sexta-feira, 28 de julho de 2017

Dos transportes e das infraestruturas*

Foto by Aníbal C. Pires (Vila do Corvo)
A geografia doa Açores, quer no diz respeito à nossa localização global, quer no que concerne à dispersão e dimensão territorial, faz-nos depender dos transportes. A dependência de transportes que nos unam e liguem ao Mundo não é de hoje, é de sempre. Mas hoje, quase a entrar na terceira década do Século XXI, a questão dos transportes marítimos, veja-se lá, e aéreos continuam a motivar acesas, e por vezes interessantes, discussões. Discussões umas mais objetivas e pertinentes do que outras, mas em bom rigor elas, as discussões, sobre os transportes continuam bem vivas no espaço público e político regional e algumas merecem atenção, outras por infundamentadas e instrumentalizadas, nem por isso, mas ainda assim não podem nem devem ser ignoradas.
Muito foi feito nestas mais de quatro décadas de autonomia constitucional. Construíram-se as necessárias infraestruturas, sempre a multiplicar por nove, e registaram-se importantes avanços nas ligações marítimas e aéreas e no transporte de mercadorias e pessoas. Depois com o advento das novas tecnologias de informação e comunicação foi dado mais um importante avanço na quebra do isolamento a que este povo esteve sujeito desde os primórdios do povoamento.

Foto by Aníbal C. Pires (Porto da Horta)
Quanto às infraestruturas portuárias e aeroportuárias a sua localização foi, em grande parte, ditada pela orografia das nossas ilhas e por condicionantes meteorológicas . Em algumas das soluções adotadas, quanto à sua localização, salta à vista que não havia alternativa, ou era ali ou, não era. Mas também existem algumas situações que deviam ter merecido outra atenção e, sobretudo, capacidade de decisão política contra interesses, de momento, que, como se sabe, induziram decisões que não foram as mais adequadas. E não me refiro apenas às infraestruturas construídas já depois de consagrada a autonomia constitucional.
Seja como for temos hoje uma Região dotada de infraestruturas portuárias e aeroportuárias que, no essencial, respondem às necessidades da Região. Ainda é cedo para abandonarem a leitura do texto, Claro que existem e subsistem problemas de operacionalidade com algumas das infraestruturas, quer portuárias, quer aeroportuárias, e lá chegarei. Pelo menos é o que pretendo, embora tenha consciência que a minha opinião poderá gerar alguma controvérsia.

Foto by Aníbal C. Pires (vista aérea do aeroporto de S. Jorge)


Da localização nada há a fazer. Julgo que a ninguém, em seu perfeito juízo, passará pela ideia mudar a localização dos portos e aeroportos da Região. Quanto às melhorias operacionais, certamente que sim, mas sem megalomanias ou tiques de novo-riquismo.



(Continuará brevemente)



Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 27 de Julho de 2017

(*) Este texto, surge na sequência de um outro, que podem consultar aqui. Outros textos se seguirão porque o assunto é vasto e controverso.

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