segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Sem importância nenhuma

Imagem retirada da Internet
Mudou a hora, não mudam as rotinas. Quer dizer, mudam um poucochinho, não só pela mudança artificial da hora, mas também porque os dias até ao Solstício de Inverno vão sendo cada vez mais pequenos e, as noites maiores. Nem podia ser de outra maneira pois o somatório do dia e da noite, ou seja, a duração do dia solar, continua a ser de 24 horas. Isto, claro, se não considerarmos o dia sideral, ou o ritmo circadiano humano responsável pela perceção biológica da duração do dia, qualquer um deles com uma duração diferente. Quer dizer, quer num caso quer noutro, não são bem as tais 24 horas, mas isso para o caso, não tem importância nenhuma. Ou terá, e talvez por isso as rotinas mudem um poucochinho.
As mudanças, poucas ou muitas, não impedem que o essencial continue a fazer-se e a acontecer. Nem sempre assim foi, mas também isso não tem importância nenhuma. Importante mesmo foi a visita do Presidente da República a três ilhas da Região, completando assim o circuito açoriano que terminou, à boa maneira de Marcelo, com uma banhoca, no “Pesqueiro”, em Ponta Delgada.
Quando digo que as visitas presidenciais são importantes, não estou a ser irónico, como já poderiam estar a ajuizar, Nada disso. O que não significa que esta visita presidencial, em concreto, tenha tido alguma importância. Mas poderá ter tido, o tempo dirá se a visita presidencial foi, ou não, importante.
O Estado tem vindo, paulatinamente, a demitir-se das suas competências na Região. Em áreas com a Justiça, a Segurança Interna, a Defesa e os Negócios Estrangeiros, encontramos, sem grande esforço, vários exemplos dessa demissão do Estado. Os problemas são públicos e, certamente, o Presidente da República teve oportunidade de aprofundar o conhecimento, sobre as condições degradantes em que se encontra o Estabelecimento Prisional de Ponta Delgada, mas também o da Horta, da falta de agentes e meios das forças de segurança, da falta de meios da Marinha e da Força Aérea, ou ainda do passivo ambiental, social e económico que a Região herdou dos Estados Unidos, pela utilização da Base das Lajes, sendo que esta questão deve ser tratada pelos Negócios Estrangeiros e não, como alguns advogam, pela Defesa. E por aqui me fico na enunciação de alguns exemplos de desresponsabilização do Estado perante a Região. Por outro lado, quando se trata da mineração do mar açoriano aí o Estado não esquece e diz, Atenção isso aí é nosso. 
Não cabe ao Presidente da República, sei disso, a resolução destas e de outras questões, mas cabe ao Presidente da República exercer as suas competências para que estes quesitos sejam devidamente atendidos e resolvidos pelo poder executivo estadual.

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A popularidade de Marcelo Rebelo de Sousa, como é visível por onde quer que passe, continua em alta e o seu estado de graça vai manter-se por todo o seu mandato, Apesar de Pedro Santana Lopes.
Depois do PSD se arrumar internamente é bem possível que se prepare caminho para uma espécie de ajuste de contas. Pode até ser da mudança para a hora de Inverno, mas à memória veio-me a decisão de Jorge Sampaio, então Presidente da República, de dissolver a Assembleia da República, sendo primeiro ministro, Pedro Santana Lopes, corria o ano de 2004. É uma possibilidade remota, Pois é. Para além do facto de que, e pode não ser de todo despiciendo, um dos principais críticos do Governo de Santana Lopes e de Paulo Portas, em 2004, era o então comentador político Marcelo Rebelo de Sousa.
É mesmo da mudança da hora pois qualquer semelhança entre o contexto político que se vive atualmente e o de 2004 é apenas uma mera coincidência, Se é que existe alguma. Mas isto da memória é uma coisa do arco-da-velha.
Ponta Delgada, 29 de Outubro de 2017

Aníbal C. Pires, In Azores Digital, 30 de Outubro de 2017

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