Os irlandeses votaram pelos milhões de europeus que foram impedidos de o fazer pelos seus governos. Votaram Não ao Tratado de Lisboa e a acreditar (não é o caso) nas palavras de José Sócrates este desfecho é um sério revés na carreira política do eng. Pinto de Sousa. Porreiro pá!
A Irlanda tem uma tradição referendária que importa referir. Referendou a adesão e todos os Tratados que se seguiram. A uns disse que não, a outros disse que sim.
A Irlanda soube aproveitar, ao invés de Portugal, os apoios comunitários e projectou-se no seio dos seus pares.
Os partidos políticos irlandeses da área do poder apelaram desenfreadamente no apelo à participação no referendo e ao voto no Sim. Os irlandeses não foram em “tretas” e disseram que Não.
A Irlanda é um caso paradigmático e, por isso mesmo, é exemplar para que os dirigentes europeus possam tirar as devidas ilações do resultado do referendo do passado dia 12 de Junho.
Este não é, definitivamente, o caminho que os cidadãos e os povos desejam percorrer em comum na construção da União Europeia. O Tratado Constitucional, rebaptizado de Lisboa, encerra um modelo de organização política, económica e social que os cidadãos e os povos têm vindo a rejeitar.
O resultado do referendo irlandês não é dramático nem abre uma crise política, como alguns analistas têm vindo a fazer crer. O resultado do referendo irlandês decorre da própria democracia que, pelos vistos, só é boa quando serve os interesses da clique elitista dominante e os interesses económicos.
Não inventem porque não vale a pena! A contestação que tem estado na rua e que tende a generalizar-se é um sinal tão forte quanto o resultado do referendo irlandês.
O paradigma federalista e neoliberal já foi chumbado várias vezes pelos povos europeus, o melhor é arrepiar caminho e procurar os trilhos da Europa social, dos cidadãos e dos povos. Enquanto assim não acontecer os povos sempre que perguntados dirão: NÃO
A Irlanda tem uma tradição referendária que importa referir. Referendou a adesão e todos os Tratados que se seguiram. A uns disse que não, a outros disse que sim.
A Irlanda soube aproveitar, ao invés de Portugal, os apoios comunitários e projectou-se no seio dos seus pares.
Os partidos políticos irlandeses da área do poder apelaram desenfreadamente no apelo à participação no referendo e ao voto no Sim. Os irlandeses não foram em “tretas” e disseram que Não.
A Irlanda é um caso paradigmático e, por isso mesmo, é exemplar para que os dirigentes europeus possam tirar as devidas ilações do resultado do referendo do passado dia 12 de Junho.
Este não é, definitivamente, o caminho que os cidadãos e os povos desejam percorrer em comum na construção da União Europeia. O Tratado Constitucional, rebaptizado de Lisboa, encerra um modelo de organização política, económica e social que os cidadãos e os povos têm vindo a rejeitar.
O resultado do referendo irlandês não é dramático nem abre uma crise política, como alguns analistas têm vindo a fazer crer. O resultado do referendo irlandês decorre da própria democracia que, pelos vistos, só é boa quando serve os interesses da clique elitista dominante e os interesses económicos.
Não inventem porque não vale a pena! A contestação que tem estado na rua e que tende a generalizar-se é um sinal tão forte quanto o resultado do referendo irlandês.
O paradigma federalista e neoliberal já foi chumbado várias vezes pelos povos europeus, o melhor é arrepiar caminho e procurar os trilhos da Europa social, dos cidadãos e dos povos. Enquanto assim não acontecer os povos sempre que perguntados dirão: NÃO
7 comentários:
Tem muito de verdade na sua interpretação, mas importa não esqueçer outros factores.
Existe dois NÃOS irlandeses, o Não não quero esta União Europeia - no sentido da sua opinião - e existe o NÃO não percebo nada disso não voto favorávelmente algo que não sei.
Também há um aspecto que não referiu que foi o oportunismo e a falta de ética de largos sectores do NÃO que em vez de explicar o tratado e assumir a sua intenção de voto, preferiram simular o tratado inventando "tretas" que é prova de quem despreza a democracia.
Cumprimentos
olá Anibal.
Gostei de ler os textos no blog.
Com mais calma darei as minhas opiniões.
Um abraço
Não inventem porque não vale a pena!
