sexta-feira, 11 de abril de 2008

Inaceitável!

Todos os residentes nos Açores compreendem que as intempéries por vezes pregam algumas partidas e a chegada pode não ser exactamente na data e hora previstas. Nada a fazer contra as condições meteorológicas adversas a não ser esperar (e exigir) que as transportadoras aéreas façam aquilo que têm de fazer: cumpram as normas de segurança e garantam os direitos dos passageiros.
Assim devia ser, mas a impreparação da generalidade das companhias aéreas para lidar com as contingências do mau tempo - que por vezes deixa centenas de pessoas em terra e à beira de um ataque de nervos com a leviandade e ligeireza com que são “abandonadas horas e horas à sua sorte no desconforto e impessoalidade das aerogares - é inaceitável.
Acerca de uma semana quando faltavam cerca de 30mn para a ansiada chegada a Ponta Delgada o comandante do voo S4 129 informou os passageiros que as condições atmosféricas em Ponta Delgada não permitiam a aterragem e que o regresso a Lisboa era inevitável. Conformados e aliviados pois todos tínhamos consciência, quando partimos, que só com uma acelerada dinâmica dos céus açorianos a tempestade que assolava as ilhas nos deixaria chegar ao nosso destino.
À chegada a Lisboa e quando esperávamos um rosto da SATA para nos informar de qual o nosso destino para as próximas horas eis que temos como interlocutores duas imberbes e inoperantes funcionárias com o uniforme da TAP mas, em representação da Groundforce (companhia de handling que resultou da segmentação da TAP). Fomos informados que seriámos alojados num hotel da Costa da Caparica e que teríamos de estar às 7h da madrugada no Aeroporto pois a reposição do voo estava prevista para as 9h. Passada uma hora à espera e após muita pressão lá apareceu a bagagem dos 88 passageiros que por essa altura já estavam em desespero pela inoperância do sistema, pela incompreendida ida para a Costa da Caparica àquela hora da madrugada (1h 15mn) e, sobretudo, por não terem ali um interlocutor da SATA capacitado para tomar decisões. Entrados depois das 2h no hotel de onde saímos pelas 6h 30mn para o Terminal 2, ali permanecendo em situação de “detenção/prisão”, às ordens da SATA, até cerca das 17h, hora a que o embarque se efectuou e reiniciámos viagem para Ponta Delgada.
É lamentável e inaceitável que uma companhia aérea que culturalmente é açoriana não esteja devidamente preparada para lidar com situações que, nos Açores, não são meras contingências face à frequência com que o tempo nos prega partidas, impedindo-as.

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