Nem sempre é fácil. Por vezes é até bem complicado e problemático mas, talvez por isso os desafios sejam tão aliciantes e quantas vezes as vicissitudes da vida não servem de mote à criatividade, à inovação e às transformações tantas vezes desejadas quantas vezes adiadas. Se isto é válido no domínio do indivíduo, ou pelo menos há um entendimento generalizado de que assim é, o mesmo se poderá inferir para as realizações colectivas.
Nada disto é novidade. Acontece desde o princípio dos tempos, é inato. É uma herança aperfeiçoada ao longo do extenso caminho da evolução.
A sociedade contemporânea é fruto da evolução natural a que me referi mas é também, e muito, resultado de construções sociais fundadas em valores, também eles em constante evolução e aperfeiçoamento, de onde deveria resultar bem-estar e qualidade de vida para todos os indivíduos. Foi à sombra destes princípios que cresci e me formei no seio da família, na escola e na vida social e colectiva. Acredito, por isso, que um dia os humanos evoluirão para comportamentos menos inatos e mais próximos das representações sociais que fazemos da humanidade.
Se tenho dúvidas? Sim, tenho muitas. Muitas incertezas e interrogações para as quais nem sempre encontro respostas plausíveis.
Há poucos dias as televisões noticiavam com a devida relevância e associação ao progresso e à evolução a abertura de agências bancárias, de um grupo financeiro nacional, aos sábados. É a adaptação às necessidades da vida moderna dir-me-ão. Eu direi que é um sinal de escravização pois se só temos tempo para ir ao banco aos Sábados e aos espaços comerciais à noite ou aos Domingos alguém subtraiu tempo ao nosso tempo.
O prolongamento e a flexibilização dos horários de trabalho, nomeadamente dos trabalhadores das agências bancárias que abrem ao público aos Sábados, contribuiu para a aceitação generalizada, como um sinal de evolução e de progresso, de horários nocturnos e aos fins de semana de sectores de actividade comercial aos quais temos de recorrer com frequência, como sejam por exemplo os hipermercados.
Quando era criança lembro-me de ficar a olhar para a Lua tentando identificar a figura de um homem que, por não ter guardado o dia de descanso semanal dedicado ao Senhor, tinha sido castigado por Deus e por Ele ali colocado eternamente para servir de exemplo aos Homens.
Já ninguém conta esta estória nem será aconselhável lembrá-la pois quem o fizer será por certo acusado de retrógrado e sabe-se lá que mais.
A valorização do trabalho e dos trabalhadores, aquisição social consolidada na segunda metade do século XX, consagrou semanas de trabalho de 5 dias e de 35/40 horas, pagamento diferenciado do trabalho nocturno e do trabalho extraordinário.
Na primeira década do Século XXI talvez não seja má ideia rebuscar os argumentos do castigo de Deus, mesmo correndo o risco de não ser compreendido, para garantir a subsistência de dias de descanso semanal para quem trabalha por conta de outrem.
Nada disto é novidade. Acontece desde o princípio dos tempos, é inato. É uma herança aperfeiçoada ao longo do extenso caminho da evolução.
A sociedade contemporânea é fruto da evolução natural a que me referi mas é também, e muito, resultado de construções sociais fundadas em valores, também eles em constante evolução e aperfeiçoamento, de onde deveria resultar bem-estar e qualidade de vida para todos os indivíduos. Foi à sombra destes princípios que cresci e me formei no seio da família, na escola e na vida social e colectiva. Acredito, por isso, que um dia os humanos evoluirão para comportamentos menos inatos e mais próximos das representações sociais que fazemos da humanidade.
Se tenho dúvidas? Sim, tenho muitas. Muitas incertezas e interrogações para as quais nem sempre encontro respostas plausíveis.
Há poucos dias as televisões noticiavam com a devida relevância e associação ao progresso e à evolução a abertura de agências bancárias, de um grupo financeiro nacional, aos sábados. É a adaptação às necessidades da vida moderna dir-me-ão. Eu direi que é um sinal de escravização pois se só temos tempo para ir ao banco aos Sábados e aos espaços comerciais à noite ou aos Domingos alguém subtraiu tempo ao nosso tempo.
O prolongamento e a flexibilização dos horários de trabalho, nomeadamente dos trabalhadores das agências bancárias que abrem ao público aos Sábados, contribuiu para a aceitação generalizada, como um sinal de evolução e de progresso, de horários nocturnos e aos fins de semana de sectores de actividade comercial aos quais temos de recorrer com frequência, como sejam por exemplo os hipermercados.
Quando era criança lembro-me de ficar a olhar para a Lua tentando identificar a figura de um homem que, por não ter guardado o dia de descanso semanal dedicado ao Senhor, tinha sido castigado por Deus e por Ele ali colocado eternamente para servir de exemplo aos Homens.
Já ninguém conta esta estória nem será aconselhável lembrá-la pois quem o fizer será por certo acusado de retrógrado e sabe-se lá que mais.
A valorização do trabalho e dos trabalhadores, aquisição social consolidada na segunda metade do século XX, consagrou semanas de trabalho de 5 dias e de 35/40 horas, pagamento diferenciado do trabalho nocturno e do trabalho extraordinário.
Na primeira década do Século XXI talvez não seja má ideia rebuscar os argumentos do castigo de Deus, mesmo correndo o risco de não ser compreendido, para garantir a subsistência de dias de descanso semanal para quem trabalha por conta de outrem.
Aníbal C. Pires, IN A UNIÃO, 17 de Outubro de 2009, Angra do Heroísmo
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