sábado, 31 de janeiro de 2015

Ainda sobre a censura no Info Açores e no Açores Global


Ontem fui injusto ao generalizar, Hoje corrijo o erro e refiro em título quais os grupos que me censuraram. As minhas desculpas aos administradores de outros grupos onde a minha publicação se manteve e não foi alvo de remoção (censura)

As redes sociais (virtuais) constituíram-se com amplos espaços de difusão de opinião e informação. Tenho no entanto consciência que, como qualquer outro espaço destinado a estes e outros objetivos, a tentação de dominar as “redes” e de as manipular é a mesma que o poder, financeiro e político, tem para com todos os outros suportes de divulgação de informação e formação de opinião.
Nos Açores, naturalmente, foram-se criando espaços (grupos) que aglutinam, em alguns casos muitos milhares de membros, como são o “Info Açores” e o “Açores Global” e muitos outros de dimensão diversa consoante a temática e o espaço geográfico (virtual) a que se destinam. O funcionamento desses grupos é em princípio de total liberdade, aliás assim um pouco à semelhança do “Charlie Hedbo”, digo eu como exemplo face a recentes acontecimentos de todos conhecidos, mas não. Os grupos são administrados por pessoas que os promoveram e que estabeleceram um conjunto de regras. Digamos, nada que não seja aceitável pois alguém tem de manter o fórum em funcionamento e as regras são necessárias para o seu bom exercício. Os membros que aderem aos grupos têm ou deveriam ter conhecimento das regras e aceitam-nas quando aderem, ou não concordando optam por não integrar o grupo.
Procedimentos normais e aceitáveis. O que já não é aceitável e diria mesmo pouco democrático é a discricionariedade e arbitrariedade como o grupo de administradores, no seu todo, ou através de decisões individuais ou minoritárias interpretam as regras do funcionamento do grupo e aplicam “sanções” aos membros que, segundo eles, as infringiram.
Os guardiões da moral e dos bons costumes exercem o seu poder administrativo em nome das regras, ou melhor da sua interpretação das regras e fazem-no com já referi discricionária e arbitrariamente. Evocam o seu incumprimento sancionam, removendo publicações e bloqueando ou excluindo os seus membros, sem que estes tenham direito a ser ouvidos e apresentar a sua argumentação.
A discricionariedade é por demais evidente. Removem-se publicações com origem noutros suportes, melhor dizendo será necessário sair da timeline do grupo para aceder ao texto e às imagens, e permitem-se comentários acintosos ou mesmo atentatórios do bom nome de quem ali replica notícias, textos de opinião ou, simples frases inócuas.
Nada disto me surpreende, nem estas práticas são novas. O que é novo é a deslocalização, fruto das novas tecnologias de informação e comunicação, dos ancestrais lugares de maldizer. Apenas isso.
Surpreendente mesmo é que passados tantos anos sobre o fim oficial da censura em Portugal ela, a censura e os censores subsistam por aí em supostos espaços de liberdade de expressão e opinião.
Pelo facto de exercer um cargo público sou alvo do legítimo e desejável escrutínio dos meus concidadãos que, por vezes, se referem a mim ou há minha intervenção pública, nas redes sociais de forma menos correta, aliás não poucas vezes sem qualquer fundamento a não ser o preconceito, preconceito que como dizem os manuais é fruto do desconhecimento.
Mas o facto de exercer um cargo público não pode, nem deve ser inibidor de ter opinião sobre o que quer que seja.
Ontem emiti uma opinião sobre a qualidade do trabalho de um jornalista onde afirmo, “(…) a peça do DA fica muito aquém do que na realidade se passou em 2009. Nada que me surpreenda. (…) ”. Este meu comentário provocou naturalmente outros, desde logo do jornalista visado, bem assim como meus. Quando os comentários passaram para lá do limite do aceitável optei por escrever a minha opinião sobre o assunto e publiquei-a no meu blogue replicando-a em seguida no habitual conjunto de grupos do FB. Não repliquei no grupo onde tudo teve origem porque a temática é específica e, onde eu e o jornalista estamos do mesmo lado da barricada, ou seja, para ali não criar ruído desnecessário desviando assim a atenção do que ali é verdadeiramente importante, a luta contra a barbárie e o retrocesso civilizacional que alguns deputados da ALRAA pretendem introduzir na Região, a “Sorte de Varas”.
O texto que publiquei não é um texto politicamente correto, admito. Mas daí a ser considerado insultuoso ou difamatório vai uma distância como do inferno ao paraíso. Por ser um texto “duro” motivou as mais diversas reações, desde logo corporativas mas também outras que me abstenho de adjetivar. Mas comentários no Facebook são o que são e valem o que valem. Nada que me preocupe.
Preocupante foi o que se seguiu. O “Info Açores” pela mão de um dos guardiões da moral e dos bons costumes, numa decisão unilateral, removeu a publicação e, não satisfeito com esse seu ato censório, excluiu-me do grupo. Tem nome e rosto este censor que brandiu o “lápis azul” do fascismo. Darei conta disso quando considerar oportuno.
No “Açores Global” o procedimento foi mais cuidado, 4 administradores em 11, decidiram remover a publicação e com alguma (pouca) subtileza aconselham-me a abandonar o grupo, não foram tão longe como o “Info Açores” e hoje, é bem possível que aos 4 administradores já se tenham reunido os 7 restantes, dando assim unanimidade à decisão.
Uma triste estória mas que serve para ilustrar a censura e a manipulação existente em espaços onde devia primar a liberdade de opinião e expressão. Mas esta triste estória evidencia a forte pressão que é feita sobre alguns, não todos, os agentes políticos para se manterem afastados e não opinarem sobre a qualidade da informação regional e nacional e sobre os seus protagonistas como se tratasse de um assunto tabu e os jornalistas um grupo de intocáveis cidadãos.
Vou continuar como sempre o fiz a exercer os meus direitos de cidadania e a lutar contra a censura e a manipulação da informação.

Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 31 de Janeiro de 2015

1 comentário:

catarina disse...

Fiquei estarrecida.Mas o nível cultural desses grupos e até o próprio conteúdo das notícias,são muito baixos e sem qualquer interesse,num mundo de informação global
Hoje é uma honrra ser se banido desses grupos .Por ,não se preocupe com o vazio
Obrigado pelo seu excelente comentário