O declínio da economia nacional, a descaracterização do regime democrático e ataque à soberania e independência nacional marcam, actualmente a dura realidade que se vive em Portugal. Mas a culpa não pode, nem deve morrer solteira. Ao longo de mais de três décadas o PS e os PSD com ou sem CDS/PP, partilharam alternadamente a governação em confronto com os valores de Abril e trilharam o caminho político que nos conduziu a esta situação de drama que afecta a generalidade da população portuguesa. Mais de 2 milhões de pobres, 700 mil desempregados, baixos salários e pensões de miséria, generalizada precariedade laboral, aumento da dependência externa, economia produtiva desmantelada e por aí fora. Portugal é hoje um país sem rumo sob o chicote dos “mercados”, subjugado pelo poder económico e financeiro que determina as políticas da União Europeia.
Não haverá muitos portugueses contentes com a situação de profunda desigualdade social que reina, com a corrupção, com os chorudos rendimentos dos administradores e gestores das empresas públicas, com os ricos cada vez mais ricos, os pobres cada vez mais pobres, com os despedimentos mas, sobretudo com a falta de respostas do poder político, dominado pelos partidos do bloco central (PS e PSD), para a resolução destes graves problemas. Os portugueses não estão satisfeitos e são cada vez mais os que protestam mas, muitos há resignados e adormecidos pela propaganda veiculada pela opinião dominante paga a peso de ouro, nas televisões, rádios e jornais, por quem tem interesse em aniquilar os projectos políticos alternativos, projectos transformadores identificados com os valores da Revolução de Abril e com a Constituição da República Portuguesa.
Pior que a inércia é a resignação! E, não estamos em tempo nem de indolências e muito menos de renúncias. O tempo é de protesto e luta por Portugal.
Um Portugal mais justo, um Portugal soberano, um Portugal a produzir, um Portugal independente, um Portugal desenvolvido, um Portugal democrático, um Portugal de paz e cooperação com os povos.
Dos projectos políticos associados às candidaturas presidenciais só o de Francisco Lopes se mostra disponível para a ruptura e mudança rumo a um futuro melhor para os portugueses e para Portugal.
Sem retirar mérito a todas as candidaturas que se apresentam a sufrágio quero deixar uma nota sobre as candidaturas claramente alinhadas com as políticas de direita que uns protagonizaram, outros subscreveram e apoiaram e outros se alimentam nela como agentes da economia da desgraça que graça em Portugal e no Mundo.
Fernando Nobre, Defensor Moura, Manuel Alegre e Cavaco Silva, de uma forma ou outra, com mais ou menos responsabilidade, estão indelevelmente ligados às forças políticas que conduziram os destinos de Portugal depois do I Governo Constitucional do pós-25 de Abril.
A candidatura de Francisco Lopes é a candidatura do protesto e da alternativa e a única capaz de dar um novo rumo a Portugal. Votar é também uma forma de protestar.
Vamos levar o protesto até ao voto.
Ponta Delgada, 18 de Janeiro de 2011
Aníbal C. Pires, In Diário Insular, 19 de Janeiro de 2011, Angra do Heroísmo
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