Ontem, enquanto a minha filha Catarina trazia para o seio da família a Margarida. A primeira neta, a primeira bisneta, a primeira sobrinha, a primeira sobrinha-neta que nasceu na maternidade Alfredo da Costa, por volta da 18 de Lisboa, eu calcorreei algumas artérias da baixa de Ponta Delgada uma acção de pré-campanha eleitoral. Embora por vezes sinta que estou a invadir o espaço íntimo das cidadãs e cidadãos a verdade é que me dá algum prazer falar com as pessoas, trocar ideias, argumentar, etc. Mas esta actividade vale, sobretudo, pelo que se aprende ouvindo as pessoas.
Logo no início da acção, ainda com a emoção da notícia e a tranquilidade de que quer a minha filha, quer a minha neta, estavam bem, uma das candidatas da CDU veio junto de mim solicitar que eu me aproximasse de três jovens raparigas porque me queriam fazer uma pergunta. Lá fui!
A pergunta era: – Então se ganhar as eleições vai implementar a “ditadura do proletariado”!?
A resposta naturalmente foi: - Não. E depois expliquei que no programa da CDU não havia nenhuma referência à ditadura do proletariado e quanto ao programa do PCP, também não constava e que o PCP, de facto, defende um outro modelo de sociedade e de desenvolvimento e um sistema político em que o poder efectivo resida no povo mas que não tem, propriamente a ver coma ditadura do proletariado.
Percebi que nem sequer chegou ser uma “provocação” mas percebi, também que aquelas jovens estudantes de humanidades que frequentam o 12.º ano de escolaridade têm vindo a ser “enganadas” sobre o PCP e que muitos dos “fantasmas” da ditadura fascista ainda perduram por aí no mofo de algumas iluminadas cabeças e que os transmitem aos jovens.
Não é propriamente uma novidade pois tenho um filho que frequenta o ensino secundário que também é “bombardeado” com ideias feitas e a visão unilateral do poder e do modelo dominante.
Pois bem! Quanto a isso só mesmo contrapondo o esclarecimento e uma visão diferente.
Não é meu hábito colocar aqui vídeos de nenhuma plataforma da Internet mas, os hábitos fizeram-se para serem quebrados, não resisto a colocar aqui um pequeno “cartoon” muito esclarecedor sobre a actualidade, ainda que as palavras do narrador tenham sido retiradas de um texto escrito no século XIX.
1 comentário:
Olá amigo!
Faz algum tempo que venho ao seu blogue, admiro muito os seus artigos, sao de um conteudo excelente; venho por este meio dar-lhe as boas vindas ao mundo dos avos, nao tenho palavras para descrever...Bom trabalho e um abraço do tamanho da montanha... a picarota
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