sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Tributo a Che Guevara

Passam hoje 42 anos sobre o assassinato de Ernesto Che Guevara.

Fica aqui o tributo do "momentos" ao Comandante Che Guevara.
A tua memória perdura.
Hasta Siempre Comandante!

Contributos solidários

O Manuel Freire e o Samuel Quedas (Cantigueiro) estiveram ontem no Teatro Faialense numa festa comício da CDU.
Bons e solidários amigos que nunca trocaram as ideias por um prato de lentilhas.
Bons e solidários amigos que fazem da palavra e da música uma arma.
Bem hajam!

Não disponho de outro registo vídeo. Fica esta interpretação de "A Lágrima de Preta", de Antonio Gedeão numa comemoração do 25 de Abril, em Santarém.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Omeletas em S. João dos Angolares

As eleições para as autarquias locais são, pela sua natureza, mais envolventes e mais participadas, desde logo, pelo número de candidatos envolvidos, mas também, pela aproximação aos problemas locais e aos interesses e anseios das comunidades rurais e urbanas. Excluo desta reflexão as grandes urbes pois, nesse caso as disputas confundem-se com a macro política. Em Lisboa e no Porto, ou mesmo em Ponta Delgada ou Angra do Heroísmo, está muito mais em causa do que os projectos autárquicos colocados a sufrágio popular.
Mas, se por um lado, as eleições autárquicas têm um cariz democrático inegável, são também as eleições para o poder local que tornam mais visível o uso e abuso dos poderes, o clientelismo e o caciquismo, que por vezes configura crime punível por lei. A coacção sobre os eleitores nalguns casos pode chegar à compra de votos.
Nas últimas eleições autárquicas chegou ao meu conhecimento que um candidato a uma freguesia pagava os votos mediante a apresentação de uma foto do boletim depois de assinalada a intenção de voto (registada com o telemóvel). É claro que quem me facultou a informação não se mostrou disponível para testemunhar publicamente este inovador método de comprar a liberdade dos cidadãos. Porque será?
Quando tive conhecimento desta estória, passada numa das nossas ilhas em 2005, veio-me à lembrança uma outra, também insular mas, mais antiga e mais a Sul.
Em Setembro de 2001 cheguei a S. Tomé e Príncipe um dia depois da tomada de posse do então eleito Presidente daquele país. Alguns dias depois na Roça de S. João encontrei-me ocasionalmente com um dos quadros políticos apoiante da candidatura presidencial que tinha saído derrotada. Depois dos primeiros momentos de conhecimento e já num ambiente descontraído, lá perguntei como é que o candidato apoiado pelo partido que detinha a maioria parlamentar e assumia o poder executivo tinha sido derrotado. A resposta foi simples e directa: A meio da última semana de campanha já não tínhamos dólares para dar às pessoas e aos outros nunca faltou dinheiro.
Dólares!? - Sim. Dólares. Compraram-se votos com dólares!? Sim. Claro que sim. Fiquei estupefacto. Bem! Estamos em África e num dos países mais pobres do Mundo. Pensei para comigo enquanto recuperava do choque. Foi o dinheiro, não o projecto político que decidiu aquela eleição assim não admira que este paraíso tropical esteja nos últimos lugares da tabela Mundial no que diz respeito à pobreza e ao desenvolvimento.
A conversa foi muito elucidativa e a estória é longa não cabe neste espaço, quem sabe talvez um dia sobre tempo e lugar para contar esta e outras estórias.
Na nossa democracia de país primeiro-mundista comprar votos com dinheiro não é uma prática comum. Logo não precisamos de observadores internacionais para validarem os nossos actos eleitorais. Mas… vá-se lá saber porquê, em tempo de eleições vem-me à lembrança aquela tarde em S. João dos Angolares à volta de uma salada de búzios do mar e duma omeleta de folhas de micocó (planta afrodisíaca) tudo regado com criolas (cerveja santomense) geladas e uma esclarecedora conversa sobre campanhas eleitorais.
Aníbal C. Pires, IN A UNIÃO, Angra do Heroísmo, 08 de Outubro de 2009

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Tributo a Amália

Passam dez anos sobre amorte de Amália Rodrigues.
"momentos" deixa aqui o seu tributo à MULHER.


