terça-feira, 1 de março de 2022

informação e outras liberdades

Não vejo televisão. Não é novo, já o disse, já o escrevi e quem me é próximo pode testemunhar que assim é, mas não significa que não veja conteúdos televisivos nas plataformas digitais. Passo pela DW, pela BBC, pela Al Jazeera e, por vezes, os canais portugueses, mas também a RT e canal Ahí les Va do Youtube. É claro que não me fico por aqui na busca de informação, existem muitos sítios na internet que vale a pena visitar se queremos fugir ao mainstream corporativo e avaliar a forma como diferentes órgãos de comunicação social “olham para realidade” e, claro, tentando sempre confirmar a veracidade da informação. Só assim é possível estar informado e, sobretudo, formar a minha opinião, não em função do que me impingem, mas do que consigo apurar e que se aproxima mais da realidade observada.

O Youtube,  o Facebook e o Instagram seguindo a onda, da União Europeia de proibir a distribuição do sinal das televisões russas RT e Sputnik, decidiram retirar das suas plataformas os canais russos e por arrasto o canal Ahí les Va, ligado à RT.

Esta decisão só tem um nome: CENSURA. 

Se a RT e Sputnik são instrumentos de propaganda como dizem os decisores europeus apoiados, veja-se, por alguns jornalistas com elevadas responsabilidades, o mesmo se poderá dizer da generalidade das televisões dos Estados Unidos e da União Europeia, pouca informação e muita propaganda. 

Privar os cidadãos da União Europeia de acederem a conteúdos dos canais agora banidos é privar-nos de liberdade, nem que seja a liberdade de escolher o lixo mediático que queremos consumir.

Sendo a União Europeia apresentada aos seus habitantes como um espaço de liberdade, esta medida contraria claramente esse princípio.

Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 1 de março de 2022


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