terça-feira, 12 de agosto de 2008

... de Confiança!?

Fiquei hoje a saber, pela entrevista de Zuraida Soares ao Açoriano Oriental, que o BE era da esquerda de confiança e que o PS não.
Fiquei também a saber que a diferença entre o PCP e o BE, segundo a mesma fonte, residia no facto do BE ter feito a revisão da matéria dada e o PCP não (preguiçosos).
Para quem ambiciona ser a consciência do PS não está mal!
Ser de confiança! Tenho as minhas dúvidas… mas quem as não tem, e não é fácil confiar em quem parasita outros movimentos, ideias, propostas, causas…, em proveito próprio ou em nome de um bloco de interesses pouco claros.
Quanto à revisão da matéria dada penso que a líder incontestada do BE nos Açores se referia ao facto de aquela amálgama de bem-falantes imbuídos de "modernidade" ter abandonado o projecto de construção de uma sociedade socialista e ter optado pelo projecto social-democrata.
O PCP não fez, efectivamente, nenhuma revisão desta matéria mantém-se fiel ao compromisso que tem com os trabalhadores e com os povos e não foi por uma questão de inércia.
Enfim! Tudo bem mas… quando alguns dos genuínos militantes de esquerda, que apoiam o Bloco perceberem que só há Bloco e que a Esquerda é apenas a ambição de não deixar que o PS continue no seu desvario neoliberal.
Bem! Nessa altura a líder do Bloco terá muito que explicar onde foi parar a utopia (Esquerda) que mobiliza os seus apoiantes.

4 comentários:

Paulo Mendes disse...

Vale a pena partilhar essa resposta junto de um público mais vasto. Não li ainda a entrevista...mas irei fazê-lo

Maria Margarida Silva disse...

Que a Assembleia não pode continuar na mão de dois partidos, é uma verdade. Agora, quanto à afirmação por parte da coordenadora regional do Bloco de Esquerda, de que só eles trabalham e só eles representam uma esquerda de confiança, a isso eu chamo de ARROGÂNCIA e esta não é mais do que uma filha da IGNORÂNCIA!

Anónimo disse...

A esquerda de confiança está naqueles em quem se pode confiar, naqueles que não traiem, naqueles que diáriamente lutam ao lado de quem trabalha e vive da sua força de trabalho, naqueles que não fizeram revisão dos seus princípios, nem da sua matriz ideológica, naqueles que continuam iguais a si mesmos, claro que falo do PCP.
O BE com a sua mistura tipo "shaker" de todas as tendências, deixa claro que a analise histórica que se deve fazer das políticas e dos seus actores, não é relevante. Aliás, há bem pouco tempo, realizaram uma festa comício com um dos dirigentes históricos do PS, que desalinhado ou não, continua na sua direcção, falo de Manuel Alegre.
Por uma esquerda assim, não obrigado!

Unknown disse...

O Bloco de Esquerda é caracterizado pelo seu oportunismo político e anti-comunismo não assumido. Não assumem o partido comunista como uma das maiores forças progressistas deste país antes e depois do 25 de Abril, tal como não assumem nenhum combate onde o partido comunista esteja representado. Basta ver o seu silêncio, cúmplice com outros silêncios, em relação aos cinco heróis cubanos presos nos E.U.A. Em certas alturas são caracterizados por essa mesma "arrogância" que não é construtiva, mas sim destrutiva. Não é um partido com futuro, como o nosso, onde existe a unidade e a força. O Bloco não tem força e não tem futuro.