sábado, 30 de agosto de 2008

Utopia para lá do Verão

O calendário dita o fim do Verão. Não da utopia! É o regresso das crianças e jovens às rotinas escolares. Para alguns cidadãos é o mergulho anual na triste e cinzenta realidade do quotidiano de uma vida feita de expectativas defraudadas. Para os que vivem permanentemente imersos, aqueles que só vêm à tona, respirando um fim-de-semana dissemelhante para afugentar a eterna crise e renovar a esperança. Esperança que teima em persistir na espera que o minguado salário cresça e não sobre mês. Para esses só muda a hora de Verão. Tudo o mais parece imutável, dia após dia, semana após semana, ano após ano!
É o “euromilhões” que ainda não foi desta vez, é o Benfica que desta vez é que é… São as eleições nos “states” que mobilizam mais atenção do que as regionais. É o “kit autonómico” do Governo Regional e a altercação de Carlos César com a República a propósito de…de… Ah! Sim… claro, que cabeça a minha, as eleições regionais estão aí à porta e para o partido-governo parece não haver barreiras éticas e legais. Em frente é que é caminho! Arregimentando, sem critério, quem se quiser servir na mesa do poder.
Ainda há por aí uns quantos teimosos, nem se percebe muito bem porquê, que tentam contrariar o poder absoluto emanado de San’tana e não se querem servir.
Uns teimosos que não prometem. Comprometem-se! Que não anunciam mais empregos mas exigem mais e melhor trabalho. Que não desconfiam dos trabalhadores dos Departamentos Públicos, mas exigem mais recursos de fiscalização e, sobretudo, um quadro legal para o trabalho que acabe com a precariedade e com uma injusta distribuição da riqueza gerada. Que não anunciam a descida das tarifas aéreas, mas que propõem uma política integrada de transportes marítimos e aéreos, de passageiros e mercadorias, que sirva os cidadãos e as economias locais e regional.
Uns teimosos que, ao invés de se perderem em querelas serôdias e balofas sobre o regime autonómico, propuseram a regulamentação do Referendo Regional, consagrado na Constituição da República desde 1997, mas o agora novel “dono” dos ideais regionais e autonomistas nunca se atreveu a propor.
Esses são os que não aceitam as imutabilidades e sabem que é possível mudar e dar cor à vida. A vida não tem que ser vivida no espectro do cinzento entre a laranja amarga e a rosa desbotada. A diversidade cromática e a pluralidade política podem transformar a vida num sonho de Verão!

2 comentários:

Maria Margarida Silva disse...

“Sonhar é viver...
É deixar a vida acontecer.

É fazer de cada minuto uma vitória
Uma glória
Um sentimento
Que se conquista a cada momento.


Sonhar é saber esperar…
É desenhar a vida.
É crescer
É caminhar.


Não deixemos voar os nossos sonhos
E lutemos à nossa medida
E se não conseguirmos aprender a sonhar
Mesmo depois de muito tentar
O mais importante é saber que esse dia
Um dia vai chegar.”
Anónimo


“Não há nada como o sonho para criar a utopia. Utopia hoje, carne e osso amanhã.”
V. Hugo

João disse...

Muito bom, e com razão em todo o texto essencialmente no fim, a vida transformada num sonho de verão. Sonho de verão talvez, mas é preciso alguns defenirem o seu sonho de Verão. E, acima de tudo, libertarem-se do medo, do conformismo e comodismo que quase todos vivem. Sinceremente este povo gosta é de passar por crises, gosta de um pouco de sofrimento, talvez para retirar alguma monotonia ao seu dia a dia.

Beijinho,
João Pires