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A comunicação social enfrenta um conjunto de dificuldades que pode levar, a prazo, ao encerramento de alguns dos títulos da imprensa regional e, num cenário mais catastrófico ao encerramento de algumas das rádios locais. Cenário que não é desejável, mas que se nada for alterado não está, de todo, afastado da realidade.
Mas se da crise que se abateu sobre a Região e o País resultam algumas das dificuldades que pendem sobre os órgãos de comunicação social privados, não serão estas as principais dificuldades que o setor enfrenta.
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Ir ao sabor da corrente e seguir modelos que não se adequam ao que se espera da informação, seja escrita ou audiovisual, só pode ter efeitos nefastos. Efeitos talvez mais destrutivos que os da anemia económica que resultou da crise e que, sem dúvida, afetou profundamente as empresas privadas de comunicação social.
Nem o diagnóstico se confina ao que já disse atrás, nem tenho a pretensão de ser detentor de soluções ou verdades absolutas, contudo, tenho opinião sobre o assunto e preocupo-me, pois não gostaria de assistir ao fim de mais títulos da imprensa regional. Todos ficamos mais pobres quando encerra um jornal ou deixa de ser emitido o sinal de uma rádio local.
A comunicação social precisa reganhar a credibilidade e ao mesmo tempo coexistir, sem competir, com a plataforma dos 140 carateres. Mas também não pode ter como principal fonte de informação o Twitter, deixemos isso para Donald Trump, ou o Facebook, fontes de informação quantas vezes oriunda em perfis falsos e cujos objetivos são diversos, mas quase sempre perversos.
A comunicação social impressa, radiofónica e televisiva tem de encontrar o seu espaço próprio e um novo paradigma que seja distintivo do imediatismo abreviado das redes sociais.
Ponta Delgada, 17 de Abril de 2017
Aníbal C. Pires, In Diário Insular e Açores 9, 19 de Abril de 2017
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