Os irmãos Sobral (imagem retirada da internet) |
Nem tudo estará dito sobre Fátima, o Papa, o Benfica e o Euro Festival e outros acontecimentos sem a dimensão mediática destes, como por exemplo a vitória da equipa feminina de voleibol, que representou este ano os Açores, nos Jogos da Ilhas, ou o título de campeão regional de seniores, em andebol, conquistado pelo Marítimo Sport Clube (da Calheta de Pero de Teive, de Ponta Delgada) e, muitos outros acontecimentos e eventos que uniram pequenos grupos de portugueses. Nem tudo estará dito, mas não serei eu a acrescentar uma palavra que seja, pelo menos hoje, ao estado de graça que se instalou, no passado Domingo, em Portugal.
Pena hoje ser segunda-feira e a conquista do Euro Festival da Canção não ter dado direito a uma tolerância de ponto, bem que merecíamos. Foram muitas comoções juntas e vinha mesmo a calhar um dia para recuperar da ressaca emocional. Bem vistas as coisas, hoje nos locais de trabalho, sejam eles públicos ou privados, a produtividade deve cair para níveis pouco recomendáveis para um país que precisa é de produzir mais.
Na catedral da Luz (imagem retirada da internet) |
Como já perceberam também eu vibrei, não digo com o quê, mas quem me conhece bem saberá qual o motivo de, também, eu ter os níveis, da lusa autoestima, no topo da escala, ou seja, no vermelho. Não, não foi do tetra. Só mesmo depois do Benfica ser hectacampeão é que, enquanto benfiquista, valerá a pena festejar, até já o Sporting foi tetra campeão, é certo que foi nos anos 50 do século passado, mas para todos os efeitos já foi, e o Porto, mais recentemente, foi penta campeão, por conseguinte, quem leu Benfica ao invés de ler o que de facto está escrito precipitou-se e concluiu mal. Ali vermelho significa risco, assim como nos conta rotações dos automóveis, não é aconselhável entrar no vermelho.
Deixando de lado o tom algo jocoso e irónico do que leram até agora, e porque não tenho nada a esconder, direi que pulei de alegria com a vitória dos irmãos Sobral no Euro Festival da Canção, os motivos da minha satisfação nada têm a ver com qualquer motivo de ordem patriótica e, muito menos nacionalista. Os motivos da minha satisfação foram mesmo aquele poema, aquela música, aquela voz, aquela autenticidade, e a musicalidade da língua portuguesa.
Ponta Delgada, 14 de Maio de 2017
Aníbal C. Pires, In Azores Digital, 15 de Maio de 2017
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