As manifestações de fé do povo açoriano e as suas peculiaridades estão, segundo alguns autores, estritamente ligadas aos cíclicos e violentos cataclismos naturais de origem vulcânica e sísmica e, sem dúvida que a religiosidade deste povo ilhéu é um dos pilares da sua identidade.
A transversalidade da devoção ilimitada ao Divino Espírito Santo e ao Senhor Santo Cristo dos Milagres que ultrapassa as fronteiras das ilhas e as Romarias Quaresmais, estas confinadas à Ilha de Miguel, constituem uma demonstração de fé com características únicas nos Açores e em Portugal.
Se a devoção ao Senhor Santo Cristo dos Milagres atravessa toda a sociedade açoriana residente e da “diáspora” é, sem dúvida, no culto do Divino Espírito Santo que a religiosidade dos açorianos mais genuinamente se manifesta.
Embora existam algumas referências a festividades com características similares noutros contextos – designadamente em França – as Festas do Espírito Santo constituem em grande medida um traço específico da cultura popular portuguesa.
A sua origem, segundo alguns autores e de acordo com um conjunto de narrativas eclesiásticas seiscentistas, é geralmente situada no séc. XIV, em Alenquer, e atribuída à Rainha Santa Isabel.
Tendo conhecido no continente português uma ampla difusão – particularmente no centro e sul – as Festas do Espírito Santo irradiaram para os territórios povoados e colonizados pelos portugueses.
Mas foi aqui, no arquipélago dos Açores, que as festas em louvor do “Divino” conheceram um desenvolvimento mais importante e onde guardam intacta a sua relevância.
As festas do Espírito Santo, enquanto conjunto de manifestações culturais, memórias e tradições, são partilhadas por todos os açorianos e constituem um dos maiores senão o maior sustentáculo de uma identidade açoriana.
O culto do Divino do Espírito Santo é comum a toda a Região e às comunidades de emigrantes açorianos, em particular as dos Estados Unidos, Canadá e Sul do Brasil.
1 comentário:
Caro colega as Romarias Quaresmais já não são exclusivas da Ilha de S. Miguel. Nos últimos anos já realizaram Romarias na Ilha Terceira.
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