segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Barbárie

O ano de 2011 anuncia-se como um dos mais duros e difíceis para os portugueses, quer estes vivam no território continental, quer vivam nas Regiões Autónomas.
Sente-se já, e agravadamente sentir-se-á ainda mais nos meses que temos pela frente, a inteira amplitude do impacto das medidas tomadas pelo Governo de José Sócrates e subscritas pelo PSD de Passos Coelho.
O catálogo das barbaridades cometidas sobre os portugueses e os seus rendimentos é já impressionante, começando pelo verdadeiro roubo nos salários dos trabalhadores da administração pública, passando pelo rasgar do compromisso assinado sobre o aumento do salário mínimo, depois o congelamento de pensões e da redução e limitação de acesso a prestações sociais, afectando gravemente reformados, estudantes, desempregados, doentes crónicos, portadores de deficiências, famílias em situação de exclusão social – em suma os mais desprotegidos dos portugueses.
Mas não ficamos por aqui pois temos ainda o brutal, cego e injusto aumento dos impostos e o decorrente aumento do custo de vida, os preços do pão, dos transportes, da electricidade e combustíveis, das taxas do Estado, entre outros, a par de outras medidas recessivas.
Medidas que para além de constituirem uma dramática degradação das condições de vida dos portugueses, de aumento das desigualdades e da pobreza, tiveram, tinham mesmo de ter, mais um resultado inquietante: o monstruoso aumento do desemprego para níveis históricos, aproximando-se já do número assustador de 800 mil os portugueses que são privados do direito básico e elementar ao trabalho, à realização pessoal, à remuneração, garante da dignidade e da sobrevivência.
Mas este sinistro cortejo de medidas parece que ainda vai no adro e outras se preparam.
Somos diariamente bombardeados por uma permanente e intensa campanha destinada a fazer que os portugueses aceitem a falsa inevitabilidade da entrada em cena do FMI, com o seu conhecido ónus de exploração e inaceitáveis imposições.
Em antecipação à intervenção dos abutres do FMI surge a designada “Iniciativa para a Competitividade e para o Emprego” que, a coberto do nome pomposo e sonante pretende, nada mais, nada menos, do que tornar mais fáceis baratos os despedimentos, através da criação de um fundo. Claro que as empresas já anunciaram que irão fazer reflectir nos salários dos trabalhadores o custo das contribuições para este fundo. E, assim, acabamos por ter a situação paradoxal de ter os trabalhadores a financiarem o seu próprio despedimento!
Depois do “emprega-te a ti mesmo”, chegamos agora ao: “indemniza-te a ti mesmo”!
José Sócrates avança assim, calmamente, para a ruptura completa das bases do contrato social em que assenta o nosso regime democrático, aplicando uma política que é monstruosa no plano dos valores humanos, atrabiliária no campo jurídico e absolutamente suicidária do ponto de vista do crescimento económico que o país precisa.
Esta política avança agora de forma ainda mais tranquila, pois assistimos, no passado dia 23 de Janeiro, à reeleição daquele que tem sido o mais firme defensor da política de direita e do ataque aos trabalhadores neste país.
Até quando vamos permitir que Portugal se afunde neste pântano em que o centrão nos mergulhou!?
Horta, 27 de Janeiro de 2011

Aníbal C. Pires, In A União, 30 de Janeiro de 2011, Angra do Heroísmo

domingo, 30 de janeiro de 2011

Olhos pretos - Ângela Dâmaso

Mais um vídeo com fotos minhas a ilustrar uma canção do folclore açoriano aqui interpretada por Ângela Dâmaso.



A foto da mulher dos olhos negros foi tirada na Assomada, em Cabo Verde, todas as outras são dos Açores.
Uma boa BOA SEMANA!

Mazurka da Meia Noite

Fica um "mazurka" intrepretada por Nho Kzik e outros músicos de Santo Antão para reforçar o que ficou dito no post anterior.



Renovados votos de um bom Domingo.

Kola San Jon

Não que goste particularmente deste "remix" de uma das mais interessantes danças populares de Cabo Verde. Kola San Jon é dançado e cantado no âmbito das festividades a São João, não obstante, julgo que é possível captar a essência da música, da letra e da dança e, como não encontrei melhor exemplo não quero deixar de partilhar mais este aspecto "di nos cultura, nos tradiçon".



