domingo, 4 de dezembro de 2016

Referência Universal

Eles bem gostavam, mas não é possível. Não é possível apagar-lhe o nome da história, nem é possível esconder os sucessos da revolução que, com outros, liderou.
Se era perfeito, Não seria. Se aquela ilha das Caraíbas é o paraíso na Terra, Não será. Mas quer ele, quer o seu Povo e o seu País são uma referência Universal. Quem o diz são os organismos internacionais, não sou eu. Quem o diz é o PNUD, é a UNESCO é a OMS, organismos imparciais, Sim imparciais porque eu quando falo de Fidel Castro e de Cuba sou parcial, Há muito tempo que tomei partido e não o escondo.
Ele foi sempre reconhecido pela coragem, resistência, determinação, cultura, inteligência, mas sobretudo, por ter sido capaz de lutar, até ao fim dos seus dias, por um Mundo melhor. E, os que lutam toda a vida são imprescindíveis à luta pela liberdade dos Povos, à luta pela libertação do indivíduo. Liberdade esse valor incomensurável que só se atinge pelo conhecimento e pela cultura, segundo o seu conterrâneo, José Marti. Principio que partilho por inteiro.
E foi isso que a revolução que ele iniciou e liderou se encarregou de fazer, ou não fosse José Marti a sua principal referência. Era um povo analfabeto, a revolução promoveu a alfabetização do povo, mas a revolução cubana não se ficou por aí. A revolução criou condições para a produção e a fruição cultural, e falamos de cultura popular e erudita. O Povo do seu País, não só está alfabetizado como é um Povo, reconhecidamente, culto.

Mas não foi só, nem é, na educação e na cultura que Cuba se notabilizou. É-o também na saúde, na investigação, nas políticas para a infância e juventude, É-o também na solidariedade internacionalista, quer no apoio às lutas de libertação dos povos subjugados pelo colonialismo, quer mais recentemente com o envio de missões humanitárias para todos os rincões do Mundo. Lembro que após a devastação provocada pelo furacão Katrina no Sul do Estados Unidos, Cuba não só foi o primeiro país a demonstrar a sua solidariedade para com as vítimas daquela catástrofe, como disponibilizou brigadas médicas para ajudar as populações, ajuda que não foi aceite. Foi assim no Haiti, foi assim durante a epidemia de ébola que afetou alguns países de África, foi e é assim. Onde é necessária ajuda humanitária e solidariedade internacionalista, Cuba está.
A morte de Fidel Castro provocou sentimentos diversos e contraditórios. Uns reconhecem e admiram o seu legado e prestam-lhe, por todo o Mundo, uma justa homenagem, apenas isso e não mais que isso.
Outros festejam-lhe a morte, morte que desejavam há muito, morte que centenas de vezes tentaram e outras tantas falharam. E o poder dominante tratou de acionar os seus acólitos para denegrirem e desvalorizarem o Homem e a Revolução, as televisões e os jornais trataram disso devidamente, o trabalho sujo foi complementado pela proliferação de aleivosidades nas redes sociais. Perfídias replicadas acriticamente pelas próprias vítimas desse poder oculto que uniformiza o pensamento e tenta aniquilar a diferença.

Para esses, para os que não sabem só ouviram dizer, mas que não se coíbem de regurgitar a propaganda imperialista socorro-me uma vez mais de uma frase de José Marti, hoje (ontem) trazida para as redes sociais pela mão da embaixadora de Cuba em Portugal, "Quando há muitos homens sem decoro, há sempre outros que têm em si mesmo o decoro de muitos homens".
Hasta Siempre Comandante



Ponta Delgada, 29 de Novembro de 2016

Aníbal C. Pires, In Diário Insular e Açores 9, 30 de Novembro de 2016

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