domingo, 6 de setembro de 2009

É de democracia e de liberdade que se trata

“Eu tenho um contrato de trabalho, não posso fazer comentários”. Esta foi a resposta de Manuela Moura Guedes às insistentes perguntas dos jornalistas que cobriram uma vigília de apoio, na sequência da sua suspensão do “Jornal Nacional”, à jornalista da TVI e pivot do popular noticiário das sextas-feiras.
A polémica à volta da suspensão da jornalista tem contornos políticos e económicos obscuros sobre os quais se tem especulado que baste e, seguramente, muito mais se irá explorar política e mediaticamente. Há, todavia, um facto que já é incontornável: quer ou não se goste da jornalista e da forma como aborda os conteúdos a liberdade de informação foi cerceada com esta medida de afastamento tomada pela administração do grupo económico que detém o controlo da TVI.
Este é apenas um exemplo de um(a) trabalhador(a) que por estar sujeito(a) a um contrato individual de trabalho se vê objectivamente impedido(a) de tomar posição e emitir opinião e, por conseguinte, transporta a questão para o plano dos direitos e da precariedade laborais. A defesa dos direitos cívicos não pode ser dissociada da defesa dos direitos laborais como este caso, nitidamente, demonstra.
A precariedade laboral que afecta os trabalhadores portugueses, sejam qualificados ou indiferenciados, limita o exercício dos seus direitos e cerceia a liberdade individual.
A defesa dos direitos laborais e sociais confunde-se com a luta em defesa da democracia e da liberdade.

5 comentários:

Maria Margarida Silva disse...

Olá, Aníbal!

Nunca “morri de amores” pela jornalista Manuela Moura Guedes. Posso até dizer que sempre foi uma pessoa que me “mexeu” com o meu sistema nervoso, quando, inadvertidamente a “apanhava”, escassos minutos, no seu popular noticiário das sextas-feiras. Todavia, é como dizes e muito bem: “...quer ou não se goste da jornalista e da forma como aborda os conteúdos…”, a verdade é que a ameaça de desemprego e a precariedade que afectam muitos trabalhadores são problemas graves que têm de ser travados.

“A liberdade é um dos dons mais preciosos que o céu deu aos homens. Nada a iguala, nem os tesouros que a terra encerra no seu seio, nem os que o mar guarda nos seus abismos. Pela liberdade, tanto quanto pela honra, pode e deve aventurar-se a nossa vida.”

Miguel Cervantes in “Dom Quixote”

Um abraço.
margarida

Cascais1 disse...

O ataque de Anibal Pires à Srª Secretária da Educação, pessoa séria, honesta e que, em menos de um ano, já fez mais pela classe do que os sindicalistas comunistas todos a berrar, caiu muito mal.

Os professores não são tolos. Sabem onde está a seriedade e onde anda o aproveitamento politico.

Senti-me envergonhada.
Se estivesse no lugar dela tinha feito o mesmo: não lhe passava cartão.

Tiago R. disse...

Explique lá, afinal, o que é que a Secretária Regional fez pelos professores?

Impediu que os que adoecem possam ter uma boa avaliação?
Impõe horários e distribuições serviço ilegais?
Prepara-se para impôr a divisão entre professor titular e professor lixado?

Fez mais alguma coisa?

krakka12 disse...

Impediu que a miudagem estivesse sem aulas e os professores de atestado médico, a fazerem compras em Lisboa ou cruzeiros no Havaii.

Só por isto, valeu a pena o seu trabalho.

Tiago R. disse...

Ah! Finalmente vem ao de cima o seu ódio primário contra a classe dos professores!

Sorria! O Primeiro-Ministro, a Ministra da Educação e a SREF também são assim!