Em noite do santo "kolamos San Jon".
É muito interessante observar como a cultura cabo-verdiana recriou as influências dos povos eurpoeus e africanos que lhe estão na origem e lhes deu uma identidade própria, aliás danças dos salões eurpeus como a "mazurka", foram também absorvidas e recriadas pela cultura crioula.
Um povo admirável!
Um Bom Domingo para todos

sábado, 29 de janeiro de 2011

Ferro Gaita

Mais apelativa, mais quente, mais sensual, mais africana... um funaná dos Ferro Gaita.



Com as "Moças de Mangui" ficam os votos de um bom serão, neste frio Sábado mas... como já disse por aí ainda vai aquecer com os "Oquestrada" que hoje vão estar no Teatro Micalense.

Porton di nos ilha

Uma sugestão musical para este fim de semana - música de Cabo Verde.
E podem começar mesmo por com a música de Ildo Lobo e dos Tubarões, para depois ir ao encontro de Luis Morais, de Travadinha, de Zeca di Nha Reinalda, Bana, e claro Cesária, Mayra Andrade, e muitos outros artistas da música crioula.
O vídeo que aqui deixo é apenas uma das duas sugestões para uma primeira abordagem.



No post seguinte vem um outro tema, uma outra abordagem.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O mar

Seria expectável que na semana seguinte às eleições presidenciais partilhasse algumas reflexões e opiniões sobre os resultados eleitorais mas… não para fugir a qualquer debate, até porque já os fiz, mas… porque há muito mais futuro do que passado, prefiro trazer-vos o mar.
O mar que nos une mais que separa… o mar português, mar perdido, mar de lutas presentes e futuras.
O mar a propósito do debate que esta semana se realizou na Assembleia Legislativa da Região Autónomas dos Açores (ALRAA).
O mar será um dos temas, talvez o único, sobre o qual o espectro partidário e as organizações e instituições se reúnem num amplo consenso.
Todos nós: agentes políticos, académicos, pescadores, promotores turísticos, empresas de navegação, cidadãos organizados ou individualmente considerados; queremos proteger o nosso mar, estudá-lo, potenciá-lo, torná-lo um factor de atracção e desenvolvimento económico. Para os portugueses, muito natural e justamente, o mar está paulatinamente a retomar o carácter e desígnio nacional. Naturalmente porque detemos a maior linha de costa da União Europeia e uma das maiores zonas económicas exclusivas do Mundo, justamente porque foi pelo mar que Portugal procurou o que a Europa não lhe deu, nem quer dar, ou seja espaço de afirmação enquanto povo livre e soberano.
Da epopeia e expansão marítima portuguesa, feita à custa de atropelos à liberdade de outros povos não o esqueço, resultou um património que não é apenas histórico é, também científico, linguístico e potencialmente dinamizador de parcerias políticas e económicas de cooperação. Parcerias de cooperação que se não tivessem sido desbaratadas pela cegueira dos eurocentristas, poderiam ter-se constituído como um forte argumento nas negociações da adesão de Portugal à, então, CEE. Parcerias de cooperação que na actualidade continuam a ser desbaratadas, embora os cidadãos e as organizações as venham a promover. Quer por via da emigração, quer por via de parcerias de investimento, quer ainda por via de pontes de intercâmbio cultural promovidas quantas e quantas vezes à margem dos apoios oficiais.
Mas, voltemos ao presente sempre com os olhos postos no futuro. O mar e a economia do mar, apesar de o processo de integração europeia ter forçado Portugal à destruição da indústria da construção naval, das frotas de pesca e, mais tarde, nos ter retirado a soberania sobre a Zona Económica Exclusiva, o mar, como dizia, e toda as actividades potencialmente geradoras de riqueza pode constituir-se, de novo, num desígnio nacional, não com os contornos de outrora mas devidamente adequado aos nossos tempos e no respeito pelo direito internacional.
A pergunta que, no entanto, se coloca é: Como fazê-lo? Como transformar o mar e a economia do mar num desígnio nacional num cenário de perda de soberania, sem meios e, sobretudo, sem vontade política para renegociar o Tratado da UE que, desde logo, se afigura como a principal barreira a transpor!? Como?
Estas perplexidades não significam qualquer abandono da ideia que Portugal e, em particular a Região Autónoma dos Açores não se voltem para o mar, na procura do que a Europa nos nega e nos cobra.
Horta, 24 de Janeiro de 2011

