domingo, 14 de setembro de 2025

Casa-Mãe, de Paula Cabral

Acabei de ler, de uma só vez, Casa-Mãe, de Paula Cabral, integrado numa coleção sob a responsabilidade editorial de Vamberto Freitas e publicado pela Letras Lavadas.

Não costumo escrever sobre tudo o que leio, mas neste caso senti necessidade de deixar um breve registo. À medida que avançava na leitura, fui formulando ideias e impressões que merecem ser partilhadas, não como crítica literária, mas apenas como a experiência de um leitor atento.

Paula Cabral conduz-nos numa viagem intimista pelas memórias e afetos que nutre pelos lugares e pelas pessoas da sua vida, sem nunca deixar de olhar, com espírito crítico, para o que a rodeia: a rua onde vive, a cidade que habita, os Açores, Portugal e o mundo. Partilha connosco sentires, inquietações e também incómodos pessoais e profissionais. É professora, e isso deixa marcas no olhar que nos oferece.


Ao longo do livro, surgem temas que atravessam a vida coletiva e individual: a emigração que afetou tantas famílias açorianas, a religiosidade, a centralidade da família, a freguesia de Pico da Pedra, mas também a condição das mulheres, alicerce familiar e, sobretudo, sujeitos de transformação social.

Casa-Mãe é, assim, um testemunho que se enraíza no íntimo e ao mesmo tempo se abre ao universal. A leitura foi prazerosa e fico grato pela partilha.

Obrigado, Paula.


Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 14 de setembro de 2025


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