segunda-feira, 28 de novembro de 2016

... não mata mas debilita

Imagem retirada da internet
Lenta, mas segura é, diria, a reposição de direitos e rendimentos e verificam-se até alguns avanços, em relação ao passado, que o Orçamento de Estado de 2016 e, agora, o de 2017, recuperam e consagram. Mas o que custa à direita e aos indefetíveis das soluções austeritárias, que sendo impostas foram aceites sem reservas e até ampliadas, é engolir o que têm vindo a regurgitar na comunicação social e redes socias sobre o que esperavam ser, e esperam vir a ser, os resultados sociais, económicos e políticos que a solução governativa minoritária, a que o PCP abriu caminho, viesse ou venha a obter.
Pode até não durar para lá de 2017, mas já valeu a pena. Mostrou qual o caminho da alternativa ao Povo português, Um caminho apertado pelas cercaduras de um PS comprometido com interesses e projetos políticos que não servem, de todo, o nosso Povo e o nosso País, Um caminho longe da rutura e da construção de uma política verdadeiramente patriótica e de esquerda, Um caminho trilhado com passos curtos, mas um caminho diferente das opções que levaram ao aprofundamento do empobrecimento dos portugueses e de Portugal que atingiu contornos dramáticos com o governo do PSD e do CDS/PP.
Pois é os indicadores sociais, económicos e, veja-se bem, até os indicadores financeiros melhoraram, e isto apesar da reposição de rendimentos e direitos, numa clara demonstração dos erros, ou melhor das opções, Sim porque foram opções, não foram erros, do governo do PSD e do CDS/PP. E não se trata de opções erradas, trata-se de opções conscientes, aliás o discurso do PSD e do CDS/PP mantém-nas, como boas e únicas, essas opções e, nas entrelinhas percebe-se que a direita faz uma oração diária para que não seja assim, ainda por cima com o PCP a protagonizar algumas das mais importantes (re)conquistas para os trabalhadores e para o Povo português. Isto dói-lhes.

A direita implora aos céus uma qualquer catástrofe política, nacional ou internacional, que lhes venha dar razão e que ponha fim a este estado de coisas, Talvez venha a acontecer, mas enquanto não acontece aprovam-se medidas para 2017, propostas pelo PCP, que vão beneficiar as famílias e as pequenas e médias empresas.
A redução, em 2017, de 1000,00 para 850,00€ do Pagamento Especial por Conta tendo o ano de 2019 como horizonte para a sua extinção, a gratuitidade dos manuais escolares para o 1.º Ciclo do Ensino Básico já no ano letivo de 2017/2018, ou ainda o alargamento do valor  das despesas com a Educação a deduzir em sede de IRS, são três exemplos das duas dezenas de medidas, propostas pelo PCP, já aprovadas para o Orçamento de Estado de 2017 e que vão contribuir para continuar a demonstrar que a alternativa política à barbárie do mercado existe. E isto dói-lhes, não mata mas debilita os teólogos do mercado e os seus acólitos.
Ponta Delgada, 27 de Novembro de 2016

Aníbal C. Pires, In Jornal Diário e Azores Digital, 28 de Novembro de 2016

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