quarta-feira, 2 de julho de 2008

Ideológico mas não dogmático

Caro Tibério,
É, sem dúvida, um texto com uma marca ideológica, aliás como todos os outros e como tudo na vida. A matriz ideológica está sempre presente, mormente, quando se afirma que não, que as ideologias tiveram o seu tempo e findaram. Essa será, porventura, a marca mais visível da ideologia dominante e que nos está a conduzir ao “suicídio” colectivo.
Quanto à CP! Ora bem caro amigo, permita-me que assim o considere, os Comboios de Portugal estão na situação que todos conhecemos devido à opção pelo transporte rodoviário. Lembro-lhe os acontecimentos recentes com as transportadoras rodoviárias. Em pouco mais de dois dias deixaram a capital sem combustível e sem géneros alimentares frescos. E os comboios não serviram de alternativa porquê!? Pois é!
E depois a gestão das empresas públicas, como sabemos, serve interesses que nem sempre são os interesses da economia, do desenvolvimento e do bem-estar.
Quanto ao exemplo forçado da “groundforce”. Estou de acordo: é forçado! Mas apenas pretendeu ilustrar que a estratégia de segmentação das empresas tendo em visto a agilização da gestão dos recursos humanos (leia-se, flexibilização, precariedade, baixos salários, etc.), ou seja, a sua preparação para a privatização não tem, normalmente, como efeito a melhoria do serviço prestado nem a diminuição do custo final do produto ou serviço.
Penso que estaremos de acordo quanto a isso, bem como ao facto de que sector privado não é sinónimo de eficiência, eficácia e boa gestão. Não faltam por aí exemplos de empresas privadas que funcionam com níveis de duvidosa qualidade.
Mas não há, embora o Tibério o não refira, qualquer dogmatismo, nem no texto nem na minha matriz ideológica, quanto ao sector privado, aliás o modelo económico que defendo é misto, ou seja, onde o público, o privado e o cooperativo possam coexistir, sendo que alguns sectores sociais e económicos devem ser assegurados pelo Estado e por um sector empresarial público.
Com os melhores cumprimentos, consideração e estima,

1 comentário:

Tibério Dinis disse...

Caro Aníbal,

vejo que então estamos de acordo em muitos aspectos. Aceito as empresas públicas em sectores base - transportes, energia, indústria pesada, telecomunicações entre outras - mas sempre em regime de concorrência.
A concorrência é benéfica para ambos os sectores, o público torna-se mais agil e o privado tendo um concorrente não fixa preços indiscriminadamente.

Cumprimentos