sábado, 12 de dezembro de 2020

programa do XIII governo – educação para “inglês ver” (parte 3/3)

 

foto by Aníbal C. Pires
(continuação)

Para concluir este breve olhar sobre o que o XIII Governo Regional nos propõe para a Educação abordo mais duas propostas. A primeira, ainda, no âmbito da promoção do sucesso e, por fim uma iniciativa para a valorização dos profissionais da educação.

“(…) No âmbito da promoção do sucesso,

… 

• promover, a título experimental e voluntário, o ensino bilingue, em português e inglês, no sistema educativo açoriano; (...)"

Como é evidente, para todos, profissionais da educação, encarregados de educação, alunos e para a comunidade educativa entendida em sentido lato, esta é uma medida que pelo seu vanguardismo e inovação vai ser determinante para a promoção do sucesso, e que, apesar da proposta de ensino bilingue poder ser entendida por alguns velhos do Restelo como mais uma desvalorização da língua materna, tudo vale a pena para promover o sucesso dos alunos açorianos. Isto terá sido (ou não) o que os mentores da proposta pensaram quando a verteram no programa. 

Num registo diferente, diria que, enquadrar esta ação “No âmbito da promoção do sucesso…”, só pode ter sido um erro. Pois, como está bom de ver, ninguém entende que o sucesso possa ser promovido com o ensino bilingue. Pode até ter alguma utilidade, mas não será a que o XIII Governo regional lhe pretende dar.

foto by Aníbal C. Pires
Concluo esta breve leitura do programa de governo para a Educação com uma proposta que o XIII Governo regional apresenta e que visa, pelo menos parece, repor justiça na carreira dos educadores e professores do 1.º ciclo. A medida está enquadrada no, 

“(…) No âmbito da valorização dos profissionais da educação,

• rever, até ao final da legislatura e em articulação com as associações sindicais, o horário de trabalho dos Educadores de Infância e dos Professores do 1.º ciclo do ensino básico, harmonizando a sua componente letiva e não letiva com a dos restantes docentes e adaptando-a nos domínios da colegialidade, acompanhamento dos alunos e integração das famílias na situação escolar dos seus educandos; (...)"

Pois, só parece que é, e o que é será para as calendas, ou seja, durante a legislatura o que, como bem se sabe, significa qualquer coisa como 2024. Digo eu, que lhes conheço as manhas.

Existem duas reivindicações sindicais, às quais o PSD, o CDS e o PPM têm vindo a dar sistematicamente o seu acordo, para repor justiça na carreira do educadores e professores do 1.º ciclo. A primeira, e que esta iniciativa constante do programa de governo dá satisfação, a uniformização dos horários destes docentes com os horários dos professores dos restantes ciclos de ensino; a segunda, reduções na componente letiva por antiguidade e pelo exercício de cargos (à semelhança dos professores do 2.º, 3.º ciclos e secundário. Esta, também assumida, foi esquecida.

Sobre estas reivindicações quer o PSD, quer o CDS, quer o PPM comprometeram-se a assumir iniciativas legislativas que resolvessem, de uma vez por todas, a reposição da justiça, ou seja, uniformizar horários e implementar as reduções de horário por antiguidade. O programa de governo deixou cair a redução de horário por antiguidade, espero que os grupos parlamentares destes 3 partidos assumam o compromisso e tomem a iniciativa parlamentar para honrar o que afirmaram no período pré-eleitoral.

Aguardemos!

Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 12 de Dezembro de 2020


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