segunda-feira, 23 de março de 2009

Militantemente

Por mais que tente entender a paradoxal acção política de Paulo Casaca não consigo e garanto que tenho feito um enorme esforço para compreender a sua militância na defesa e evangelização das virtualidades da política externa dos Estados Unidos sendo, esta personalidade, um eurodeputado socialista e não um membro republicano do Congresso estado-unidense.
O percurso e intervenção política, do agora candidato antecipadamente vencido à Câmara Municipal de Ponta Delgada, só pode ser entendido à luz da sua fidelidade ideológica aos “falcões” do Pentágono e do poder económico que estas aves de rapina representam ou, então, à ausência de um esqueleto político. As duas hipóteses não são serão de todo inconciliáveis se considerarmos as palavras com que Paulo Casaca brindou a opinião pública regional e nacional nas declarações que fez no quadro do diferendo que mantém com um periódico nacional e durante a sua apresentação pública como candidato do PS à Câmara Municipal de Ponta Delgada e que representam um enorme contributo para a compreensão do seu posicionamento e percurso político.
A ausência de esqueleto político adequa-se à sua fidelidade a um quadro ideológico que é por definição invertebrado. Paulo Casaca ao contrário do que possa aparentar tem uma visão unilateral da história é um adepto da uniformização do pensamento e está barricado ao lado de José Sócrates e do “malhador” contra tudo o que mexa em direcção contrária. E, veja-se só, não se coíbe de papaguear os chefes na verbalização mistificadora da instrumentalização da luta de massas pelo PCP. O PCP não esconde a ninguém (basta ler os seus documentos) que a luta de massas é determinante para alterar o rumo das políticas que nos atiraram para a crise e que o continua a ser para travar a reconfiguração de um modelo financeiro e económico que faliu. Daí à instrumentalização… Enfim! Os mais de 200 mil não serão estúpidos. A hora é de transformar não de reconfigurar!
Não é apenas Jerónimo de Sousa que o diz! Basta pesquisar e facilmente se encontra a opinião de conceituados especialistas dos Estados Unidos e do Canadá, isto para não sair do continente norte-americano, que avisaram atempadamente e que, sobretudo, quando a bolha rebentou manifestaram a opinião de que estava criada a oportunidade para acabar de vez com o modelo financeiro virtual que só pode conduzir ciclicamente à recessão.
Anibal Pires, IN Açoriano Oriental, 23 de Março de 2009, Ponta Delgada

2 comentários:

Maria Margarida Silva disse...

“Os mais de 200.000 não serão estúpidos”, dizes tu e muito bem. E não venha o primeiro-ministro afirmar que foi uma manifestação instrumentalizada pelo PCP e BE. Essas 200.000 pessoas que saíram à rua não foram por acaso. Foram, sim, mostrar a sua indignação perante as políticas que este (des) governo tem vindo a executar. Foram, mais uma vez, dizer NÃO ao desemprego, ao trabalho precário, ao acréscimo dos juros, enfim, ao abuso desmedido que se instaurou na nossa sociedade.
O lucro líquido da EDP subiu 20% para 1,09 mil milhões de euros, em 2008, e a GALP atingiu lucros de 478 milhões de euros em 2008. Entretanto, os preços aumentam e de que maneira!
Os 200.000 foram exigir mudanças de politicas.
Mudar e transformar! A hora é agora!

samuel disse...

A dar-se o caso de sermos todos, de facto, "intrumentos", posso ser um violoncelo? É o meu preferido...

Haja paciência!

Abraço.