Sendo certo que há registos positivos que decorrem das eleições presidenciais nos Estados Unidos, como sejam a vitória sobre o preconceito e a discriminação e o fim (queremos acreditar que sim) de uma administração que produziu terríveis e nefastos efeitos no seu próprio país e no Mundo, não partilho, porém, nem das expectativas depositadas no vencedor (quer seja o homem, quer seja o partido), nem das opiniões produzidas sobre a referência para o Mundo que, para alguns analistas, constitui a democracia estado-unidense.
A nova administração dos Estados Unidos será liderada pelo Partido Democrata, Barack Obama é, tão-somente, o sujeito que vai “dar a cara” e defender as políticas que melhor servirem para, no actual contexto internacional, perpetuar o domínio imperial estado-unidense. As alterações significativas, a produzirem-se, serão ao nível interno pois a situação de crise social, económica e financeira exige alguns lenitivos para acalmar os cidadãos e o capital necessita de se acomodar e conceber um novo paradigma político e económico após o fracasso do neoliberalismo. Fracasso já confessado e admitido por quem o criou. Para bem da humanidade espero que aquilo que acabo de deixar escrito não corresponda, de todo, ao que se vier a verificar na era pós Bush.
Quanto à democracia estado-unidense e às suas virtualidades, elevada por alguns analistas à categoria de modelo político de excelência, tenho algumas reservas, ainda que não conheça profundamente todos os intrincados meandros de um sistema que, como já se verificou por 4 vezes na história dos Estados Unidos, reconhece como Presidente um candidato a quem os eleitores não conferem o maior número de votos, em 2000, Al Gore obteve mais 300 mil votos que George W. Bush mas, este último, elegeu a maioria dos 538 membros do colégio eleitoral resultando daí a sua eleição. Para além deste pormenor, para alguns de somenos importância, subsistem outros que têm como consequência visível a invisibilidade pública dos candidatos fora da esfera republicana e democrata como seja o caso de Cynthia McKinney, a candidata que merecia o meu apoio, uma das mais importantes activistas e líderes da esquerda estado-unidense que foi rotulada de “demasiado negra e radical” e, por isso, expulsa do Partido Democrata.
Anibal Pires, IN Açoriano Oriental, 10 de Novembro de 2008, Ponta Delgada
Para saber mais sobre Cynthia McKinney clique aqui .
A nova administração dos Estados Unidos será liderada pelo Partido Democrata, Barack Obama é, tão-somente, o sujeito que vai “dar a cara” e defender as políticas que melhor servirem para, no actual contexto internacional, perpetuar o domínio imperial estado-unidense. As alterações significativas, a produzirem-se, serão ao nível interno pois a situação de crise social, económica e financeira exige alguns lenitivos para acalmar os cidadãos e o capital necessita de se acomodar e conceber um novo paradigma político e económico após o fracasso do neoliberalismo. Fracasso já confessado e admitido por quem o criou. Para bem da humanidade espero que aquilo que acabo de deixar escrito não corresponda, de todo, ao que se vier a verificar na era pós Bush.
Quanto à democracia estado-unidense e às suas virtualidades, elevada por alguns analistas à categoria de modelo político de excelência, tenho algumas reservas, ainda que não conheça profundamente todos os intrincados meandros de um sistema que, como já se verificou por 4 vezes na história dos Estados Unidos, reconhece como Presidente um candidato a quem os eleitores não conferem o maior número de votos, em 2000, Al Gore obteve mais 300 mil votos que George W. Bush mas, este último, elegeu a maioria dos 538 membros do colégio eleitoral resultando daí a sua eleição. Para além deste pormenor, para alguns de somenos importância, subsistem outros que têm como consequência visível a invisibilidade pública dos candidatos fora da esfera republicana e democrata como seja o caso de Cynthia McKinney, a candidata que merecia o meu apoio, uma das mais importantes activistas e líderes da esquerda estado-unidense que foi rotulada de “demasiado negra e radical” e, por isso, expulsa do Partido Democrata.
Anibal Pires, IN Açoriano Oriental, 10 de Novembro de 2008, Ponta Delgada
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3 comentários:
Caro Aníbal,
é mais ou menos como as nossas regionais, para o equilibrio dos estados/ilhas é possível dar-se situações em que aqueles que têm mais deputados poderão ter menos votos. Se acha que o nosso sistema também é mau, pior será o circulo de compensação ao qual deve o bom resultado da CDU. Reveja a atribuição de mandatos pelo número de eleitores e verá que é bem possível uma maioria absoluta com menos de metade do número de eleitores a votarem nesse partido.
Haja Saúde
Nesta primeira fase, os eleitores de Obama estão a festejar a vitória e entusiastas pelo facto de um negro ter ganho as eleições nos Estados Unidos. Não digo que não se tenha dado um pequeno passo. Mas será o que mais interessa, neste momento?
Não ouvi falar em propostas para melhorar a situação de tantos negros, nem tão-pouco preocupação no que concerne ao problema da descriminação racial nos salários, no emprego, etc.
700 mil milhões de dólares foi o preço que se pagou por esta presidência (com o apoio, segundo consta e não duvido, dos grandes capitais financeiros) e isto revolta qualquer pessoa de bem, qualquer pessoa que se preocupa com investimentos em programas de saúde, educação, com o desemprego e com a justiça social para todos.
Quanto não vai ser gasto em projectos militares?
Será que Obama vai retirar DEFINITIVAMENTE todas as tropas do Iraque? Ou limitar-se-á a reduzi-las?
Será que Obama vai acabar com o embargo perverso a Cuba?
Queria ser optimista, mas…
Cynthia McKinney tinha outros objectivos, outras prioridades. E foi por isso que, não só foi expulsa do Partido Democrata como rotulada de “demasiado negra e radical”. Não serve os interesses capitalistas!
Para ter alguma desilusão, teria que ter estado alguma vez iludido...
Prefiro manter a expectativa de que o homem me surpreenda numa ou duas coisas.
Grande abraço
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