Até poderia ser da ressaca de uma noite madeirense mais animada. Até poderia ser mais uma das atoardas com que regularmente João Jardim brinda os portugueses. Até poderia ser mais uma das boçais piadolas do líder do PSD Madeira ou, simplesmente mais uma jardinada da silly season.
Até poderia ser. Mas não é!
A proposta de revisão constitucional apresentada pelo PSD Madeira é um projecto pensado, reflectido e com objectivos bem precisos e, assim sendo, assume importância política e não pode ser, nem deve ser encarada como mais um delirium dessa caricatura da política nacional que governa a Região Autónoma da Madeira desde que a Constituição da República Portuguesa consagra as autonomias regionais. Autonomias que são uma das muitas conquistas da Revolução de Abril e para a quais Jardim em nada contribuiu e das quais apenas usufrui.
Numa primeira abordagem a comunicação social e alguns analistas e comentadores focaram a sua atenção na “proibição do comunismo” proposta por João Jardim e subscrita pelo PSD Madeira. Esta “proposta” constitui desde logo uma afronta a todos os democratas e um insulto à memória dos milhares de militantes comunistas que lutaram pela conquista da liberdade e da democracia em Portugal mas, não é só. O objectivo de João Jardim vai para lá do insulto gratuito aos comunistas portugueses, o móbil relaciona-se com a tentativa continuada, mas fracassada, de enfraquecimento da expressão eleitoral do PCP e da sua influência social e política. Os óbitos passados ao PCP só encontram comparação com as frustradas centenas de tentativas de assassinato a Fidel de Castro.
O crescimento eleitoral do PCP é incómodo para os inimigos da democracia e as estratégias para o travar têm sido as mais diversas, criativas e dispendiosas mas, sem sucesso. Esta é apenas mais uma de entre muitas outras e os portugueses, mesmo na Madeira, continuarão a reforçar eleitoralmente o PCP.
Para além da “proibição do comunismo” a proposta de revisão constitucional de João Jardim traz associada uma visão muito peculiar para o futuro das autonomias regionais. Ideia tão singular que pode resumir-se ao seguinte: “Queremos a independência mas não abdicamos do financiamento de Lisboa”.
Nada disto é novo e de todo inesperado. O sistema democrático tem algumas tumefacções e Alberto João Jardim é, sem dúvida, uma delas até ao dia em que os madeirenses se decidam a ser livres e extirpem a excrescência.
Até poderia ser. Mas não é!
A proposta de revisão constitucional apresentada pelo PSD Madeira é um projecto pensado, reflectido e com objectivos bem precisos e, assim sendo, assume importância política e não pode ser, nem deve ser encarada como mais um delirium dessa caricatura da política nacional que governa a Região Autónoma da Madeira desde que a Constituição da República Portuguesa consagra as autonomias regionais. Autonomias que são uma das muitas conquistas da Revolução de Abril e para a quais Jardim em nada contribuiu e das quais apenas usufrui.
Numa primeira abordagem a comunicação social e alguns analistas e comentadores focaram a sua atenção na “proibição do comunismo” proposta por João Jardim e subscrita pelo PSD Madeira. Esta “proposta” constitui desde logo uma afronta a todos os democratas e um insulto à memória dos milhares de militantes comunistas que lutaram pela conquista da liberdade e da democracia em Portugal mas, não é só. O objectivo de João Jardim vai para lá do insulto gratuito aos comunistas portugueses, o móbil relaciona-se com a tentativa continuada, mas fracassada, de enfraquecimento da expressão eleitoral do PCP e da sua influência social e política. Os óbitos passados ao PCP só encontram comparação com as frustradas centenas de tentativas de assassinato a Fidel de Castro.
O crescimento eleitoral do PCP é incómodo para os inimigos da democracia e as estratégias para o travar têm sido as mais diversas, criativas e dispendiosas mas, sem sucesso. Esta é apenas mais uma de entre muitas outras e os portugueses, mesmo na Madeira, continuarão a reforçar eleitoralmente o PCP.
Para além da “proibição do comunismo” a proposta de revisão constitucional de João Jardim traz associada uma visão muito peculiar para o futuro das autonomias regionais. Ideia tão singular que pode resumir-se ao seguinte: “Queremos a independência mas não abdicamos do financiamento de Lisboa”.
Nada disto é novo e de todo inesperado. O sistema democrático tem algumas tumefacções e Alberto João Jardim é, sem dúvida, uma delas até ao dia em que os madeirenses se decidam a ser livres e extirpem a excrescência.
Aníbal C. Pires, In Expresso das Nove, 24 de Julho de 2009, Ponta Delgada
1 comentário:
Um sábio ditado árabe diz que não importa o latido dos cães, não importa o barulho que façam que a caravana segue o seu caminho e nada nem ninguém impedirá que persiga o seu rumo. Mesmo que pare, por alguns momentos, mesmo que alguns cães se julguem alimentados, apanhando os restos que foram caindo aquando da sua passagem, a caravana segue o seu rumo, mais fortalecida, mais coesa, deixando, cada vez mais longe, o barulho dos cães esfomeados.
Uma caravana é feita de sonhos, de gestos, de atitudes, de longas vivências, de cumplicidade… Ela segue o seu caminho, completamente alheia ao ganido dos cães enlouquecidos.
Um abraço.
margarida
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