Aníbal C. Pires, In Diário Insular, 26 de Janeiro de 2011, Angra do Heroísmo

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Agrywhite Poesia

Pois bem! Fui surripiar este texto a um dos blogues do AGRY, mais precisamente deste.
Julgo que é adequado ao momento de "regresso ao passaado, disfarçado de presente".

De que serve estar contra o fascismo – que se condena – se nada se diz contra o capitalismo que o origina?” (Bertolt Brecht)

percorra-se um território,
timidamente habitado
costumes brandos
santas alianças
rituais e obscuras
situacionistas
gerações de arrivistas
atoladas até à medula
na sordidez congénita
pregadores de intolerância
produtores de simulacros
de liberdade
ostracizadores da cultura
anestesistas de consciências
generalizadores do medo
décadas depois,
exalta-se a liberdade
cravos, paz e justiça
social
utopias e sonhos
promove-se o arrivismo
mediático
a ânsia de poder,
o tráfico indecoroso
a especulação
a mentira e a traição
o desemprego, a penúria
a precaridade colectiva
decapita-se a esperança
regressa-se ao passado
disfarçado de presente

AGRY WHITE

Por Portugal, com os portugueses

O mês de Janeiro despertou, ainda mais, os portugueses para a dura realidade que as medidas de austeridade impostas pelo PS e subscritas pelo PSD, devidamente abençoadas por Cavaco Silva, provocam no seu dia-a-dia.
A democracia portuguesa está doente, Portugal perdeu a sua soberania, o desemprego aumentou, os impostos subiram, os rendimentos do trabalho diminuíram, as desigualdades sociais acentuam-se, as micro, pequenas e médias empresas confrontam-se com o estrangulamento financeiro imposto pela banca e, com o efeito recessivo das medidas consagradas nos sucessivos PECs.
A aceitação tácita de que este é o único, o inevitável caminho para Portugal é a admissão de que este País e este povo não têm futuro enquanto projecto de construção colectiva.
O pensamento dominante instalado e com acesso à produção de informação, molda consciências, promove a descrença e provoca o sentimento de resignação. Mas, nem o momento nem o tempo são de indolência ou de renúncia. O tempo e o momento são de protesto e luta, protesto e luta por Portugal, pelos portugueses.
Luta por um Portugal mais justo, por um Portugal soberano, por um Portugal a produzir, por um Portugal independente, por um Portugal desenvolvido, por um Portugal democrático, um Portugal de paz e cooperação com os povos, luta por um Portugal liberto das grilhetas dos mercados financeiros.
Este é um tempo de acreditar e, sobretudo, de dizer não!
Não a quem “vendeu” este país e este povo a entidades abstractas e sem legitimidade democrática.
Este é um tempo de acreditar que Portugal e este povo têm um lugar na História enquanto país soberano e independente, acreditar que somos capazes de caminhar livres e donos do nosso futuro colectivo.
Este é um tempo de acreditar que as opções políticas podem ser diferentes.
As opções políticas podem e devem ser patrióticas, podem e devem ser pelo povo e com o povo, podem e devem ser pela valorização da produção nacional, podem e devem ser pela recuperação da soberania, podem e devem ser mais justas, podem e devem promover a justiça social, podem e devem promover uma equitativa distribuição da riqueza e dos sacrifícios, podem e devem ser: por Portugal, com os portugueses.
Ponta Delgada, 20 de Janeiro de 2011

Aníbal C. Pires, In A União, 23 de Janeiro de 2011, Angra do Heroísmo

sábado, 22 de janeiro de 2011

Dia de reflexão

Abstenção não é solução!



A mais bela síntese da Revolução de Abril pela voz do seu autor.
Para que não se fechem as portas que Abril abriu

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Evocação de Amílcar Cabral



Fica uma evocação musical a Amílcar Cabral, na voz de Tony Lima.

