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E a malta continua entusiasmada. A seleção portuguesa passou aos oitavos de final do Mundial de futebol. Mesmo sem grandes prestações, ao que ouço dizer, a verdade é que a sorte tem bafejado a seleção nacional e esta fase já foi. Também tenho lido e, do que li não posso deixar de referir uma crónica do New YorkTimes no dia seguinte ao empate do Portugal Espanha, um escrito do qual gostei e me surpreendeu. Se ainda não leram aconselho vivamente a fazê-lo, está por aí disponível na internet.
Para quem não vive o Mundial de futebol tem sempre alternativa, afinal estamos no Verão, e as festas e os festivais acontecem um pouco por todo lado e, a malta gosta.
Não tem como não gostar face à diversidade da oferta, Haja procura que malta ainda vai havendo, mesmo para os eventos menos populares. Ou os que, sendo genuinamente populares, lhes falta qualquer coisa que atraia as massas. Talvez seja da divulgação, sim por que isto do marketing e comunicação tem a sua importância na captação de públicos e na construção de mitos. E como o sucesso é, quase sempre, medido pelo tamanho dos ajuntamentos, o investimento para “arrebanhar” gente, mormente o financiamento público, é muito elevado para algumas artes e, nem todos os artistas e artes dispõem dos meios e dos apoios para “arrebanhar” malta, nem da simpatia de quem decide pela atribuição dos apoios públicos.
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Não sei porquê veio-me à lembrança um evento realizado nas Sete Cidades, em 2014. Nessa edição a estrela, do Azores Green Fest, foi David Guetta, um DJ que chegou com a sua “pen disk” e quando regressou a casa levava consigo muitos milhares de euros, falava-se por aí que teria sido mais de uma centena de milhar de euros e, nem sequer deixou a “pen”. Não tenho notícia da continuidade Azores Green Fest, mas tenho como adquirido que as centenas de milhar de euros de financiamento público para conspurcar com ruído e outros dejetos, aquela noite de Verão nas margens da Lagoa das Sete Cidades, foi um investimento público num espetáculo de duvidosa qualidade e do qual não houve qualquer retorno material ou imaterial. Talvez não seja bem assim, sempre terá ficado alguma coisa, tal como: uma quantidade apreciável de resíduos, nem sempre depositados na local apropriado; e alguns comas alcoólicos. Enfim tudo coisas boas patrocinadas com dinheiro público, aliás como se espera dos poderes políticos sejam eles locais, regionais ou nacionais.
Mas estamos a viver o Verão, período do ano que se quer despreocupado, e a malta gosta de animação e merece. Merece uns momentos de descontração e de fruição de algumas produções culturais. Eu cá por mim também, de forma comedida, com critério e ao longo de todo o ano. Não gosto de doses concentradas do que quer que seja.
Ponta Delgada, 26 de Junho de 2018
Aníbal C. Pires,
In Diário Insular e Açores 9, 27 de Junho de 2018
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