O generalizado descontentamento e o descrédito vivido na Região foi traduzido pela mais alta abstenção verificada em eleições regionais. Se os cidadãos eleitores que optaram por não votar não se tivessem demitido dos seus direitos os resultados eleitorais poderiam ter ditado um outro quadro parlamentar do qual poderia ter resultado a perda da maioria absoluta do PS Açores. Ainda assim, considero que não pode ser escamoteado o facto do PS Açores ter perdido 15 mil votos a que corresponde uma descida de 7%. Este resultado traduz descontentamento, pelas práticas políticas no exercício do poder e pela opção por um modelo de desenvolvimento que tem aprofundado as desigualdades na distribuição da riqueza e as assimetrias no desenvolvimento regional.
O resultado obtido pelo PS Açores garantindo-lhe, ainda assim, uma confortável maioria não pode ser apropriado por José Sócrates como se de uma vitória sua e das suas políticas se tratasse. A elevada taxa de abstenção e a acentuada descida, absoluta e relativa, do PS Açores traduzem, também, o descontentamento e a contestação às políticas nacionais levadas a cabo pelo PS de José Sócrates e que Carlos César, como ficou claro durante a campanha eleitoral, subscreve integralmente. Se o resultado eleitoral nas regionais da Madeira, uma expressiva derrota do PS Madeira, não podiam, nem deviam ser extrapoladas para o contexto nacional devido às suas especificidades, segundo o que José Sócrates afirmou na altura, também o resultado obtido pelo PS Açores, pela mesma ordem de razão, não podem, nem devem servir o “show-off” eleitoral de Sócrates na preparação do ciclo eleitoral de 2009.
O PSD Açores obteve o seu pior resultado de sempre, nada que não fosse expectável, e Costa Neves, seguindo a tradição de quem lidera projectos pessoais, demitiu-se. Quem se seguirá!? Um projecto do PSD Açores ao qual um rosto dará forma? Ou um rosto sem o conteúdo de um projecto colectivo!? O PSD (na Região e no País) mais do que problemas de liderança tem falta de espaço político pois, o PS de José Sócrates e de Carlos César tomaram-lhe de “assalto”, aquele que era tradicionalmente o seu espaço.
Julgo ser necessária uma clarificação ideológica no “centrão” mais do que a rotatividade de líderes.
O resultado obtido pelo PS Açores garantindo-lhe, ainda assim, uma confortável maioria não pode ser apropriado por José Sócrates como se de uma vitória sua e das suas políticas se tratasse. A elevada taxa de abstenção e a acentuada descida, absoluta e relativa, do PS Açores traduzem, também, o descontentamento e a contestação às políticas nacionais levadas a cabo pelo PS de José Sócrates e que Carlos César, como ficou claro durante a campanha eleitoral, subscreve integralmente. Se o resultado eleitoral nas regionais da Madeira, uma expressiva derrota do PS Madeira, não podiam, nem deviam ser extrapoladas para o contexto nacional devido às suas especificidades, segundo o que José Sócrates afirmou na altura, também o resultado obtido pelo PS Açores, pela mesma ordem de razão, não podem, nem devem servir o “show-off” eleitoral de Sócrates na preparação do ciclo eleitoral de 2009.
O PSD Açores obteve o seu pior resultado de sempre, nada que não fosse expectável, e Costa Neves, seguindo a tradição de quem lidera projectos pessoais, demitiu-se. Quem se seguirá!? Um projecto do PSD Açores ao qual um rosto dará forma? Ou um rosto sem o conteúdo de um projecto colectivo!? O PSD (na Região e no País) mais do que problemas de liderança tem falta de espaço político pois, o PS de José Sócrates e de Carlos César tomaram-lhe de “assalto”, aquele que era tradicionalmente o seu espaço.
Julgo ser necessária uma clarificação ideológica no “centrão” mais do que a rotatividade de líderes.
Isto sem qualquer desprimor para aquilo que as lideranças podem acrescentar de positivo aos projectos políticos.
IN, Açoriano Oriental, 27 de Outubro de 2008, Ponta Delgada
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