Eu voto Francisco Lopes

Imagens de uma campanha... imagens de um projecto político alternativo.



Para derrotar Cavaco Silva eu voto Francisco Lopes.

Amílcar Cabral


Passam hoje 38 anos sobre a morte de Amílcar Cabral. O "momentos" assinala esta efeméride prestando assim tributo ao líder que conduziu a luta armada, para a qual foi empurrado - quem fecha as portas à revolução pacífica abre as portas à revolução violenta - pela independência da Guiné e Cabo Verde.
Os caminhos do pós independência foram diversos para estes dois países para os quais Amílcar sonhava paz, prosperidade e justiça social e económica. Os herdeiros políticos de Amílcar Cabral destruíram quer em Cabo Verde, ainda que em menor grau, quer na Guiné Bissau, o seu projecto político e defraudam a cada dia o sonho e a utopia que mobilizou aqueles povos para se libertarem do colonialismo português.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Votar é protestar

O declínio da economia nacional, a descaracterização do regime democrático e ataque à soberania e independência nacional marcam, actualmente a dura realidade que se vive em Portugal. Mas a culpa não pode, nem deve morrer solteira. Ao longo de mais de três décadas o PS e os PSD com ou sem CDS/PP, partilharam alternadamente a governação em confronto com os valores de Abril e trilharam o caminho político que nos conduziu a esta situação de drama que afecta a generalidade da população portuguesa. Mais de 2 milhões de pobres, 700 mil desempregados, baixos salários e pensões de miséria, generalizada precariedade laboral, aumento da dependência externa, economia produtiva desmantelada e por aí fora. Portugal é hoje um país sem rumo sob o chicote dos “mercados”, subjugado pelo poder económico e financeiro que determina as políticas da União Europeia.
Não haverá muitos portugueses contentes com a situação de profunda desigualdade social que reina, com a corrupção, com os chorudos rendimentos dos administradores e gestores das empresas públicas, com os ricos cada vez mais ricos, os pobres cada vez mais pobres, com os despedimentos mas, sobretudo com a falta de respostas do poder político, dominado pelos partidos do bloco central (PS e PSD), para a resolução destes graves problemas. Os portugueses não estão satisfeitos e são cada vez mais os que protestam mas, muitos há resignados e adormecidos pela propaganda veiculada pela opinião dominante paga a peso de ouro, nas televisões, rádios e jornais, por quem tem interesse em aniquilar os projectos políticos alternativos, projectos transformadores identificados com os valores da Revolução de Abril e com a Constituição da República Portuguesa.
Pior que a inércia é a resignação! E, não estamos em tempo nem de indolências e muito menos de renúncias. O tempo é de protesto e luta por Portugal.
Um Portugal mais justo, um Portugal soberano, um Portugal a produzir, um Portugal independente, um Portugal desenvolvido, um Portugal democrático, um Portugal de paz e cooperação com os povos.
Dos projectos políticos associados às candidaturas presidenciais só o de Francisco Lopes se mostra disponível para a ruptura e mudança rumo a um futuro melhor para os portugueses e para Portugal.
Sem retirar mérito a todas as candidaturas que se apresentam a sufrágio quero deixar uma nota sobre as candidaturas claramente alinhadas com as políticas de direita que uns protagonizaram, outros subscreveram e apoiaram e outros se alimentam nela como agentes da economia da desgraça que graça em Portugal e no Mundo.
Fernando Nobre, Defensor Moura, Manuel Alegre e Cavaco Silva, de uma forma ou outra, com mais ou menos responsabilidade, estão indelevelmente ligados às forças políticas que conduziram os destinos de Portugal depois do I Governo Constitucional do pós-25 de Abril.
A candidatura de Francisco Lopes é a candidatura do protesto e da alternativa e a única capaz de dar um novo rumo a Portugal. Votar é também uma forma de protestar.
Vamos levar o protesto até ao voto.
Ponta Delgada, 18 de Janeiro de 2011

Aníbal C. Pires, In Diário Insular, 19 de Janeiro de 2011, Angra do Heroísmo

domingo, 16 de janeiro de 2011

Para esta noite

Este post devia ser colocado no "memórias" mas a música do Led Zeppelin não passa de moda, pelo menos cá em casa.



