sábado, 8 de março de 2014

Da mulher

Revolução

Como casa limpa 
Como chão varrido 
Como porta aberta 

Como puro início 
Como tempo novo 
Sem mancha nem vício 

Como a voz do mar 
Interior de um povo 

Como página em branco 
Onde o poema emerge 

Como arquitectura 
Do homem que ergue 
Sua habitação

Abril de 1974

Sophia de Mello Breyner Andresen

Sem comentários: