quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Sobre “A Vida no Campo” de Joel Neto

Foto - Aníbal C. Pires
Aqui há tempos o Joel brindou-nos com o “Arquipélago”, Gostei e afirmei-o publicamente numa pequena publicação que fiz neste blogue (sim, cliquem AQUI).
“A Vida no Campo” não é um romance, nem sequer um livro de contos, diria eu que, como não sou expert nestas coisas da literatura, ou gosto ou não gosto. “A Vida no Campo” reúne assim como uma espécie de crónicas da ruralidade (re)descoberta por quem um dia foi ao encontro das oportunidades que a cidade tem para oferecer. Não uma cidade qualquer, foi para uma cidade única e fascinante para a maioria dos portugueses, mas também de muitos estrangeiros que procuram a luz única de Lisboa e tudo o que as vielas dos bairros populares que descem pelas colinas ou, as avenidas novas desenhadas pela modernidade têm para oferecer a quem por ali vive, trabalha ou simplesmente está de visita.
Na “Vida no Campo” as estórias sucedem-se ao ritmo do calendário, ora mergulhando nas memórias, ora relatando o quotidiano do lugar dos “Dois Caminhos” e as idas a Angra, sempre questionando e induzindo à reflexão do leitor. E o leitor sente-se parte, reconhece-se e pergunta-se se valerá a pena, quando tudo pode ser tão mais simples, sem ser simplista. Quando tudo pode ser melhor, muito melhor do que vaguear entre tantas outras personagens construídas pela vida na cidade. Personagens urbanas despojadas de humanidade e tantas vezes, despojadas da própria urbanidade que lhe devia ser intrínseca.
Costuma dizer-se que o bom filho a casa volta, o Joel em boa hora regressou à vida no campo.

Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 16 de Agosto de 2016

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