Podem encontrar aqui e aqui mais dois temas desta banda.
Uma boa semana para todos os visitantes do "momentos".

sábado, 15 de janeiro de 2011

Transformar a revolta em voto

As eleições presidenciais como outras de diferente natureza parecem distantes e sem grande significado para um largo número de eleitores mas, como diz a sabedoria popular: “nem tudo o que parece é”.
E não é o que parece! As eleições para o Parlamento Europeu serão, de todos os actos eleitorais, as que registam a maior abstenção, porém, mais do que em Lisboa, é em Bruxelas e Estrasburgo que se decide e conforma o nosso quotidiano.
A eleição do Presidente da República e sobretudo o exercício do mandato dentro do quadro constitucional não é, ao contrário do que por vezes nos querem fazer crer, de somenos importância. De onde resulta que a opção de voto que cada um de nós fará no dia 23 de Janeiro não se pode dissociar dos projectos políticos que cada um dos candidatos mais ou menos explicitamente representa.
Cavaco Silva e Manuel Alegre, bem vistas as coisas, não divergem sobre os caminhos para a saída da crise. São dois candidatos que representam projectos políticos em tudo semelhantes e ambos têm, em graus diferentes, responsabilidades na actual situação de profunda crise social, económica e financeira em que Portugal está mergulhado. O actual Presidente da República foi primeiro-ministro num tempo em que o país, pelas suas opções, desbaratou milhões e milhões de euros de fundos estruturais e, Manuel Alegre foi deputado desde sempre e até ao fim da anterior legislatura tendo subscrito, com o seu voto, todas as opções políticas do governo de José Sócrates.
Votar em Manuel Alegre ou em Cavaco Silva é votar em representantes de projectos políticos que destruíram a economia nacional e colocaram Portugal de cócoras perante essa entidade abstracta, sem rosto, nem legitimidade a que chamam mercados.
Portugal necessita de outras políticas e de outros protagonistas para se libertar das amarras dos especuladores. Os portugueses têm, a 23 de Janeiro, uma oportunidade de se insurgirem, revoltando-se contra estes vendilhões da soberania nacional e dar um sinal que pretendem um novo rumo para Portugal. Um caminho que valorize a produção nacional, um caminho de dinamização da economia produtiva, um caminho de valorização do trabalho e dos trabalhadores.
A candidatura de Francisco Lopes tem associado um projecto político de ruptura com as políticas de direita que o PSD de Cavaco e o PS de Alegre têm imposto a Portugal, a candidatura de Francisco Lopes é suportada por um projecto político patriótico e de esquerda, um projecto político de mudança.
O voto em Francisco Lopes não é um cheque (voto) em branco e a abstenção não é solução.
Insurja-se! Leve a sua revolta até ao voto em Francisco Lopes.
Ponta Delgada, 13 de Janeiro de 2011

Aníbal C. Pires, In A União, 15 e Janeiro de 2011, Angra do Heroísmo

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Viagem para Sul

Deixo alguns apontamentos fotográficos da visita que fiz esta semana à Ilha de Santa Maria. As palavras, para além das que produzi no balanço da visita, ficarão para outra oportunidade.

Ao alvorecer rumo a Sul
Nos céus dos Açores em aproximação à Ilha de Santa Maria
A manhã clareia com os primeiros raios de Sol e a ilha desperta da noite para acolher os viajantes que cruzam o Atlântico Norte.

Pequenos charcos pontilham reflectindo a ténue luz do alvorecer em sinal de farto consolo do chão onde as meloas e os nabos aquirem propriedades organolépticas únicas.

No lugar da Maia. Um dos mais belos lugares deste arquipélago onde a paisagem natural e humanizada surpreendem  pela beleza, equilíbrio e engenho.

Sentinelas do oceano. Farol da Maia - Ilha de Santa Maria

Cada palmo de terra entre os muros dos currais encerra a vinha que os marienses laboriosamente cultivaram.

Nesta paisagem telúrica transformada pelo Homem a água precipita-se na escarpa em direcção ao mar... ali tão perto.