E parem de uma vez por todas com tanta demagogia. Ouvir um “analista” político na TV a comentar os resultados deste referendo, dizendo que muitos dos NÃOS queriam dizer que esses eleitores desejavam transmitir o seu desconhecimento em relação ao conteúdo do Tratado é, no mínimo, deplorável.
A manipulação dos OCS e, neste caso, de certos analistas políticos revolta qualquer cidadão democrata e atento ao que se passa ao seu redor.
Enquanto não nos conseguirem calar, estaremos sempre prontos para denunciar e para batalhar por um Mundo mais JUSTO, mais IGUAL e onde impere acima de tudo a VERDADE.
BASTA DE DEMAGOGIAS!
PRECISAMOS DE GRITAR NOVAMENTE PELA DEMOCRACIA!
A LUTA É DE TODOS E SÓ UNIDOS VENCEREMOS!
Cara Maria,
apartir do momento que há largos milhares de irlandeses a pensar que se o Tratado de Lisboa fosse aprovado existiriam casamentos do mesmo género, o mínimo que se pode dizer sobre isso é que houve falta de informação.
Acredito plenamente no referendo, mas temos que distinguir este referendo do Françês e Holandês de 05, porque em 05 franceses e holandeses sabiam o que estavam a votar. Na Irlanda só o SIM preocupou-se plenamente em explicar o Tratado, o NÃO fez de tudo para que as questões do Tratado não fossem conhecidas - independentemente do sentido de voto adoptado.
Acredito no voto pleno, não no voto simulado. Se acha que são os OCS a alterarem tudo, basta dar uma vista de olhos por alguns blogues irlandeses de apoio ao NÃO - mais genuineo que isso não há.
Cumprimentos
Caro Tibério:
Como teve a gentileza de dispor de algum do seu tempo para comentar o meu pequeno texto, não podia deixar de lhe responder.
Antes de mais, devo esclarecê-lo de que não disse que são os OCS a alterarem tudo. Mencionei-os como um exemplo, uma vez que tinha tido a oportunidade de ouvir esse comentário na TV. Infelizmente, pessoas a deturparem a realidade e a servirem-se de demagogias, não faltam por aí.
A verdade nem sempre agrada a todos! E a verdade, neste caso, é que os eleitores irlandeses foram os únicos europeus a terem o direito de se manifestar sobre o Tratado assinado em Lisboa pelos líderes políticos da UE e decidiram rejeitá-lo num referendo em que participaram mais de 50% dos eleitores.
Sócrates tinha prometido aos portugueses o referendo ao Tratado, mas viria a retroceder na promessa, em nome da unidade com os demais líderes europeus. Aliás, posturas (para não dizer “mentiras”) deste tipo, da parte do primeiro-ministro já não me surpreendem, nem a muitos milhares de portugueses.
Pela minha parte, só tenho a louvar o povo da Irlanda que teve a coragem de resistir à forte pressão, por ser o único referendo nesta fase de ratificação e o relevante contributo dado com a sua participação à luta em defesa dos direitos dos trabalhadores.
Para terminar, não percebo o que entende por voto pleno e voto simulado, mas felizmente que temos sempre muito que aprender e hei-de debruçar-me um dia destes sobre o assunto.
Cumprimentos.
margarida
Cara Margarida,
eu explico, voto simulado ou voto palha foi um mecanismo utilizado no final do século XIX onde os Jornais perguntavam a cidadãos sobre política, mas não directamente sobre o candidato em que votariam e depois formavam uma intenção de voto num candidato.
Este sistema evoluiu até às modernas sondagens.
Quando refiro voto simulado é no sentido que os irlandeses votaram em tudo, menos no Tratado de Lisboa.
Cumprimentos
Caro Tibério:
Em primeiro lugar, não quero deixar de agradecer o seu esclarecimento no que concerne ao significado de voto simulado. Fiquei bastante elucidada, embora continue sem perceber em que se baseia quando refere que os irlandeses votaram em tudo, menos no Tratado de Lisboa.
Em sondagens!? Enfim…
Realmente é muito complicado, para certas pessoas, entenderem o resultado deste referendo. Não entendem nem querem perceber, pois é mais fácil fazer alusão a teorias mirabolantes e erradas do que encarar a verdade. Trata-se, mais uma vez, de uma prova de que os dirigentes da União Europeia, tão grudados em palavras aos valores democráticos, afinal, só ouvem a vontade popular quando esta lhes convém, não hesitando em embargar os mecanismos de escuta democrática sempre que esquadrinham alguma hipótese de perder.
Cumprimentos.
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