Cada vez é mais difícil encontrar um cidadão que tenha a coragem de afirmar publicamente que é directamente responsável por Portugal ter à frente do seu governo aquela figura cinzenta, tecnocrática, mal formada (pessoal e socialmente), arrogante, autoritária e que se faz acompanhar por ministros e secretários de estado que cultivam e copiam o seu estilo (refiro-me, como é óbvio, ao eng. Pinto de Sousa, vulgo José Sócrates). Quando olhamos para eles, parece que comeram e/ou beberam alguma coisa que os perturbou tal é a verborreia produzida, ou ainda como a Ministra da Educação que parece estar permanentemente a cheirar alguma coisa de que não gosta (será o perfume do Mário Nogueira?). Por outro lado, segundo estas figuras e os seus acólitos, as manifestações que um pouco por todo o país contestam as políticas são protagonizadas pelos comunistas, como se ser comunista fosse pecado ou os comunistas fossem portadores de algum vírus maligno, argumento que, tal como na ditadura que durante meio século entorpeceu o país e os portugueses, está a ser recuperado para a democracia portuguesa. Quanto à “democracia” que o eng. Pinto de Sousa cultiva, serve-se dos mesmos “papões” e fantasmas para justificar a crescente onda de descontentamento perante a sua governação. As semelhanças com o passado começam a ser preocupantes.
Depois… Bem! Depois, vêm as sondagens precioso instrumento de governação e de agenda política imprescindível ao engenheiro, ao ausente presidente de câmara, ao… ao… ao… (não é gaguez, é mesmo dificuldade), pois nem sei como categorizar essa figura da direita portuguesa conhecida como o Paulinho dos mercados e feiras e que costuma fazer comunicados de imprensa à hora dos telejornais das TV’s. Mas as sondagens, como dizia, ao contrário de reflectirem a contestação social e política, o descrédito no governo e no vazio da oposição mediática, não, paradoxalmente não! Pelos vistos, os portugueses têm uma “costela” masoquista, gostam de sofrer e de quem os fustigue com a chibata do poder autoritário. Confesso que não acredito nesta, embora haja quem desenvolva a teoria de que é uma das características do “ser português”!
Os estudos de opinião continuam a “retratar” uma imagem que não corresponde, por inteiro, à realidade que pulsa nas manifestações populares, nos e-mails mais sérios e mais jocosos que circulam no ciberespaço, nas conversas de café, enfim, um pouco por todo o lado e nos mais diversos suportes de comunicação.
Nas sondagens nada se altera a não ser o que convém! Ou seja, o PS continua a recolher o apoio da maioria, ainda que relativa, dos portugueses, o PSD, passado o período da “voz grossa” do novo líder, vai caindo pois o seu espaço político está ocupado pelo engenheiro, o BE cresce como cabe a qualquer consciência da maioria quando esta desce, o PCP mantém posições como convém ao poder, pois isto de dar protagonismo a quem faz oposição e propõe alternativas pode ser perigoso, e o CDS/PP perde, naturalmente, popularidade pois de popular, só mesmo o nome.
Não ponho em causa a honorabilidade dos técnicos nem os princípios científicos que enquadram estes estudos mas… deixem-me uma margem para duvidar dos resultados. É que, tal como o primeiro-ministro e os seus acólitos falam de um país que não existe, ou melhor falam apenas de uma parcela do país, também me quer parecer que as sondagens apenas “retratam” uma parte da opinião pública. Mas, mais do que especular sobre a confiabilidade das sondagens e estudos de opinião, importa olhar para os efeitos que os seus resultados provocam ou pretendem provocar na opinião pública nacional e a resignação será um dos resultados que se pretende atingir.
Mas há quem não vá em “balelas” e não se resigne! As populações em luta na defesa dos serviços de saúde públicos e os professores em defesa da Escola pública e da sua dignidade são disso um bom exemplo.
No caso da educação, tal como se verificou há pouco tempo na saúde e na cultura, os protagonistas estão à beira do fim mas, não nos deixemos iludir com a substituição dos protagonistas porque, necessário mesmo é mudar as políticas.
Resignar-me… Não, muito obrigado!
Aníbal C. Pires, Lisboa, 01 de Março de 2008
Depois… Bem! Depois, vêm as sondagens precioso instrumento de governação e de agenda política imprescindível ao engenheiro, ao ausente presidente de câmara, ao… ao… ao… (não é gaguez, é mesmo dificuldade), pois nem sei como categorizar essa figura da direita portuguesa conhecida como o Paulinho dos mercados e feiras e que costuma fazer comunicados de imprensa à hora dos telejornais das TV’s. Mas as sondagens, como dizia, ao contrário de reflectirem a contestação social e política, o descrédito no governo e no vazio da oposição mediática, não, paradoxalmente não! Pelos vistos, os portugueses têm uma “costela” masoquista, gostam de sofrer e de quem os fustigue com a chibata do poder autoritário. Confesso que não acredito nesta, embora haja quem desenvolva a teoria de que é uma das características do “ser português”!
Os estudos de opinião continuam a “retratar” uma imagem que não corresponde, por inteiro, à realidade que pulsa nas manifestações populares, nos e-mails mais sérios e mais jocosos que circulam no ciberespaço, nas conversas de café, enfim, um pouco por todo o lado e nos mais diversos suportes de comunicação.
Nas sondagens nada se altera a não ser o que convém! Ou seja, o PS continua a recolher o apoio da maioria, ainda que relativa, dos portugueses, o PSD, passado o período da “voz grossa” do novo líder, vai caindo pois o seu espaço político está ocupado pelo engenheiro, o BE cresce como cabe a qualquer consciência da maioria quando esta desce, o PCP mantém posições como convém ao poder, pois isto de dar protagonismo a quem faz oposição e propõe alternativas pode ser perigoso, e o CDS/PP perde, naturalmente, popularidade pois de popular, só mesmo o nome.
Não ponho em causa a honorabilidade dos técnicos nem os princípios científicos que enquadram estes estudos mas… deixem-me uma margem para duvidar dos resultados. É que, tal como o primeiro-ministro e os seus acólitos falam de um país que não existe, ou melhor falam apenas de uma parcela do país, também me quer parecer que as sondagens apenas “retratam” uma parte da opinião pública. Mas, mais do que especular sobre a confiabilidade das sondagens e estudos de opinião, importa olhar para os efeitos que os seus resultados provocam ou pretendem provocar na opinião pública nacional e a resignação será um dos resultados que se pretende atingir.
Mas há quem não vá em “balelas” e não se resigne! As populações em luta na defesa dos serviços de saúde públicos e os professores em defesa da Escola pública e da sua dignidade são disso um bom exemplo.
No caso da educação, tal como se verificou há pouco tempo na saúde e na cultura, os protagonistas estão à beira do fim mas, não nos deixemos iludir com a substituição dos protagonistas porque, necessário mesmo é mudar as políticas.
Resignar-me… Não, muito obrigado!
Aníbal C. Pires, Lisboa, 01 de Março de 2008
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