E à FADISTA que tão bem soube interpretar a alma portuguesa.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Para os viajantes

Aqui ficam as boas vindas aos viajantes. Numa canção que traduz, nos sons e nas palavras, toda a alma da cidade luz.
La Bohème, de Charles Aznavour.

domingo, 4 de outubro de 2009

La Negra - Pequena homenagem

Morreu hoje, em Buenos Aires, Mercedes Sosa (La Negra).
Fica aqui uma singela homenagem e a certeza que Mercedes Sosa continua viva no coração do seu povo e dos povos oprimidos do Mundo.
Hasta Siempre!

sábado, 3 de outubro de 2009

Tóxicos presidenciais e outros

Algo vai mal lá para os lados de Belém e ao contrário da opinião generalizada dos habitantes deste país julgo que existem razões de preocupação, desde logo porque Cavaco Silva não é um cidadão qualquer, Cavaco Silva é o Presidente da República Portuguesa e isso confere-lhe um estatuto que o coloca acima das meras querelas político-partidárias em tempo de eleições ou, em qualquer outro tempo político. Do Presidente da República esperamos, a todo o tempo, uma actuação imparcial e de arbitragem institucional, no restrito cumprimento das suas competências constitucionais.
A toxidade introduzida na campanha eleitoral das legislativas pelo denominado caso da “escutas” à Presidência da República, o silêncio presidencial que durou até ao início da campanha para as autárquicas, os “timings” dos vetos e promulgações presidenciais são tudo menos rotinas de calendário ou ingenuidades de Cavaco Silva. Mas nem só a Presidência da República poluiu o espaço público nacional, outros protagonistas e outros poderes contaminaram a pré e a campanha eleitoral com “produtos tóxicos” que, não tendo todos o mesmo impacto e dimensão, tinham em comum o objectivo de afastar a atenção dos cidadãos. Os politólogos, analistas e comentadores foram alimentando e empolando o acessório, assim como uma espécie de especuladores bolsistas, deixando de fora da discussão e da análise as questões que verdadeiramente estavam à discussão.
Os resultados eleitorais aí estão a dar conta de quem nem tudo correu bem aos estrategas e assessores de marketing. O povo penalizou o que tinha de ser penalizado e derrotou o que tinha de ser derrotado demonstrando, aos mais cépticos, que a sabedoria dos eleitores vai muito para lá da erudição dos politólogos e respectivos sucedâneos que agora centram as suas análises na preocupação das condições de governabilidade face às maiorias aritméticas pondo de lado, uma vez mais, o essencial – a construção de plataformas de entendimento parlamentar com base em projectos políticos que correspondam à vontade expressa nas urnas pela maioria dos eleitores.
A governabilidade depende das opções políticas que vierem a ser traduzidas no programa do futuro governo. Programa que fruto dos resultados eleitorais não pode ser o decalque do programa eleitoral do PS. A maioria dos eleitores votou à esquerda mas é à direita que os apelos lineares da aritmética poderão ser mais fortes e simplificadores. As qualidades e opções políticas de José Sócrates, e deste PS, estão à prova agora que o diálogo tem de dar lugar à arrogância e a democracia pode funcionar em toda a sua plenitude se a vontade maioritária dos eleitores for respeitada. Se assim for a governabilidade está assegurada, se assim não for aprofunda-se o descrédito dos cidadãos e é a própria democracia que sai empobrecida.
O Presidente da República falou ao país. Se antes das palavras clarificadoras e elucidativas de Cavaco Silva o assunto configurava alguma gravidade e gerava muita expectativa agora, depois do cabal esclarecimento dos factos, a “coisa” eleva-se a nível de importância de assunto de Estado, embora a expectativa dos portugueses tenha baixado para um patamar que se pode situar entre o nada e a coisa nenhuma.
Como afirmei no primeiro parágrafo julgo existirem sérios motivos de apreensão na actuação presidencial e espero que do Palácio de Belém não continuem a emanar “produtos tóxicos” que contaminam a essência do sistema político, que é parlamentar, e prejudicam a democracia.
Ao Presidente da República cabe-lhe a arbitragem institucional e a defesa da Constituição. É dentro da fronteira constitucional que Cavaco Silva se deve ficar.
Aníbal C. Pires, Lisboa, IN A UNIÃO, 02 de Outubro de 2009, Angra do Heroísmo