Queda de água de "Aveiro" - lugar da Maia, Santa Maria

domingo, 9 de janeiro de 2011

Para este Domingo

A emigração foi (é) uma válvula de escape social. Portugal viu os seus campos ficarem sem homens. Homens que foram atrás do sonho que a Pátria madrasta lhes roubava.
Esta canção fala-nos disso mesmo dos anos 60 e da emigração portuguesa.
A voz é de Adriano Correia de Oliveira um dos tais cantadores a que me referia no post anterior.



Em 2011 Portugal continua a ter pouco que oferecer aos seus filhos e filhas e não faltam por aí alguns "iluminados" a apresentarem a emigração como uma solução para o problema do emprego e da economia nacional.
Triste fado o nosso!

sábado, 8 de janeiro de 2011

O Cantador

São cantadores que fazem da cantiga uma arma. Zeca Medeiros é um desses cantadores aqui numa interpretação com Uxia e Dulce Pontes numa Gala de Homenagem ao Cantador - José Afonso.


Daqui podem partir à descoberta de muitos outros cantadores que, como José Afonso, fizeram e fazem da palavra e da música uma forma de luta contra a injustiça que graça. 

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Pontos de vista

Ao passar os olhos pelos jornais de hoje e colocando de lado os títulos que falam de um país virtual centrei a atenção em dois ou três artigos que constatam evidências, e confirmam previsões à muito anunciadas por quem tem da política um visão de rigor e alertou, em devido tempo, para os efeitos das opções tomadas, pelo sempre presente, bloco central que tem governado Portugal.
A destruição do sector produtivo desde a elementar agricultura, elementar no sentido da sua importância para garantir a soberania alimentar, aos sectores extractivos e transformadores. E, com base nisto dizem-nos com desfaçatez: o país modernizou-se! E para sustentar a afirmação desta modernidade que, segundo alguns, caracteriza Portugal dão como indicadores intocáveis a diminuição da população activa nos sectores primário e secundário e a terciarização da economia nacional, os infindáveis quilómetros de auto-estradas, o número de grandes superfícies comerciais e telemóveis por habitante.
Pontos de vista e, cada um tem o seu. Eu também considero que sim, que Portugal se modernizou e, segundo o meu ponto de vista, após estes quase 37 anos que são passados sobre a Revolução de Abril reconheço, sem qualquer esforço que Portugal é hoje um país diferente e melhor embora, para sustentar esta afirmação utilize outros indicadores como por exemplo: o acesso universal à saúde e à educação que teve como consequência a diminuição da taxa de mortalidade infantil e o aumento da esperança de vida, a redução do analfabetismo para valores residuais e o aumento generalizado das qualificações profissionais e académicas da população activa, a garantia de acesso por toda a população portuguesa a água potável e a energia eléctrica, o fim das discriminações de género, pelo menos no Código Civil, a descolonização mesmo considerando todos os erros que se podem associar ao processo, a consagração das autonomias regionais, etc.
Mas Portugal, fruto da governação bipolar aqui e além aberta ao triângulo amoroso cujos vértices dão pelo nome simplificado de: PS, PSD e CDS/PP; está muito distante dos objectivos definidos pelo Movimento que deu corpo à Revolução de Abril, os chamados 3 Ds – Democratizar, Descolonizar e Desenvolver. Destes objectivos apenas a descolonização foi integralmente cumprida pois, quanto à democracia todos sabemos quais são as suas actuais características e quanto ao desenvolvimento tenho, igualmente, muitas dúvidas apesar de reconhecer, como já reconheci, os importantes avanços sociais que se verificaram depois de Abril de 74.
Em bom rigor não posso considerar que um país em que 20% da população vive abaixo do limiar da pobreza e que conta com 700 mil desempregados, indicadores que face às decisões tomadas a três tempos durante o ano de 2010 só podem vir a agravar-se durante 2011 e por aí adiante, seja um país moderno, a não ser que, como alguns analistas afirmam, este seja o preço que temos e pagar pela modernidade o que, do meu ponto de vista, não é aceitável.
Bem mas voltando às notícias a que me referi no primeiro parágrafo. Um dos matutinos diz que a situação das famílias portuguesas é ainda mais difícil devido ao aumento de preços dos alimentos, um outro divulga números do EUROSTAT sobre uma acentuada quebra, em Portugal, no comércio a retalho que se verificou no mês de Novembro último.
Estavam à espera de quê!?
Ponta Delgada, 06 de Janeiro de 2011

Aníbal C. Pires, In A União, 07 de Janeiro de 2011, Angra do Heroísmo

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Malangatana - 1936-2011


Soube agora por via do "Navegador Solidário": Morreu o pintor moçambicano Malangatana.


