sábado, 1 de novembro de 2025

Rafeef Ziadah - a abrir novembro

Há mulheres cuja voz nasce da ferida e floresce na resistência, na luta e na esperança. Rafeef Ziadah é uma delas. Filha da Palestina, carrega na respiração a poeira das casas destruídas e o perfume das oliveiras que teimam em renascer. Fala com a força de quem aprendeu que cada palavra pode ser um muro contra o esquecimento e contra a barbárie genocida, um abrigo para um povo exilado na sua própria terra.

Quando diz “Ensinamos a vida, senhor”, é a vida inteira que se levanta, as mães que choram, semeiam e lutam, as crianças que brincam entre ruínas, os homens que sonham com o regresso. A sua voz não suplica: afirma. Faz da dor matéria de beleza, do amor à terra uma forma de dignidade e de luta.

Em Rafeef Ziadah, a poesia é fronteira, travessia e luta. É ferida e bálsamo. A sua palavra tem a limpidez da água e o peso da memória. E enquanto houver uma mulher palestiniana a dizer o nome da sua terra com esta clareza, a Palestina continuará viva, não apenas no mapa, mas no coração de quem escuta - viva no coração da humanidade.

“Ensinamos a vida, senhor — ensinamos a vida, mesmo depois de nos terem roubado o último céu.”

Rafeef Ziadah


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