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Os jogadores para concluir com sucesso a lista de tarefas têm de por fim à sua existência. Refiro-me, obviamente, ao jogo virtual denominado “Baleia Azul”, jogo que configura a antítese de qualquer desafio clássico. A “Baleia Azul é um paradoxo. Joga-se para ganhar e não para perder, e neste caso ganhar é perder um bem que não pode, em caso algum, ser restituído, A vida. Paradoxal ou não, a verdade é que esta lista de tarefas já foi concluída, com sucesso, por uns quantos jovens de vários países e continentes.
O seu criador e mentor foi detido, o que não impede, só por si, que o jogo não continue a proliferar e a fazer novas vítimas. As autoridades policiais e as famílias reforçam a vigilância sobre os potenciais aderentes a esta loucura que dá pelo nome de “Baleia Azul. Estas medidas preventivas são importantes e necessárias, mas não deixam de ser medidas paliativas e neste, como noutros casos importaria perceber porquê, Porque é que alguém adere a um comportamento autodestrutivo. Só identificando o que está na génese destes comportamentos contranatura se poderá eliminar o efeito que este jogo está a provocar.
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Sofre e morre pela “Baleia Azul” quem não tem razões. E talvez seja o imenso vazio que preenche a vida de muitos jovens que dispõem de tudo, mas lhes faltam razões, que os torna tão permeáveis à indução virtual de comportamentos autodestrutivos.
A psicologia tratará de inventariar as patologias das vítimas, dessa enumeração resultará um perfil padronizado que permitirá identificar dos potenciais jogadores deste paradoxal desafio. Esta informação será amplamente difundida aos pais, aos educadores, à população alvo, às autoridades policiais, informação que sendo por demais importante não é, não deveria, nem pode ser tudo o que há a fazer sobre as causas que estão na origem da adesão ao jogo da “Baleia Azul”.
Ponta Delgada, 07 de Maio de 2017
Aníbal C. Pires, In Azores Digital, 08 de Maio de 2017
1 comentário:
É uma reflexão importante, esta que nos sugeres!
Esta tão fácil adesão que estes jovens mostram à auto mutilação é assustadora.
Será que um novo paradigma sobre o valor da vida estará a surgir?
Parabéns pelo artigo!
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