Há coisas que só mesmo vendo para crer e eu que até não sou, por natureza, um céptico. Mas esta… só mesmo vendo.
Ontem quando entrei na sala de aula deparei com duas jovens de bata branca e com um estendal de frascos e frasquinhos, sacos e saquinhos em cima daquilo que costuma ser a mesa que me serve de suporte durante a actividade lectiva.
Primeiro julguei que me tinha enganado! Estava meio combalido por uma virose que me atormentou nos últimos dias e era o primeiro dia de aulas após a interrupção da Páscoa e nada mais natural do que um engano.
Mas não! Era mesmo ali as meninas lá se encarregaram de me dizer que podia entrar.
Depois de saber quem eram e ao que vinham lá fui abrir a porta aos alunos que foram entrando a conta gotas. São alunos do tal PERE e nem aos outros quanto mais a estes se pode recusar a entrada, não vá o diabo tecê-las.
Bem! Vamos lá ao que interessa e deixemos o acessório.
As meninas são de uma organização que tem um protocolo com o Governo e estavam ali para fazer uma acção de prevenção sobre o consumo de álcool.
Muito bem! Pensei para comigo cá está um dos tais “programinhas” do governo regional de “Prevenção Contra o Mau Uso e Abuso de Substâncias Psicoactivas”.
A abordagem foi interessante, as raparigas boas… comunicadoras, o conteúdo… mais ou menos quanto ao objectivo… Bem! Quanto ao objectivo depende do ponto de vista.
Se os objectivos forem:
- aprender a beber com moderação;
- aprender como é que podes prolongar o tempo até ficares completamente embriagado, dependendo da massa corporal, do género, ou dos alimentos sólidos que ingerires antes e/ou durante a ingestão de álcool.
Então, não tenho dúvidas, os objectivos foram completamente atingidos.
Parece brincadeira mas não é!
Nunca, em momento algum foi dito que o álcool não devia ser consumido. Ponto!
Aliás os exemplos referenciados às saídas com os amigos às sextas à noite, a um jantar uma festa, etc., foram sempre acompanhados com a frase: -“É claro que não vais beber leite ou água”.
Mas porque não!? O que não é obrigatório é ingerir bebidas alcoólicas. Agora água, sumos, refrigerantes… Porque não!?
Fiquei a perceber a profundidade e o rigor da designação do Programa do governo regional na prevenção primária das toxicodependências quando se refere ao mau uso. A forma como esta acção é ministrada demonstra que afinal há um bom uso.
Estou aí para ver quando vierem fazer a acção sobre o mau uso do haxixe, da cocaína e da heroína.
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