domingo, 12 de junho de 2011

Ilha

Deitada és uma ilha E raramente
surgem ilhas no mar tão alongadas
com tão prometedoras enseadas
um só bosque no meio florescente


promontórios a pique e de repente
na luz de duas gémeas madrugadas
o fulgor das colinas acordadas
o pasmo da planície adolescente


Deitada és uma ilha Que percorro
descobrindo-lhe as zonas mais sombrias
Mas nem sabes se grito por socorro
ou se te mostro só que me inebrias


Amiga amor amante amada eu morro
da vida que me dás todos os dias

David Mourão-Ferreira

1 comentário:

Maria disse...

Belíssimo!!!!!!

Beijo.