bruxas da Noite”, unidade da força aérea soviética exclusivamente formada por mulheres, levaram a cabo mais de 24000 missões de bombardeio sobre unidades do exército nazi.

Bonitas são as mulheres que lutam.

Para saber mais sobre esta unidade de combate clique aqui.