quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O movimento associativo em luta

Ontem, como em tantos outros acasos, estive à conversa com um produtor cultural daqueles que como muitos outros são postos à parte (diria mesmo censurados pelas corporações mediáticas e comerciais).
Do nosso breve encontro e de entre muitas outras coisas falámos da necessidade de despoletar algumas formas de luta para despertar consciências.
Hoje recebi esta informação da Confederação Portuguesa de Colectividades e que é um exemplo acabado de como em Portugal se cultivam modos e estilos de vida impostos por correntes de pensamento amorfas e uniformes e se esquecem e marginalizam os actores sociais e culturais que por esse país fora (tal como o meu interlocutor de ontem) estruturam a vida cultural e associativa de raiz genuinamente popular.
Passo a transcrever a informação que me chegou via mail:

APELO À SOLIDARIEDADE ASSOCIATIVA

Caros colegas
Dirigentes, Activistas e Associados
das Colectividades e Associações

No passado dia 5 de Janeiro de 2010, pelas 18,00 horas, estes nossos colegas iniciaram uma GREVE DE FOME junto da Assembleia da República para exigirem a definição da Lei 34/2003 de 22 de Agosto, bem como um largo conjunto de outras reivindicações que há vários anos vimos reclamando e que são o desejo e a necessidade de todos nós.

Os nossos colegas estão determinados em levar esta luta até às últimas consequências pelo que precisam de todo o nosso apoio activo. Nesse sentido apelamos a que manifestem a vossa solidariedade activa, através de participação na vigília durante o dia das 8 às 24 horas, transportem os vossos estandartes e bandeiras, mobilizem atletas, músicos, actores, dançarinos, bem como outros activistas, utentes e associados e enviem fax, e-mail ou cartas ao Governo, à Assembleia da República e ao Presidente da República, exigindo uma resposta rápida. No local, existe um livro para registar as presenças e recolher opiniões.

A luta dos nossos colegas não pode ser em vão. Temos todos que lutar pelos nossos direitos e exigir dos poderes políticos instituídos que passem a olhar para nós de forma diferente. Os serviços e dirigentes da Confederação estão disponíveis para qualquer informação complementar.

Vamos todos participar nesta jornada histórica do nosso Associativismo Popular!

Viva o Associativismo Popular!

Lisboa, 7 de Janeiro de 2010

A Direcção da Confederação das Colectividades

1 comentário:

Maria Margarida Silva disse...

A cultura, como bem sabemos, inclui conhecimentos, artes, moral, costumes e qualquer outra demonstração que expresse a vida de um povo. Essas demonstrações são, naturalmente, a própria identidade de uma sociedade e traduzem sentimentos comuns que manifestam singularidade o que, por si só, encerra um inquestionável valor humanístico.
Também não é novidade para a maior parte das pessoas (quero crer…) que a cultura popular agrega as relações sociais e aproxima as comunidades da sua ancestralidade, sem descurar o propósito de futuro.
Só é lamentável que os nossos (des) governos olhem tão pouco para os actores sociais e culturais e que seja imperioso que uma Associação como esta (e tantas outras por esse país fora e não só...) tenha que fazer greve de fome para exigir aquilo a que tem direito. Lamentável e REVOLTANTE.

Um abraço.
margarida