terça-feira, 14 de abril de 2015

Há dias, muitos dias assim

Foto - Madalena Pires
Só, mas de pé

Um manto de tristeza
Envolve-me, sufoca-me
E a minha alma
Chora
Porquê
Esta inquietação
Que me consome
Porquê
Esta angústia
Que me fustiga
Procuro   
Mas não encontro
A resposta 
Para as minhas inquietações
Nem as mezinhas
Para este tormento

Sinto em mim
Um vazio prenhe
De contradições
Prestes a detonar
Como um vulcão
Que se consome
Até se exaurir
Em poeira e cinzas

Vou continuar, só
Amparado às mágoas
Que me consomem o ser
Sem perder o rumo
Caminharei de pé
Até ao fim

Aníbal C. Pires, Horta, 13 de Abril de 2015

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