terça-feira, 15 de dezembro de 2015

ver o Sol chegar

Foto - Aníbal C. Pires





É mais um fragmento de um texto de 2007 que aborda, ainda que de forma metafórica, a generalização de vias diferenciadas de ensino na escola pública.









"(...) É nesta cidade com portas e mar apelidada de feliz mas igual a tantas outras deste país adiado. É do seu bojo, do bojo das cidades, do centro e da periferia, que emergem estes meninos sem condição para quem a Escola, esta Escola, que sendo pública e para todos é, cada vez mais, só para alguns e, a cada dia que passa, menos democrática. 
Estes meninos sem condição que hoje chegam à Escola nas cidades deste país, tenham, ou não, portas e mar, são os filhos dos filhos dos meninos que um dia depositaram a esperança, nos versos de denúncia das injustiças e das desigualdades sociais, contida no poema de José Afonso, e que numa madrugada de cravos florida foram correndo, ver o sol chegar. (...)"

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