quinta-feira, 5 de novembro de 2020

USA, diz que é uma democracia

Não direi todos, mas um número considerável de cidadãos, por todo o mundo, segue atentamente a (lenta) contagem dos votos da eleição para a presidência dos Estados Unidos.

Os resultados das eleições presidenciais nos Estados Unidos estão, ao que parece, em estado latente, mas muito perto de ser encerrada a contagem. 

Faltam quatro Estados (Nevada, Geórgia, Carolina do Norte e Pensilvânia) e Biden acumula mais votos populares e mais grandes eleitores (Colégio Eleitoral). 

Para o triunfo de Biden bastará a vitória no Nevada (6 grandes eleitores) onde verifica uma ligeira vantagem sobre Trump, mas não é seguro que se venha a confirmar pois, a diferença é residual e ainda faltam considerar 25% dos votos populares.

Não tenho nenhuma simpatia política nem por Biden nem por Trump, nem considero que algo de substancial possa mudar. Se Biden vier a ser o próximo presidente só mudará o estilo de comunicação boçal que carateriza Trump, para uma linguagem mais elaborada e requintada.

Seja qual for o próximo presidente da administração estado-unidense não vislumbro alterações de monta nas políticas interna e externa. Vai governar, quem sempre governou, apenas muda o porta-voz. 

Face ao clima de pressão que se instalou antes e depois do ato eleitoral, face à demora no conhecimento dos resultados finais, face ao próprio sistema eleitoral (a eleição não resulta diretamente do voto popular), face ao clima de conflitualidade latente nas ruas das principais cidades estado-unidenses julgo ser legítimo perguntar:

- Porque não foram enviados observadores internacionais, sob a égide das Nações Unidas, para acompanhar e fiscalizar as eleições nos EUA!?

- Justifica-se, ou não, uma intervenção estrangeira, sob a égide das Nações Unidas, para repor a legalidade democrática, ou seja, defender os interesses estado-unidenses naquela zona do globo!?

Enfim! São os “states” e as suas particularidades políticas. São os “states” que alguma intelectualidade de esquerda tem como referência de democracia.

Mais interessante é o olhar sobre as eleições (que decorreram em simultâneo) para as duas câmaras do Congresso. Um olhar que ficará para outra oportunidade. 

Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 05 de Novembro de 2020


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