segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Festa do Avante - 2015


É já no próximo fim-de-semana que, num espaço libertado das amarras do capitalismo e do imperialismo, se realiza a FESTA do AVANTE, edição de 2015.
O vídeo é assim como uma breve antecipação do que vai ser a FESTA.
FESTA do AVANTE! Não há FESTA como esta e, podes crer, mais ninguém te faz festas como esta.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Ao Jorge "Big"

Foto - Elsa Miranda
O Jorge, a quem os amigos carinhosamente chamavam Big, partiu para a viagem que todos nós um dia faremos.
Escrevi um texto, que andará por aí perdido na página oficial do geocaching, onde referindo-me ao Jorge o apelidei de “Bom Gigante” e era isso que este homem era, um homem de corpo e alma grande. Fica a memória de um bom amigo que amava a sua terra e por ela fez o que melhor sabia fazer, mostrou os seus encantos a quem nos visita e a muitos de nós que, vivendo na ilha do Arcanjo S. Miguel, não a conhecemos tão bem quanto julgamos.
O Jorge Gomes foi um dos pioneiros do “geocaching” em S. Miguel e nos Açores mas sobre isso alguém certamente se encarregará de lhe prestar o devido reconhecimento.
Até sempre “Bom Gigante” contigo continuaremos a calcorrear os trilhos de S. Miguel.

Aníbal C. Pires, Horta/Ponta Delgada, 28 de Agosto de 2015

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Alemães da Alemanha*


Foto retirada da internet

Aviso: O conteúdo e a linguagem utilizada neste texto podem ser considerados chocantes. As fotografias que ilustram o texto não estão nem direta nem indiretamente relacionadas com os "personagens", nem com o acontecimento descrito no texto.


No princípio da década de 80 do século passado, só parece não foi assim há tanto tempo, no período de pré-adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), hoje União Europeia (UE), deslocou-se à Região uma missão técnica, de entre outras, para preparar a entrada de Portugal nessa tal comunidade económica. Esta, a que me refiro neste texto, era uma equipa constituída por técnicos alemães e, ao que me foi dado apurar vinha avaliar o estado e as caraterísticas da agricultura açoriana. 
Durante a sua permanência nos Açores a missão alemã esteve instalada, durante alguns dias, na ilha do Pico. A delegação alemã fazia-se acompanhar por um intérprete, também ele de nacionalidade alemã.
E é sobre a formulação que o intérprete alterou para apresentar os seus compatriotas que esta curta estória versa.

No primeiro dia da visita de trabalho o intérprete apresentava a delegação dizendo aos interlocutores açorianos que, o grupo era composto por alemães e explicava a finalidade do trabalho que tinham vindo realizar.
No dia seguinte o intérprete ao apresentar a missão técnica da comunidade europeia apresentou a delegação como sendo de alemães da Alemanha ao que seguiu a habitual explicação sobre o propósito da visita e do encontro de trabalho.
A equipa alemã era, naturalmente, acompanhada por alguns quadros técnicos e políticos açorianos que estranharam aquela alteração feita pelo intérprete e a forma como enfatizava as palavras: são alemães da Alemanha; como se alguém duvidasse que aqueles cidadãos alemães não fossem da Alemanha.

imagem retirada da internet
Um dos cidadãos nacionais, mandatado pelos restantes, abordou discretamente o intérprete para desfazer qualquer equívoco que estivesse a prejudicar o bom ambiente que queriam manter com a delegação estrangeira e disse-lhe não ser necessária a formulação: são alemães da Alemanha; pois nos Açores e, certamente, no resto do país, todos sabiam que os alemães eram da Alemanha. O intérprete respondeu prontamente que sim, era necessário e justificou: ontem, no hotel onde estamos, apercebi-me que um grupo de portugueses, por certo pouco conhecedores da geografia e dos povos europeus, se tinha referido aos seus compatriotas como: aqueles alemães do caralho.

O cidadão português conseguiu, a custo, manter a postura e continuou a ouvir a explicação do intérprete. Nós não somos alemães do caralho, nem sei onde é esse lugar, mas para que não exista nenhuma confusão eu entendo que devo dizer: somos alemães da Alemanha para que ninguém pense que podemos ser alemães do caralho.

O português reprimiu a gargalhada, disfarçando como pôde. Só passados uns dias e algumas cervejas depois foi possível cultivar alguma proximidade com o intérprete e, então sim, explicar que não se tratava de desconhecimento, mas de uma forma de expressão que nem depreciativa chegava a ser. O intérprete para dar conta que tinha entendido a explicação disse: esta estória é do caralho.

Ao que se seguiram umas boas gargalhadas sempre regadas de cerveja e alimentadas com boa disposição e hospitalidade das gentes açorianas.

