domingo, 11 de maio de 2008

Tempo de partilha

Depois de uns dias, uma semana, que pela violência, pela dor, pela partida que desta vez não terá retorno,
Um tempo do qual seria esperado que dissesse:
- “foi para esquecer”
Mas do qual digo:
- é, para lembrar
Pois, quero evocar, não quero olvidar, o quanto é bom seres a minha MÃE e, digo-o assim porque estás, como sempre estiveste, comigo.
Regressei às ilhas afortunadas, a um dos seus mais belos rincões e num tempo em que nestas ilhas que tu, gostando por vezes desgostavas, pela distância, pela ausência e pela saudade de nós, se celebra a partilha, a solidariedade e o espírito comunitário numa construção colectiva, recriada, reconstruída, em cada lugar, em cada freguesia, em cada ilha, onde um povo moldado pela severidade da natureza, que tantas vezes o empurrou para fora das ilhas, continua, aqui, lutando estoicamente pelo futuro.

1 comentário:

Maria Margarida Silva disse...

Guardamos silêncio,
bebemos saudade...", eis a memória.

Beijinhos.