A restauração já não cala os efeitos da crise, as estatísticas registam uma redução das dormidas nas unidades hoteleiras da Região e o número de passageiros que escalam os aeroportos diminuiu. Começam a colocar-se algumas interrogações sobre as sobredimensionadas infraestruturas turísticas e há quem diga que as campanhas promocionais na Europa do destino Açores se esgotaram, para além de terem ficado muito caras, e que é necessário procurar outros mercados. Há, ainda, quem acredite que os casinos são solução e há quem acredite no Pai Natal.
Não sei a que razão se fica a dever a substituição do Secretário da Economia. Se por causa do turismo, não em si mesmo mas pela estratégia adoptada para o sector, se pela política de transportes, quer marítimos, quer aéreos, se pela estratégia para a sucessão de César ou, quiçá, se por vontade do próprio Duarte Ponte. Sei sim que a Vasco Cordeiro lhe foi conferida uma árdua e amarga tarefa e, apesar de o seu antecessor há muito ter uma imagem desgastada o que num primeiro momento pode favorecer o novel titular da pasta da economia regional, a sorte de Vasco Cordeiro não é de invejar. Quem lhe terá pregado tamanha partida!?
A não recondução de Domingos Cunha nem sequer é um facto. Decorre da falência das políticas do próprio governo e às quais o titular nem sequer conseguiu imprimir a sua própria marca. Domingos Cunha limitou-se a cumprir a estratégia de empresaliarização do Sistema Regional de Saúde e a aprofundar o cariz assistencialista da acção social. Não será por acaso que o ilustre desconhecido que vai titular a saúde no X Governo Regional é oriundo daquela coisa que dá pelo nome de “SaúdeAçor” mas, tal como do novel Secretário, nada se sabe.
A herdeira de Álamo Meneses na pasta da educação, outra ilustre desconhecida, não vai ter uma tarefa fácil. O sector está numa efervescência que brevemente transbordará em contestação. A carreira única com que Álamo Meneses calou a luta dos profissionais de ensino na Região está a mostrar-se insuficiente face às condições de trabalho nas Escolas, ao processo de avaliação de desempenho, à funcionalização dos educadores e professores, às políticas educativas que visam, no Ensino Básico, a satisfação das estatísticas em detrimento da qualidade do ensino, e a reorganização curricular também no Ensino Básico. A revolta surda e muda que se sente nas Escolas vai, mais tarde ou mais cedo, redundar em contestação e conflitualidade. Quando assim acontecer faltarão a Lina Mendes os argumentos e a inegável habilidade de Álamo Meneses para marcar a agenda e manter a “paz” social.
André Bradford não é propriamente novidade será antes de mais, apesar da sua idade, uma velha raposa que há muito instalou o covil no Palácio de Santana.
A nova orgânica pode indiciar, ainda que de forma muito ténue, que o PS de Carlos César procura responder às indicações que o eleitorado lhe forneceu e que aconselham a mudanças nas políticas. Não vou dizer que assim não é! Espero para ver o Programa de Governo e, aí sim, ajuizar sobre as políticas pois os membros do X Governo, que agora tomam posse, são meros instrumentos dessa tão anunciada “nova ambição” de Carlos César, da qual tão pouco se sabe.
Não sei a que razão se fica a dever a substituição do Secretário da Economia. Se por causa do turismo, não em si mesmo mas pela estratégia adoptada para o sector, se pela política de transportes, quer marítimos, quer aéreos, se pela estratégia para a sucessão de César ou, quiçá, se por vontade do próprio Duarte Ponte. Sei sim que a Vasco Cordeiro lhe foi conferida uma árdua e amarga tarefa e, apesar de o seu antecessor há muito ter uma imagem desgastada o que num primeiro momento pode favorecer o novel titular da pasta da economia regional, a sorte de Vasco Cordeiro não é de invejar. Quem lhe terá pregado tamanha partida!?
A não recondução de Domingos Cunha nem sequer é um facto. Decorre da falência das políticas do próprio governo e às quais o titular nem sequer conseguiu imprimir a sua própria marca. Domingos Cunha limitou-se a cumprir a estratégia de empresaliarização do Sistema Regional de Saúde e a aprofundar o cariz assistencialista da acção social. Não será por acaso que o ilustre desconhecido que vai titular a saúde no X Governo Regional é oriundo daquela coisa que dá pelo nome de “SaúdeAçor” mas, tal como do novel Secretário, nada se sabe.
A herdeira de Álamo Meneses na pasta da educação, outra ilustre desconhecida, não vai ter uma tarefa fácil. O sector está numa efervescência que brevemente transbordará em contestação. A carreira única com que Álamo Meneses calou a luta dos profissionais de ensino na Região está a mostrar-se insuficiente face às condições de trabalho nas Escolas, ao processo de avaliação de desempenho, à funcionalização dos educadores e professores, às políticas educativas que visam, no Ensino Básico, a satisfação das estatísticas em detrimento da qualidade do ensino, e a reorganização curricular também no Ensino Básico. A revolta surda e muda que se sente nas Escolas vai, mais tarde ou mais cedo, redundar em contestação e conflitualidade. Quando assim acontecer faltarão a Lina Mendes os argumentos e a inegável habilidade de Álamo Meneses para marcar a agenda e manter a “paz” social.
André Bradford não é propriamente novidade será antes de mais, apesar da sua idade, uma velha raposa que há muito instalou o covil no Palácio de Santana.
A nova orgânica pode indiciar, ainda que de forma muito ténue, que o PS de Carlos César procura responder às indicações que o eleitorado lhe forneceu e que aconselham a mudanças nas políticas. Não vou dizer que assim não é! Espero para ver o Programa de Governo e, aí sim, ajuizar sobre as políticas pois os membros do X Governo, que agora tomam posse, são meros instrumentos dessa tão anunciada “nova ambição” de Carlos César, da qual tão pouco se sabe.
Aníbal Pires, IN, A União, 19 de Novembro de 2008, Angra do Heroísmo
1 comentário:
No momento em que o X Governo Regional era empossado perante a Assembleia Legislativa dos Açores, Carlos César disse desejar que o mesmo actue, “mudando sempre o que é preciso e o que é bom mudar”. Resta saber o que é que o Senhor Presidente acha que é preciso mudar e aquilo que ele entende que é bom mudar.
Quais serão as suas prioridades? A melhoria de qualidade de vida dos açorianos? A precariedade das relações laborais? O desenvolvimento dos Açores?
Aguardemos, embora não creia que o futuro nos vá trazer algo de novo.
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