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Conquista de todos os dias

Depois deste período de afastamento voluntário estou de regresso para continuar a partilhar opinião sobre o nosso quotidiano “glocal” e, mormente, perdoem se vos pareço pretensioso, a contribuir para a reflexão crítica do que nos envolve e conforma as nossas vidas, aliás à poucos dias aconteceu um desses momentos únicos em que a oportunidade esteve nas nossa mãos. As opções feitas individualmente no recato das assembleias de voto ditaram a conformação do nosso futuro próximo.
Os resultados eleitorais do passado determinaram, não sei bem o quê uma vez que estou a escrever quando faltam 3 dias para as eleições legislativas, não tenho dons premonitórios e, como tal, não arrisco qualquer vaticínio. Quanto ao que gostaria que se viesse a verificar não vale a pena sequer tecer quaisquer considerações pois julgo que os meus desejos eleitorais são do domínio público e esta foi, apenas, mais uma das muitas batalhas políticas que travei na luta incessante por uma sociedade mais justa e solidária.
A campanha eleitoral para as legislativas foi recheada de ruídos, estrategicamente introduzidos, para beneficiar eleitoralmente os partidos que desde o 1.º governo constitucional têm, alternadamente, governado o País e a Região. Os eleitores assistiram à discussão do acessório com claro prejuízo para a essência dos projectos políticos provocando, quiçá ardilosamente, o empobrecimento do debate político e o confronto de ideias. Ficam, todavia, os registos de promessas feitas e compromissos assumidos. Promessas e compromissos que os cidadãos têm obrigação de exigir que sejam rigorosa e escrupulosamente cumpridos. Exigência e vigilância que deve ser exercida desde já e ao longo do mandato que agora foi conferido aos novos deputados e ao governo que vier a ser empossado. A democracia pratica-se todos os dias. É assim como o treino dos atletas de alta competição, ou se treinam todos os dias com dedicação e empenhamento ou os resultados nunca serão bons, nem sequer aceitáveis.
A democracia portuguesa tem vindo a definhar por falta de exercício. Exercício dos direitos de cidadania e de participação política e, com essa demissão estamos a colocar em perigo a própria liberdade individual. Os sintomas do cerceamento e estiolamento da liberdade individual emergem sussurrados na precariedade que caracteriza as relações laborais ou, no avisado conselho de um colega que nos diz: olha que aqui trabalha um familiar de um assessor de fulano ou sicrano, por isso o melhor é estares quedo e mudo.A participação política e o exercício pleno da cidadania não podem reduzir-se ao acto de ir ou não ir votar. A participação política e o exercício pleno da cidadania tem de se tornar uma prática diária e entrar no nosso modo de vida. A democracia precisa de ser alimentada pela intervenção cívica e a liberdade é uma luta que se conquista todos os dias não é um bem perene.
Aníbal C. Pires, In Expresso das Nove, Ponta Delgada, 02 de Outubro de 2009

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Prenda para a Margarida

A melhor herança que posso transmitir aos meus filhos e netos é um legado imaterial.
Dos valores e os princípios com que pauto a minha vida.
De luta! E da esperança de que é possível… mudar o final.

Fica esta mensagem de Ana Carolina que sendo dirigida à sociedade brasileira é aplicável à humanidade.
Vamos mudar o final!

Um ano


Junto da neta (Margarida como a minha avó materna) que hoje completa o seu primeiro aniversário.