segunda-feira, 16 de março de 2009

Velas-Horta de "semi-rígido"

Não estava tempestuoso
Inspirava respeito e… algum receio
Do “Apneia” olhava a vastidão do canal
O Pico em frente, o Faial perdido na bruma
Vento Oeste levantava a vaga
A conversa corria entre o mar e o vento para afastar o temor da primeira vez.
- Pela manhã estava melhor.
- Pois é! Deviam ter vindo.
- O mestre Norberto lá terá as suas razões. Achou conveniente vir só à tarde.
- Quem vem é o Michael Costa.
- Saiu depois de almoço da Madalena e deve vir meio canal.
- Olha! Tás a ver?
- Lá pró meio do canal. Nesta direcção.
- Além!
- Sim, além ao longe.
- Não, não vejo
- Ah! Sim no cimo da vaga, já vi.
Por vezes apontava a proa ao céu para logo mergulhar na vaga e fugir do alcance da vista.
- Vamos!
No cais das Velas o Raimundo e o Francisco diziam:
- Se rumarem ao Cais do Pico vão sempre a apanhar com a vaga de estibordo
- Apanham a abrigada de terra e depois da Madalena se verá.
Mãos crispadas no apoio frontal.
Corpo tenso e o espírito aberto.
Logo que dobrámos a ponta do molhe o primeiro embate com a vaga.
Alguns minutos depois a confiança instalou-se e com ela o prazer de navegar com o Pico ali ao lado e o Faial a assomar da bruma.
- Olha! Já se consegue ver o recorte da Ponta da Espalamaca.
A vaga era agora mais alta e larga e a navegação adaptou-se-lhe.
A entrada na baía da Horta foi feita a grande velocidade até que a polícia marítima se acercou e ordenou que a circulação fosse feita a baixa velocidade.










Foram 22 milhas náuticas de emoção entre Velas de S. Jorge e a Horta no Faial.

1 comentário:

Tiago R. disse...

22 milhas perfeitamente inesquecíveis!

Navegar é preciso.