quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

(Des)emprego

O Diretor Regional do Emprego, Dr. Rui Bettencourt, afirma que o desemprego nos Açores está inflacionado, segundo o próprio porque a metodologia utilizada pelo Instituto Nacional de Estatística não é a mais apropriada.
Até poderá ser assim mas a informação que me é transmitida confirma que os números não estão inflacionados, bem pelo contrário.
A dificuldade de demonstrar a situação de desempregado é muito exigente, isto para não falar nos inúmeros cidadãos que, por diferentes razões, não estão inscritas nos Centros de Emprego.
Nos últimos meses o desemprego na Região aumentou dramaticamente e não são necessários sequer os Boletins do INE. Todos percecionamos esse fenómeno sem fazer um grande esforço.
Meter a cabeça na areia, desculpando-se com a metodologia utilizada pelo INE, é não assumir a dimensão do fenómeno e, quando não se assume o problema procurando explicações espúrias para o camuflar então, será muito difícil encontrar políticas públicas de fomento do emprego.
As medidas de austeridade, tenho-o vindo afirmar insistentemente, têm nos Açores efeitos muito mais devastadores que no território continental. Para o comprovar basta olhar e comparar a aplicação das medidas decorrentes dos sucessivos PEC’s e do “memorando de entendimento com a sacra trindade com o aumento do desemprego, o encerramento de empresas e a crescente insolvência de particulares e empresas.
Por em causa os dados de um organismo público como o INE parece-me errado, profundamente errado. O Dr. Rui Bettencort bem podia ter escolhido outro caminho para desconstruir a ideia, segundo ele, falsa, de que o desemprego na Região está àquem dos números divulgados pelo INE.
O combate ao desemprego precisa de respostas enérgica e estruturantes não de desculpas e discussões estéreis sobre a metodologia do INE.

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