Foto by Aníbal C. Pires |
A tecnologia por um lado e a deslocalização do foco da sua atenção sobre o domínio geopolítico e estratégico e, por outro lado, não menos importante o facto de Portugal ser um membro da NATO e ter, por essa condição, de contribuir para o esforço de guerra desta aliança militar que, na sua génese era defensiva, mas que depois da intervenção na antiga Jugoslávia passou, de forma clara e sem rodeios a ser uma organização militar ofensiva, com os resultados nefastos que se conhecem.
Foto Aníbal C. Pires |
Lembro-me de, já lá vão uns anos, em reuniões que mantive com a Associação Agrícola da Ilha Terceira, mas também com a Câmara do Comércio de Angra ter sido alertado para um problema que a verificar-se seria, esse sim, uma grande calamidade para a Ilha Terceira. A crise na fileira do leite.
E a preocupação nem sequer se centrava na liberalização do mercado, como veio a acontecer com o fim das quotas. A preocupação centrava-se no monopólio da indústria de transformação, a PRONICOL. Empresa do grupo LACTOGAL que detém a maioria do capital social da PRONICOL, sendo que a UNICOL (cooperativa de produtores) detém apenas 49% da indústria de transformação de leite. Relação que deixa os produtores terceirenses prisioneiros de uma estratégia industrial que não serve a produção terceirense pois, tem associada a desvalorização de uma matéria prima de elevada qualidade e a consequente desvalorização do preço pago pelo leite entregue à monopolista PRONICOL.
Não sendo uma novidade, a verdade é que esta situação começa a afetar de forma dramática os produtores de leite da Terceira e coloca em causa um setor estruturante da economia da ilha.
Os produtores estão manietados pela gestão da PRONICOL e pela inércia dos seus representantes na UNICOL. Os poderes públicos não podem ficar, como têm estado, indiferentes a este drama, sob pena de mais mês menos mês, mais ano menos ano, haver necessidade de um segundo PREIT. E como sabemos não é com PREITs que lá vamos, e o Turismo será sempre complementar.
Ponta Delgada, 29 de Maio de 2018
Aníbal C. Pires, In Diário Insular e Açores 9, 30 de Maio de 2018
Sem comentários:
Enviar um comentário