domingo, 10 de agosto de 2008

Oh paciência…

Os Jogos Olímpicos são um acontecimento desportivo mundial a que ninguém fica indiferente. Não tive oportunidade de ver, nem em directo, nem integralmente, a cerimónia de abertura dos Jogos. Do que tive oportunidade de ver, gostei! As cerimónias de abertura dos Jogos são, de há muito, momentos espectaculares e onde, naturalmente, os países organizadores aproveitam para mostrar aspectos da sua cultura e da sua capacidade de organização e de mobilização para projectos nacionais que, como este, têm impacto mundial.
A cerimónia de abertura e o espectáculo recolheram alguma unanimidade e poder-se-á dizer que os chineses ofertaram o Mundo com um espectáculo inolvidável, quer para quem o viu pela televisão quer, sobretudo, para quem teve oportunidade de estar, ver, ouvir e sentir toda a cerimónia que teve como palco o “Ninho de Pássaros”, designação dada ao Estádio Olímpico de Pequim.
Claro que nestas coisas nunca há unanimidade e, ainda bem, pessoalmente não gosto de unanimismos e, objectivamente, nada poderá ser tão perfeito que não possa ser alvo de críticas e de opiniões diferenciadas.
De entre muitas outras críticas, que não têm propriamente a ver com os Jogos e com o seu espírito, houve uma que me deixou estupefacto: a cerimónia de abertura e em particular o desfile da bandeira e da chama olímpica demoraram muito tempo, percorreram todo o estádio. Dizia, entediado, um dos comentadores de serviço na RTP 1 que acompanhou a cerimónia. Uma opinião que, como qualquer outra, merece respeito.
Mas respeito, também merecem os antigos campeões olímpicos que transportaram, dentro do “Ninho de Pássaros”, a bandeira e a chama até que uma foi içada e a outra chegou à pira olímpica. Mesmo em termos televisivos não foi entediante e para quem estava no Estádio Olímpico de Pequim só poderia ser assim, ou seja, foi mostrado a todos os que ao vivo presenciavam a cerimónia, quer a bandeira, quer o percurso alado do atleta que conduziu a chama até à pira olímpica. De outra forma não seria possível que todos pudessem observar as belas imagens finais de uma cerimónia encantadora.
À falta de palavras o comentador deu-lhe com a impaciência e com o excesso de tempo.

2 comentários:

Anónimo disse...

A palavra "exagero" que o dito comentador usou para exprimir aquilo que estava a acontecer no final da cerimónia não cairam bem no público que assistia ao espectáculo. Momentos antes, o mesmo locutor da rtp-1, criticava o presidente americano por ser o único a tecer críticas negativas aos jogos. Sem querer, o "infeliz" comentador caíu na mesma armadilha e perdeu uma grande ocasião para estar calado.

Maria Margarida Silva disse...

Alguns repórteres confundem figuras tristes com jornalismo de qualidade.
Os disparates e absurdos parecem multiplicar-se. Alguns são caricatos e este foi um deles.
Se a palavra vale prata, como diz o provérbio, o silêncio vale ouro. E há momentos em que o silêncio se faz necessário.