(...) Por eles - e para eles – foi o que escrevi. Pelo muito que sofrem e lutam. Pelo muito que sonham e esperam. Pelo muito que se negam a deixar-se vencer pelo sofrimento e pela injustiça e continuam esperando, certos de que, apesar de tudo e para além de tudo, dia virá em que as estrelas baixarão do Céu à Terra – às mãos, aos olhos, aos lábios, às almas de todos os homens – e para todos os homens haverá então na Terra a Paz, a Alegria, a Abundância, a Felicidade, a Liberdade, pelas quais, milénio após milénio, as multidões dos deserdados derramaram o sangue e sacrificaram a vida. Com eles. Com os homens todos – os autênticos homens – de todos os tempos.
Dias de Melo, Calheta de Nesquim, Alto da Rocha do canto da Baía, 23 de Agosto de 1973
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