(*) pequena estória recolhida hoje na ilha do Pico

Horta, 26 de Agosto de 2015

 

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Transportes aéreos, as queixas, o presente e o futuro

Foto - Aníbal C. Pires
As queixas ouvem-se em todas as ilhas da Região. Nas rotas liberalizadas mudou tudo (Terceira e S. Miguel), desde logo o tarifário que vai de algumas dezenas de euros a muitas centenas dos mesmos euros, a oferta é variada mas, ainda assim, para quem necessita de viajar sem poder programar atempadamente, o que se ajusta ao perfil do passageiro ilhéu, nem o preço nem a disponibilidade de lugar satisfazem, o custo porque atinge várias centenas de euros (muito acima dos tais 134,00€ e nem todos temos disponibilidade de investir centenas ou mesmo milhares de euros para ir e vir à capital) e lugares não há. É o mercado a funcionar e a satisfazer quem já podia despender, sem que isso causasse mossa no orçamento familiar, do valor da anterior tarifa de residente, ou melhor beneficiando esse segmento da população (classe média alta) que paga a crédito, e depois é ressarcida do diferencial. As limitações à mobilidade continuam a existir para a maioria dos açorianos.
Nas gateways com obrigações de serviço público (OSP) e face à saída da TAP as queixas são mais do que muitas e as exigências voltam-se naturalmente para a SATA. Para quem quer sair ou entrar no Pico, Faial e Santa Maria nem a Internacional nem os encaminhamentos da Air Açores dão a devida resposta. Isto para não falar em todas as outras ilhas. Aí o drama é redobrado pois conseguir um lugar para ir a uma consulta ou tratamento médico, para uma viagem de negócios, ou por lazer, que também temos direito, só por milagre se consegue nos dias pretendidos.
Mas nada disto é novidade. Todos temos conhecimento desta realidade. Nem tudo é mau neste novo modelo de transportes aéreos, nem tudo o será enquanto a febre do Turismo não baixar alguns graus e se evidenciem algumas das desvantagens desta “massificação” do destino turístico micaelense.
Foto - Aníbal C. Pires
Mas tudo isto será, como fui afirmando ao longo dos últimos dois anos, objeto de uma cuidada análise quando assentar este natural entusiasmo de quem olha para hoje e não consegue perceber que o futuro, designadamente o do destino turístico, necessita ser acautelado.
O PS e o PSD dividem entre si a paternidade deste novo modelo de transporte aéreo e os seus benefícios, estranho é que quanto às queixas dos cidadãos e mesmo dos agentes económicos o PS fique quedo e mudo ou anuncie o que sabe que a SATA não consegue cumprir e, por outro lado, o PSD sacuda a água do capote e remeta a responsabilidade para a incapacidade da transportadora aérea regional.
O PCP nos Açores sempre defendeu a redução do tarifário do transporte aéreo para os residentes com um teto máximo, as tarifas abaixo desse teto máximo seriam, essas sim ditadas pelo funcionamento do mercado, aliás é bom lembrar que nada impedia (e nada impede) outras transportadoras de voarem para qualquer das gateways açorianas.
O PCP açores sempre se opôs, ao contrário do PS e do PSD, à privatização da ANA e da TAP e é bom não dissociar uma e outra coisa, ou seja, muito do que ouvimos de críticas e exigências do novo modelo de transporte aéreo nos Açores está intimamente ligado à privatização da ANA e da TAP.
Da ANA porque investimentos necessários e prometidos nas suas infraestruturas aeroportuárias, com exceção de Ponta Delgada, nunca se virão a concretizar, desde logo porque não há retorno nesses investimentos e, por outro lado, porque a estratégia é dar dimensão ao aeroporto de Ponta Delgada transformando-o, gradualmente, no hub açoriano para os transportes aéreos, aliás é bom que os faialenses, os picoenses e os marienses e, quiçá os terceirenses, comecem a questionar o PS e o PSD sobre essa estratégia que parecendo, de momento, fundar-se numa qualquer “teoria da conspiração”, se virá a concretizar à medida que mais e mais açorianos saiam dos Açores por Ponta Delgada ao invés de saírem da sua ilha, no caso do Pico, Faial, Santa Maria e Terceira.
Foto - Aníbal C. Pires
Da TAP porque a estratégia comercial de uma empresa privada, a não ser que lhe paguem do erário público, fixa-se nas rotas lucrativas e as rotas açorianas, com exceção de Ponta Delgada, são deficitárias atendendo à operação anual e não apenas ao pico do Verão.
Em jeito de conclusão diria que o PS e o PSD subscrevem este modelo de transporte aéreo e por ele têm de ser responsabilizados. O PS e o PSD subscreveram a privatização da ANA e da TAP e por isso devem ser responsabilizados.
Aos cidadãos exige-se uma atitude crítica que considere nas suas análises todas as variáveis envolvidas, como por exemplo, o facto de os pilotos terem de possuir certificações para poderem operar nos aeroportos do Pico e do Faial o que em nada facilita, por exemplo o recurso a ACMI para o reforço da operação, uma vez que como todos sabemos a frota de médio curso da SATA Internacional não chega para as “encomendas”. Ou ainda, que sejam devidamente equacionadas alternativas à adequação e diversificação da frota de médio curso se queremos, de facto, manter as 5 gateways abertas, servindo bem, a custo reduzido e sem apoio do erário público, ou seja, rentabilizando essas rotas.

domingo, 16 de agosto de 2015

Eva Carneiro - a abrir Agosto

Já vamos a meados de Agosto mas é sempre tempo (vale mais tarde do que nunca) de publicar um rosto a abrir cada mês que passa pelo “momentos”.
É como habitualmente um rosto de mulher. Mulher que se viu transportada para as manchetes dos OCS apenas porque fez aquilo que tinha de fazer. É médica e prestou assistência a quem no momento necessitava dela. Para além de ter sido afastada do lugar que ocupava na equipa técnica do Chelsea tem sido alvo de alguns comentários sexistas, logo menos dignos.














Eva Carneiro abre o mês de Agosto neste blogue em jeito de homenagem às mulheres que lutam. Não teço outros comentários sobre o incidente que a trouxe para a ribalta porque sobre isso nada há para dizer.