Fica a homenagem do "momentos" a esta figura incontornável das artes.

Insurgência informática

Um dos acontecimentos que marcaram os últimos meses e agitaram o Mundo foi, sem dúvida, a disponibilização na Internet, pela Wikileaks, de documentos “classificados”.
O conteúdo da maioria dos documentos divulgados, sem qualquer edição, não me surpreenderam particularmente, apenas vieram confirmar aquilo que já sabia ou suspeitava mas que as instituições e corporações mediáticas teimavam em branquear, aliás o esforço dos órgãos de informação ditos de referência foi sempre o de contrariar qualquer tentativa de esclarecer suposições - não há fumo sem fogo –, e mesmo factos comprovados. Sobre esta atitude só há uma palavra para classificar o papel de quem tem por missão informar: lamentável.
Em nome do interesse público – pode ler-se: das corporações estado-unidenses - a arte da manipulação da informação atingiu um nível de perfeição e eficácia assustadores. A generalidade dos cidadãos deste planeta tem, sobre os acontecimentos que marcaram os últimos anos da nossa vida colectiva, uma visão unilateral e, mais grave ainda uma visão muito distante da realidade para o qual todos os dados e factos apontam.
É claro que o coro de vozes contra o procedimento dos insurgentes da Wikileaks recebeu, naturalmente, por parte das corporações mediáticas a respectiva ampliação. Pudera, o incómodo atingiu uma dimensão insuportável. Como é que foi possível!? Um grupo de rebeldes activistas desmascarou, não só os meandros do poder e do modus operandi da diplomacia estado-unidense, mas também a subserviência da generalidade das empresas da comunicação social aos interesses do império estado-unidense.
A globalização da informação através da Internet já permitia aceder a informação alternativa e ao cruzamento de informação oriunda de várias fontes possibilitando, assim, a formação de opinião livre, ou seja, liberta da ditadura dos telejornais e das primeiras páginas dos jornais e, digamos que era cada vez mais difícil ao poder e aos seus suportes de divulgação impor a visão unilateral e construída - manipuladora.
A Wikileaks vem, se não dar a machadada final, pelo menos dar um forte abanão às corporações mediáticas, ou seja, para continuarem a vender o produto terão de lhe acrescentar um fundo de verdade e, mormente a visão multilateral da história e das estórias que fazem a notícia, prática a que não estão habituados mas que terão de adoptar.
Ponta Delgada, 30 de Dezembro de 2010

Aníbal C. Pires, In Diário Insular, 05 de Janeiro de 2011, Angra do Heroísmo

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Buika... porque sim



Um tema, uma voz, uma interpretação... La Boheme por Concha Buika.
Para esta noite... porque sim.

3333 vítimas de cólera no Haiti

As autoridades sanitárias do Haiti divulgaram ontem, Domingo, que a cólera já tinha vitimado 3333 haitianos.
Passado quase um ano sobre o violento sismo que vitimou dezenas de milhares de haitianos os danos secundários prolongam o sofrimento daquele martirizado povo.

A foto foi tirada daqui

Se o sismo não podia ter sido evitado o mesmo não se pode dizer da epidemia de cólera que continua a ceifar vidas no Haiti.
Na fotografia uma médica das Brigadas Cubanas que permanecem no Haiti.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Re(a)cordando Sentires

Durante o mês de Dezembro de 2010 ao terminar uma visita ao Pico referi aqui, numa nota à margem a agradável surpresa da descoberta de uma qualidade até aí desconhecida de uma colega e amiga - Ângela Dâmaso. Neste primeiro dia do ano de 2011 partilho com os visitantes do "momentos" um dos temas, Chamateia, do CD Re(a)cordando Sentires ilustrado com fotos minhas e da Madalena.


Renovados votos de um BOM ANO de 2011 para a Ângela e para todos os que visitam este espaço.